quinta-feira, 2 de abril de 2009
DUAS PARALELAS NÃO SE CRUZAM
Por Jorge Fernandes
Há alguns meses, venho pensando na questão da Igreja. Não falo da igreja nominal, a igreja apóstata, liberal, relativista, amoral, emergente, e antievangelho de Cristo. Não. Desses não há muito o que falar, estão no mundo, se refestelam nele, e não querem largar o osso de jeito nenhum; "são cegos condutores de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova" (MT 15.14). Para eles, tudo não passa de visão; o que, para mim, é a falta dela, a cegueira completa, a escuridão total em que o homem natural se encontra, em conluio com a carne que os levará à perdição final (Gl 6.8); caso o Espírito Santo não lhes tire a venda e revele-lhes a luz do nosso Senhor Jesus Cristo, pois "agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Rm 8.1).
Não, não é desses que desejo falar, mas da Igreja verdadeira, pela qual Cristo morreu. Vivemos momentos conturbados que, no mínimo, nos levam a uma espécie de indecisão, mesmo para os que procuram e querem servir a Deus. O mundo rejeitou definitivamente qualquer opção de ouvir e obedecer à sabedoria divina. Pelo contrário, tem prazer em se rebelar contra ela e tudo o que é de Deus. Desprezam a Escritura e a Sua Lei; zombam do Seu poder e glória; consideram-se sábios em sua arrogância, pretenção e devassidão, quando não passam de tolos e loucos porque "o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1Co 2.14).
Há irmãos sinceros e que se esforçam em buscar o servir a Deus, ainda que nenhum de nós possa ser chamado de útil; "Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer" (Lc 17.10). Mas mesmo assim, muitas decisões são tomadas precipitadamente, e outras proteladas ao esquecimento. Deus nos deu a medida certa, o Espírito Santo, e cada um deve pedir a Ele sabedoria, entendimento e compreensão da Sua vontade (Tg 1.5), ao invés de gastá-lo com solicitações supérfluas e o regalo. O que mais carecemos nesse momento é de ter a mente de Cristo, e sermos guiados por ela, que é espiritual e discerne bem tudo, e por ninguém é discernida (1Co 2.15).
Sei que as dificuldades são muitas: estamos na carne, somos imperfeitos, incompreendidos, e temos um inimigo que se utiliza de armamento pesado contra nós, e encontra em nossa natureza pecaminosa o terreno propício para o ataque. Há lutas, perseguições e injustiças; e se olharmos a outros lugares (em especial o mundo islâmico e comunista), veremos crentes perdendo tudo: bens, família e a própria vida por amor a Cristo e Seu Evangelho. Diante desse quadro, e da possível perseguição aos crentes no Brasil, como agir? (a PLC 122 pode implantar uma ditadura gay no Brasil, onde Deus pode ser criticado, o Presidente pode ser criticado, qualquer um poderá ser criticado, somente os homossexuais não poderão sê-lo em sua impiedade).
Não importa o que eu penso ou qual é o desejo do meu coração. Não importa se o Júlio Severo autoexilou-se ou há pastores detidos por pregar a Palavra. É claro que fatos como esses nos pertubam, nos entristecem e, mesmo, nos causam indignação. Mas devemos ser guiados pelas emoções? Ou obedecer a Deus?
Eu mesmo me vejo numa cruzada "santa" contra todos os pecadores, contra todos os blasfemadores, contra todos aqueles que afrontam a Deus e Sua palavra. E me esqueço de que, um dia, por muitos anos, fui inimigo de Deus, blasfemei contra o meu Senhor, e rejeitei-O com o que de mais insano e doentio havia em mim. Mas pela Sua providência, Ele me amou eternamente, e me preservou de mim mesmo, guardando-me para o instante em que operou no meu coração, regenerou-me, colocando-me aos pés de Cristo, meu Senhor.
Por muitas vezes, me perguntei o que a Igreja estava esperando para agir. Porque mantemos um estado de inércia enquanto o mundo e o diabo querem nos destruir. Por alguns momentos, o meu calvinismo e o entendimento racional da soberania de Deus não desceu ao meu coração, e acreditei que devia tomar as rédeas da situação com as próprias mãos. Esqueci-me de que Deus é soberano sobre tudo e todos, e de que nem mesmo uma folha de árvore cai sem que Ele queira, o qual não precisa de defesa; e nem mesmo eu preciso de defesa, pois Deus cuida de mim de uma forma que jamais poderei fazê-lo, tanto ativamente me protegendo, como na provisão de Sua sabedoria (na escolha dos caminhos e atos pelos quais obedece-lO-ei).
Abre parêntese: O conjunto de doutrinas bíblicas chamadas de calvinismo não servem apenas como deleite intelectual, nem como um mero conhecimento teórico, onde as generalidades se opõem à prática. Como princípio bíblico tem de ser aplicado em nossa vida diariamente e, por ele, refletir no que nos levará à obediência a Deus. Fecha parêntese.
Então, o que devemos fazer? Protestar, ir às ruas, bloquear estradas, queimar pneus, estender faixas e fazer abaixo-assinados? Pode ser que sim. Mas sobretudo orar, para que Deus nos capacite a servi-lO.
Cristo nos deu dois mandamentos: "Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes" (Mc 12.30-31).
Portanto, devemos guiar-nos pela santa e bendita palavra de Deus, a qual nos exorta a crer que Deus é o único que opera em todo o universo, e de que em nada adianta opor-se à Sua vontade: "Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos" (Zc 4.6). Implica em que tudo acontecerá conforme a ação do Espírito de Deus, tanto o bem como o mal, sem que o homem possa intervir ou alterá-lo, sendo simplesmente instrumento do amor, justiça ou da ira de Deus.
Quem nos convence do pecado? Da inimizade com Deus? Do sacrifício salvífico de Cristo? De que somos justificados nEle? O Espírito! Quem nos revela a Verdade, nos faz santos, e nos conduz aos caminhos do Senhor? O Espírito! O qual nos leva à Palavra, nos forja e transforma à semelhança do Senhor Jesus. Seremos um dia ressuscitados? Teremos um corpo glorificado? Feito santos, sem pecado? Louvaremos a Deus eternamente? Pelo Espírito Santo é que somos novas criaturas em Cristo, e por Ele somos guiados a entender que não temos mais parte com o mundo, e de que as coisas velhas se passaram, eis que tudo se fez novo (2Co 5.17).
Não quero dizer que devemos esperar o próximo vôo à Marte mas que, antes de pegarmos em armas (aqui representam todo e qualquer método de defesa, ainda que retórico), urge que se pregue o Evangelho. Por que se como Igreja sofreremos (se essa for a vontade de Deus), que seja em obediência, pregando e testemunhando a Cristo. De que adianta a apologia sem Cristo? Não estaremos negando o que somos e voltando ao que éramos? Ou tememos padecer?... "no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33). Paulo escrevendo a Timóteo diz: "Por isso sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna. Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo" (2Tm 2.10-13).
Podemos dizer que Paulo era um covarde? Que não se rebelar contra a injustiça e cruedade humanas tornava-o um acomodado? Pode-se questionar a inteligência de Paulo? E sua sabedoria? E fé? Não foi ele quem disse: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gl 2.20)?; e ainda: "E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares; E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor" (Fp 1.12-14)?
O sofrimento do apóstolo não era por Cristo e o Evangelho?
Bem, alguns dirão que devo contextualizar o que Paulo disse com a sua época, já que agora as coisas são diferentes. Mas em quê? Se creio na infalível e inerrante palavra de Deus, se quero viver por ela, e se creio que o que era bom para os apóstolos é bom para mim, a Escritura não é suficiente para me convencer? Preciso me agarrar a uma corda imaginária enquanto me vejo cair? Não estarei usando os mesmos métodos do passado? De quando tinha por pai o diabo? Desculpas para encobrir meus erros, e não me fazer obediente a Deus? Ainda que disfarçadas, dissimuladas, de uma pretensa defesa da fé?
A única defesa verdadeira do cristão é pregar e viver o Evangelho de Cristo, e isso somente a Igreja pode fazer. Qualquer outro objetivo, desde a realização pessoal à mais tênue ignorância, não tem nada a ver com a Verdade, mas com aqueles que "pregam a Cristo por inveja e porfia" (Fp 1.15), que mesmo citando a Escritura o fazem em pecado, e para a própria condenação.
Assim como duas paralelas não se cruzam e estão equidistantes, a Igreja e o mundo jamais se convergem; e nada pode aproximá-los, pois não há ponto em comum... Ah, desculpe-me, existe uma similaridade: Cristo, ao morrer na cruz, salvou a Igreja e condenou o mundo.
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5 comentários:
Concordo em gênero, número e grau!
Há irmãos teimosos na utopia da transformação do mundo. Mas "o mundo jaz no maligno". O Senhor não nos deu qualquer promessa de transformar o mundo, de liberta-lo do maligno. Os discípulos apenas foram referidos como os que "têm transtornado o mundo". Veja bem, "transtornado",não "transfor-mado". Uma letrinha faz muita diferença!
Deus continue a abençoa-lo.
Pr. Marcos,
É um prazer tê-lo pela primeira vez em meu blog, comentando, claro.
Na verdade, fui meio que contaminado pela pretensão de "conquistar" o mundo através das atitudes humanas ainda que revestidas de cristãs; da mobilização em prol dos "direitos cristãos" quando, na verdade, o nosso único direito é padecer por Cristo aqui; sendo que nossas obrigações são várias, e o Senhor deu-nas porque somos capazes de realizá-las pela Sua vontade e pelo Seu poder que opera em nós.
Então, vamos pregar e viver o Evangelho, sabendo que tudo e não apenas algumas coisas estão debaixo da providência e da soberania de Deus.
Creio que as igrejas têm de obedecer como corpo à cabeça, Cristo.
No mais, que o bom Deus o abençoe e a sua família.
Abraços.
PS: Aguardo a sua próxima visita a BH, em breve.
Caro Jorge
Sou reconheço um dos "teimosos na utopia da transformação do mundo"...
Não me ofendi, fiquei até feliz.
O seu texto é muito bom.
O seu gosto por lindas ilustrações é notável.
Sobre o texto, achei muito bom quando mais ou menos dissestes que nós quando nos apropriamos das verdades do calvinismo meio que nos tornamos senhores do nossso destino.... risos.... é isto mesmo que ocorreu comigo, mas na realiade a mensagem do calvinismo, e você também lembrou disto, é que Deus é Deus, e não deixou de ser soberano. "Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus".
Sobre o mundo jazer no maligno... entendo que é uma verdade mas que merece algumas reflexões.
Na época em que o texto foi escrito, no início do Reino, era uma verdade bem mais latente esta frase.
A igreja estava em seu início, e generalizadamente o mundo estava sim de posse do maligno.
Mas sabemos também que assim como a pedra cortada não por mãos humanas o Reino de Deus inicia pequeno como grão de mostarda e vai crescendo até ser tantos quanto as areias do mar.
Então se malignidade fosse a cor preta, o mundo estava bem preto quando o apóstolo João escreveu estas palavras, e alguns pontos de luz começaram a brilhar pela pregação dos apóstolos e dos irmãos da igreja primitiva.
Mas a igreja verdadeira, mesmo para os pessimistas, vem crescendo pelo mundo todo, e hoje são milhões de pontos de luz no meio das trevas, e a promessa do Senhor é que serão tantos pontos de luz, que chegará o tempo em que um tentará falar ao outro do Senhor e o outro falará: "Não precisa me dizer pois eu já o conheço".
É uma doce utopia portanto.
Mas na verdade não é utopia, é fato, é vitória possível de ser alcançada.
A Bíblia não diz somente que é para pregar o evangelho, diz também que é para ensinar as nações.
E as nações ensinadas consequentemente transformarão o mundo.
"... porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar." Isaías 11.9
Finalmente quanto a palavra mundo, não pode ser generalizada.
Mundo significa em alguns momentos a perversidão dos pecadores, mas em outros significa a criação de Deus.
Misturar tudo significa loucura, pois veja que "o mundo jaz no maligno", mas também está dito "que Deus amou o mundo", logo então... (absurdo) dá para dizer que Deus amou o maligno?
Claro que não!
Então as coisas errada do mundo, o pecado, etc... destas devemos fugir.
Mas das coisas boas do mundo, e da criação de Deus, etc... destas devemos identificar tudo o que é puro e poderemos destrutar sem problemas. É o conselho do apóstolo Paulo em dizer que tudo que é puro e santo... é nosso por direito.
PS: Fiz várias considerações do nosso estudo sobre o Sermão das Oliveiras, o micro desligou de pronto e ao religar o arquivo estava deteriorado... uma pena, vou reescrever tudo e te mando mais para a frente.
Um grande abraço
Natan
"TODOS OS LIMITES DA TERRA se lembrarão, e se converterão ao Senhor; E TODAS AS FAMÍLIAS DAS NAÇÕES adorarão perante a tua face." Salmos 22.27
Este texto acima é para mim cristalino e soa sim como uma promessa do Senhor de que Ele através da atuação do seu Santo Espírito irá vivificar cada vez mais pecadores, e transformar o mundo.
Um grande abraço
Natan,
Gosto realmente de fotografias, especialmente em preto e branco... sei lá, talvez tenha algo a ver com nostalgia, ou pelo fato de torcer para o Galo... (rsrsrs).
Na verdade, ao contrário do que pareço, aprecio muito a arte. Gosto de boa música, bons filmes, livros, quadros... não sou assim tão fundamentalista como pareço, ainda que eu pareça ser menos fundamentalista do que quero...
Quanto ao texto em si, o objetivo foi o de refutar a "militância cristã" no sentido político/social. Creio que se não pregarmos a Cristo crucificado como Paulo fazia, e não vivermos o Evangelho do nosso Senhor, a nossa militância será estritamente humana, voltada para o homem e pelo homem, ainda que "fantasiada" de cristianismo; e isso é estéril, pecado.
Foi contra isso que escrevi, pois, me vi agindo como um militante ideológico, estendendo faixas e bandeiras, gritando ordem de comandos e, em pouco tempo, já me via bloqueando ruas e protestando em passeata contra todo o tipo de pecadores.
Não sou sectário a ponto de não querer nada com o mundo. Trabalho, faço compras, estudo, vejo tv (raramente; e sempre os jogos do Atlético), ouço música clássica, rock, mpb, leio um ou outro livro secular, tenho amigos e familiares incrédulos. Mas tenho o dever de proclamar o Evangelho de Cristo e vivê-lo. O fato de vivê-lo por si só já me levará a influenciar o mundo, não intelectualmente, nem artisticamente, nem econômica/politicamente, mas a influência espiritual, moral, ética.
Lógico que cada um destes pontos influenciará a minha postura politica, artistica, etc, mas o meu objetivo não pode ser o de "usar a força" e impor o cristianismo na "marra" como católicos e alguns protestantes fizeram no passado (atualmente os islâmicos ainda se utilizam desse método, e por isso é a religião que mais cresce).
A obra é de Deus, e Ele operará conforme a Sua vontade.
As vezes, me deparo com muitos calvinistas que entendem a doutrina intelectualmente (eu mesmo sou um desses) mas não trazem-na para o cotidiano, para as suas próprias vidas, e não aplicam o princípio da soberania de Deus no mundo real. Parece que tudo é uma ficção, e na hora "H" sobra vontade e falta sabedoria.
Em relação à sua "utopia", ainda não tenho certeza se é mesmo uma utopia ou se você vê aquilo que Deus tem reservado para nós com a clareza do Espírito Santo, a qual eu e a maioria não temos. Pode ser... Mas como diz o velho ditado, é de grão em grão que a galinha enche o papo. Então que cada um de nós dê um passo após o outro, crendo que o nosso bom Deus opera em nós, e por Ele vivemos, nos movemos e existimos (At 17.28).
Forte abraço.
Grande Natan!
Desculpe-me a demora em respondê-lo, mas é que a semana foi de trabalho duro, e o tempo, curto.
Em relação aos textos longos, acho que é uma "doença" que tanto eu como você temos, pena de quem nos ler (se conseguir ler... rsrsrs).
Concordo com praticamente tudo o que você disse, mas insisto que a questão não é escatológica, mas de fé. Independente de ser amilenista, pré ou pós, o crente tem o DEVER e OBRIGAÇÃO de pregar o Evangelho de Cristo (Mt 28.19-20). E o que se vê, na verdade, são igrejas repletas de crentes nominais, que nada ou pouco se interessam com a Palavra, em cumpri-la, com a obra de Deus. O desinteresse não está diretamente ligado ao fatalismo escatológico, mas com a descrença, com a falta de fé dentro das igrejas. Como um incrédulo (ainda que "fantasiado" de crente) poderá compreender e entender a urgência da proclamação do Evangelho?
Em relação à militância cristã, não sou contra o crente participar dos movimentos político/sociais, porém, o cristianismo sem Cristo é falso cristianismo, não passa de pragmatismo, onde o homem busca a vitória para si mesmo, ainda que diga ser de Deus (normalmente um deus genérico, sem face, sem nome, "camaleônico").
Tem-se pregado e vivido o Evangelho de Cristo em todos os níveis da sociedade? Mesmo entre os ditos "cristãos"? A igreja, ao invés de ser luz e sal, não tem se aliado às trevas? Que têm penetrado na igreja, afastando-a do Evangelho de nosso Senhor?
É claro que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (com "I"), mas isso representa dizer que todas as denominações locais são alvos da graça de Deus?
O Evangelho é para indivíduos, ainda que pregado na coletividade para que o Senhor dali retire os Seus eleitos.
A minha esperança não é num mundo completamente cristianizado. A minha esperança e fé é saber que Deus, acima do que penso, imagino (ou do que sou incapaz de formular), fará a Sua obra e a concluirá soberanamente, salvando os Seus e implantando o Seu reino de graça. Seja com muitos, seja com poucos, seja com todos.
A minha motivação não é a expansão do Reino, a minha motivação é saber que Deus operou em mim, e operará naqueles que quiser, sejam muitos ou poucos; e que devo obedecê-lO na proclamação do Seu Evangelho, testemunhando-o através da minha vida.
Então, insisto: o fundamental não é a questão escatológica (ela pode se tornar um incentivo a mais) mas de fé, a qual apenas o Espírito Santo pode dar ao crente, ao nascido-de-novo.
No fim, o importante será se a palavra de Deus foi proclamada ou não, se a vivemos ou não. Pois a vitória de Deus é incontestável.
Abraços.
PS: Viu! Acabei empolgando-me também...
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