quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O QUE AGRADA A DEUS

Por Jorge Fernandes

“É necessário que ele cresça e que eu diminua” (João 3.30)

João o Batista, orientado pelo Espírito Santo, ao declarar que Jesus devia crescer enquanto ele diminuir, proferiu algo comparável ao que Paulo disse em Gálatas 2.20: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”.
Ambos viam-se “diminuindo” à medida que o SENHOR Jesus “crescia” neles. Não que Jesus venha substituir-nos em nós mesmos. Mas o Seu caráter, a Sua natureza santa vem solapar a nossa natureza pecaminosa. Assim, já não sou eu quem vive (o homem torpe, depravado, iníquo), mas Cristo vive em mim (o homem santo, justo e reto). As qualidades do Senhor são-nos implementadas, e cada vez mais deixamos aquilo que O desagrada. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).
João o Batista, sabia que a obra a ele delegada por Deus estava se findando, e que como “A Voz que clama no deserto” seu ministério daria lugar ao sacerdócio divino de Jesus. Não foi por acaso que o SENHOR falou dele: “Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele” (Mateus 11.11). Aqui, Jesus refere-se a Si mesmo como o maior no reino de Deus. “E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo; bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.27-28). E não foi Ele, justamente, quem mais serviu? “Mas esvaziou-se a si mesmo (Jesus), tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Flp 2.7).
Deus Pai quer que sejamos como o Seu Filho Amado, que reflitamos a Sua glória, e que a boa obra iniciada por Ele em nós seja aperfeiçoada até o dia do SENHOR (Fp 1.6). Por isso, Cristo tem de crescer em nós, para que cada vez mais sejamos como Ele é; e o velho homem, crucificado com Ele (Rm 6.6), se revista do novo, renovado para o conhecimento, segundo a imagem daquele que nos criou (Col 3.10). “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo” (1 Pe 2.2).
João o Batista não deu lugar à vaidade e a soberba, antes, o Espírito Santo que operava nele, dirigiu-o à submissão completa a vontade do seu SENHOR. E serviu-O humildemente, e como ele, devemos também servi-LO obedientes, rendendo-nos ao Seu domínio.
E que Cristo nos sujeite a sermos menores no Seu reino; e cada vez mais diminuamos, até que, crescendo pela Sua graça, o SENHOR se forme inteiramente em nós. E possamos, um dia, proclamar como Paulo o fez: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.” (Fp 1.21).

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