segunda-feira, 15 de junho de 2009

LOUVOR: COMO IMPLODIR A DOUTRINA
























Por Jorge Fernandes

A afirmação de que o louvor pode ser qualquer coisa, de qualquer forma, e de que Deus nos aceita como somos, remete-nos à seguinte questão:
O Senhor aceita o pecador inconvertido e sem arrependimento que mantém-se em rebeldia, rejeitando a Cristo como único e suficiente Salvador? Ou será necessário que, primeiro, esse pecador seja regenerado por Cristo e transformado pelo Espírito Santo para arrepender-se e receber o perdão divino, e então ser aceito? Da mesma forma, qualquer coisa que se faça em nome da Igreja e na Igreja somente será reconhecida por Deus se obedecer aos preceitos definidos na Escritura, os principios estabelecidos pelo próprio Deus.
É possível uma adoração santa quando se apela para ritmos sensuais, com o único objetivo de entreter e saciar a carne? É possível que se execute igualmente danças muito parecidas com a "dança-do-ventre" nos cultos, e crer que se está agradando a Deus? É possível agradá-lO com um discurso humanista, que exalta o homem, em detrimento da pregação expositiva bíblica que exalta a Deus? É possível uma diversidade de técnicas mundanas subir ao púlpito (o pragmatismo, o servilismo ao pecado, a acomodação aos padrões do mundo), e agradar a Deus? É possível agradá-lO sem ser bíblico? Baseado apenas nas sensações e tentativas humanas? O homem natural certamente não verá problemas, e responderá acertivamente. Contudo, o homem espiritual, aquele que tem a mente de Cristo e foi regenerado, dirá não.
Porque o princípio da verdadeira adoração não são os efeitos pirotécnicos, nem a multidão de gestos, nem o grito tronitruante, nem o suor, nem calafrios, nem comoção pública, nem o cair ou cacarejar, ou qualquer outro fenômeno bizarro. O preceito da verdadeira adoração é a obediência a Deus e a Sua palavra, as Escrituras Sagradas.
As igrejas começam sempre abrindo uma exceção em suas práticas, as quais consideram sem importância. E, normalmente, começa-se pela liberalidade na música, no louvor. Acontece que os bodes precisam de diversão constante, e estão ali para distrair e, num golpe final, destruir o rebanho (como objetivo, porém não alcansável, visto que as ovelhas de Cristo são salvas e jamais destruídas pelo inimigo). E como isso se dá? Primeiro, corrompe-se o louvor, onde a santidade dá lugar a toda prática profana, com a apropriação dos sentimentos e valores do mundo para depois, progressivamente, implodirem a doutrina e a validade escriturística.

É esse o caminho que os ímpios impõem à igreja enquanto irmãos sinceros, mas iludidos com as falsas promessas de resultados (e a ignorância escriturística é fundamental para se manter crentes em estado de coalizão com as forças malignas; os quais veem erroneamente os valores humanos como sendo de Deus), permitem-se cair na blasfêmia, no mundanismo, na rebelião e no desprezo ao Senhor.

A igreja que acredita louvar a Deus na carne (repito: com ritmos sensuais, contagiantes, eletrizantes, danças profanas, e técnicas do show business) está assentada no lamaçal do pecado, e receberá a disciplina ou a ira divina.
Porque a verdadeira adoração não é uma isca para fisgar espectadores através da musicalidade profana, da pregação artificiosa e antibíblicas; a verdadeira adoração é a submissão do crente a Deus, sujeitando-se à Sua vontade, e porque não, trabalhar para manter os bodes e ímpios fora da igreja ao invés de chamá-los para um acordo de paz, onde os bodes não cumprirão a parte assumida, mas dissimuladamente buscarão dispersar as ovelhas, se possível fosse, destruí-las.
Infelizmente a maioria dos adoradores modernos enquadram-se na sentença de Paulo: "Segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus" (Rm 2.5).

13 comentários:

Música, Ciência e Teologia disse...

JORGE:O preceito da verdadeira adoração é a obediência a Deus e a Sua palavra, as Escrituras Sagradas.
EU: Jorge, pelo que entendi do seu texto, além da obediência, também a forma é importante para a adoração. Por exemplo, um músico nordestino poderia, em obediência A Deus e a Sua Palavra, adforá-lO através de um baião?

JORGE:...apropriação dos sentimentos e valores do mundo...
EU: Jorge, alegria e amor são sentimentos do mundo ou do povo de Deus? Admiração, assombro, reverência e respeito são valores mundanos ou do povo de Deus? A adoração a Deus, creio eu, deve ter esses elementos também, além da obediência à Palavra.

Agora, quando um pianista consagrado ao Senhor toca uma sequência de acordes ele se apropria de uma valor (música) que não é exclusiva do mundo ou do povo de Deus. Será que me fiz entender?!?!?!?!?!

Até mais, abraço, Marcos.

Jorge Fernandes Isah disse...

Marcos,
é um prazer tê-lo por aqui. Esperava a sua visita há algum tempo...
Vamos à minha tentativa de resposta:
Primeiro, como Paulo disse, tudo é lícito ao crente, mas será que tudo é conveniente?
Segundo, se a minha atitude servir de pedra de tropeço para o irmão, então, ainda que não me faça mal, nem haja proibição expressa, devo recusar-me a fazê-lo.
Terceiro, o meu questionamento não é tanto ao método ou forma, mas os objetivos que estão por trás do método e da forma, ou seja, o de "arregimentar", facilitar a entrada do incrédulo e ímpio na igreja, com a seguinte mensagem: "venha para cá, aqui você se sentirá tão bem, que não precisará de novo nascimento, nem arrependimento, nem regeneração, nem nada. Você poderá fazer o que faz do lado de fora aqui dentro, sem problema algum".
É contra essa política de servilismo ao pecado, de pragmatismo, de se vender o Evangelho e uma imagem distorcida de Cristo, que não concordo.
Então, as igrejas acabam se enchendo de tudo o que mundo tem, diversão, entretenimento, prazer carnal, gozo mundano... quando a igreja não é para ser um lugar confortável, onde você entra como se estivesse numa passarela do samba, ou na arquibancada do Mineirão, ou num cinema. A igreja é o lugar onde o crente deve pisar com temor e tremor, sabendo que ali ele estará reunido com outros santos a fim de glorificarem a Deus, em submissão e obediência, como um escravo que somos de Cristo, o qual nos comprou por alto preço.
continua...

Jorge Fernandes Isah disse...

Continuando...

Basicamente o meu intuito foi esse, mas vamos às suas perguntas diretamente:
o músico nordestino crente pode tocar o que quiser, mas creio que mesmo fora da igreja ele tem de ser prudente, e mais do que isso, sábio; pois sabemos que o forró, o baião, o samba, o frevo e similares (nem sei mesmo a diferença entre uma e outra e se são tudo a mesma coisa) são ritmos voltados para a sensualidade, e muitos têm conotação nitidamente sexual, o que, convenhamos, não é algo que o crente deva corroborar e estimular. Portanto, porque levar tal tipo de música para a igreja? Com qual objetivo? Louvar a Deus? Ele não pode ser louvado por ritmos menos "quentes" e apimentados? Que tal à capela? Alguém se candidata?
Vejo claramente uma só explicação: fazer com que as pessoas se sintam na igreja da mesma forma que se sentem no mundo, e com isso, encher os bancos e os cofres, nada mais.
Pedro nos diz: "Não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus. Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias; e acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução... E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto SEDE SÓBRIOS E VIGIAI EM ORAÇÃO" (1Pe 2-4;7 - grifo meu).
Irmão, o que vemos, de uma forma geral, são espetáculos que em nada glorificam a Deus, mas exaltam ao homem. Quando vejo um pianista estraçalhar as teclas diante da igreja, ou um guitarrista fazendo um solo, ou um barítono alcançando a nota mais alta possível, ou floreios no cantar, floreios no dedilhar, no batucar, o que estou vendo não é nada mais nada menos do que o exibicionismo humano; e o homem tomou o lugar de Deus na adoração.
Isso eles devem fazer lá fora, nas salas de espetáculos, nos ginásios, em qualquer outro lugar, não na igreja. Na igreja não há lugar para virtuoses, nem falastrões, nem dorminhos, nem catedráticos, nem distraídos... nada que não seja um coração penitente e que louve, seja cantando, orando, pregando ou ouvindo atentamente a palavra, em e no Espírito de Deus; sóbrios e em estado de oração (não sei se conseguiria orar ouvindo o barulho e a microfonia de uma banda de death metal, por exemplo).
O Senhor criou tudo, inclusive os nossos sentimentos. Mas há de se entender que com a queda de Adão no Éden e a nossa própria queda juntamente com ele, todos esses sentimentos estão corrompidos, e, de certa forma, não são confiáveis pois nós mesmos não somos confiáveis. O que nos resta de verdadeiro é Deus e Sua revelação, a Escritura Sagrada, e é nela que devemos buscar o entendimento daquilo que Deus quer para as nossas vidas.
Por exemplo, quantos crentes o irmão conhece que seguem a exortação de Pedro de se alegrarem no fato de serem participantes das aflições de Cristo? (1Pe 4.13).
As igrejas se assemelham hoje, infelizmente, às feiras modernas, onde se vende de tudo para todos os gostos. Há cultos para velhos, então, vamos tocar hinos antigos. Há cultos para jovens, então, vamos tocar rock e funk. Há cultos para enamorados, então, vamos tocar dance e love songs. Há cultos para emigrantes nordestinos, então vamos tocar baião e forró. Há culto para ex-macumbeiros, então, vamos tocar samba de roda. E por aí afora vai.
Da mesma forma, a pregação tem sido corrompida, e tem atendido a todos os gostos, menos ao coração impenitente para que se arrependa e volte-se ao Senhor da vida.
Bem, acho que falei demais, e nem sei se lhe respondi. De qualquer forma, se não o fiz, perdoe-me.
Forte abraço, e volte sempre.
Cristo o abençoe.

Anonymous disse...

Concordo com o que diz, da música evangélica utilizar a sub-cultura popular e apelativa em nome de Deus e expandir o seu eco na ig., tornando o louvor tão banal como um pagode de mesa de bar. O que ve são artistas mediocres buscado lugar ao sol de qq. jeito, apelando p/ tudo possível p/ se dar bem, e isso representa fama, poder, dinheiro. Não sei aonde vamos parar. Deus tenha misericordia de nós.

Teóphilo disse...

Eu digo:

Deus criou o todo o metal do mundo, mas o homem, na sua concupiscência, inventou as armas.

Deus criou a música também, mas não pode ser responsabilizado pelos destinos dados a ela pelo homem: músicas sensuais, de revolta, de rebeldia... não há "resgate" para o homem por seus próprios esforços!

Esta é a mentalidade que está permitindo à apostasia se enraizar ainda mais profundamente nas intituições eclesiásticas atuais e convencer (nunca converter!) as pessoas de que estão servindo a Deus por cantarem musiquinhas bonitinhas... mas longe da Palavra!

Parabéns! Passei a te acompanhar e ganhou link no meu blog!

Marcos Antônio Ferreira disse...

Jorge, você está corretíssimo.
Há um detalhe muito importante no viver o evangelho de Cristo - a comunicação. Pregamos o evangelho de muitas maneiras - isto é comunicação. Se esta for esquisofrênica, será como aquele uso de línguas em confusão na igreja de Corinto. O indouto e o incrédulo não entende. Um louvor revestido de sensualidade jamais poderá falar de arrependimento e fé em Cristo.
A comunicação acontece por meio de simbologia. Se um tipo de música é símbolo de sensualidade, não adianta dar-lhe uma letra que fale de louvor, adoração e mesmo de arrependimento e fé em Jesus.
Assim, a forma tem sua importância sim! A forma de comunicar a graça do Espírito não pode evocar à memória os símbolos da carne.
Quer um exemplo da importância da forma? Quem tem coragem de usar um urinol como vazilhame para alimentação, em lugar de um prato de louça? Mesmo que seja tirado da loja, novinho, lavado até com soda cáustica, quem tem coragem? Na verdade, esse utensílio sempre será símbolo de depósito de fezes e urina, mesmo que seja novo e limpo.
Então, a simbologia conta e muito.

Oliveira disse...

Caro Jorge

Seu comentário explicativo e sua continuação ficaram até melhores do que a própria reflexão em si.

Concordo em gênero, número e grau mas.... tenho os meus preconceitos.

Preconceito pois eu não gosto na igreja (visível) de dança, não gosto de rítmos modernos, e estou naquele grupo dos "velhos" que preferem os hinos antigos.

As vezes não consigo distinguir se estou adorando ou me divertindo... pois queira ou não o cantar estes hinos me relembra a infância, alegra a minha alma e de uma certa forma acaba me divertindo... entenda como quiser.

Mas considero preconceitos (e não vou mudar), pois leio na Bíblia que existe dança como forma de adoração. Davi e Milca que o digam. Mas mesmo que seja bíblico, o meu preconceito impede de aceitar tal prática.

E estes dias no ensaio do coral da minha igreja, onde eu tiro algumas notas "virtuosas"... risos... conversando com meu amigo de lado sobre a letra do hino (uma daqueles mega tradicionais) e ele me explicou que este hino que eu gostava tanto e considerava um clássico cristão, tinha letra original popular e que foi alterada para letra cristã.... fiquei de boca aberta... o "causo" é que se passaram tantos anos cantando tal música que a mesma hoje nem tem mais conotação mundada.

Seria como se pegasse a música do Titanic, colocassem uma letra cristã, e depois de 300 anos ninguém mesmo lembrasse até mesmo a letra original.

Me entendes?

O que falar então da valsa?
Ritmo a serviço da sedução no século XV e que hoje existem as dezenas hinos no mesmo ritmo, basta pegar a harpa cristã, abrir no hino número 2 e cantar "Oh que saudosa lembrança... tenho de ti o Sião..." Lindo hino escrito em ritmo de valsa.

Eu sinceramente não penso em sexo e sedução quando canto este hino.

Por isto digo que eu sou preconceituoso.

Gosto do "tudo me é lícito, mas nem tudo me convém...."

Ou seja, seria lícito cantar lambada na igreja...? Até poderia mas somente daqui uns 300 anos quando este ritmo já não estará a serviço da sensualidade como hoje está.

Então no meu preconceito, lambada hoje nem pensar.... mas num futuro distante... quem sabe?

A mesma coisa se aplicaria a valsa, no século XV, nem pensar.... mas hoje, eu e tu provavelmente cantamos valsa para louvar a Deus.

Um grande abraço

Jorge Fernandes Isah disse...

Anônimo,
obrigado por seu comentário. Apenas um aparte: a Igreja verdadeira, a Noiva de Cristo, estará sempre segura nas mãos do Noivo, e jamais cairá em apostasia, nem negará o Evangelho, nem se entregará às práticas mundanas. Portanto, o que vemos são igrejas ditas "cristãs" que se corromperam à mensagem do mundo, seja o pragmatismo, o psicologismo, o edonismo, etc, tornando o culto anticristão; a incorporar elementos pagãos que nada têm a ver com a Palavra e a verdadeira adoração a Deus.
Abraços, e volte sempre.

Jorge Fernandes Isah disse...

Téophilo,
Sempre acompanho o seu blog; obrigado por incluir-me em sua lista, sinto-me honrado.
Você ainda não me respondeu àquela pergunta sobre informática, lembra-se? Ainda estou precisando de ajuda... rsrsrs...
Cristo o abençoe cada dia mais na missão de proclamar o Seu Evangelho, na defesa da Verdade.
Obrigado pelo comentário.
Volte sempre!
Abraços.

Mário Márcio Barros da disse...

Caro Jorge,

O que Deus olha nos corações, não é o ritmo da música, mas a motivação sincera do Espírito Santo. Para exemplificar, cito o caso de um missionário da Jocum, conhecido meu que esteve em Moçambique e, ao presenciar os louvores dos crentes moçambicanos, escandalizou-se com o ritmo, pois - para ele - era semelhante aos existentes nos terreiros de candomblé do Brasil. Conversou sobre isso com os pastores locais, porém concluiu que os nativos só conhecem e foram educados desde criança com aqueles ritmos. E é com eles que louvam a Deus na maior pureza de seus corações.
Então, a única coisa que temos de fazer é questionar a motivação que nos leva a adotar este ou aquele ritmo para o louvor nas igrejas. Lembrando, também, que a música é dom de Deus, mas o diabo veio para roubar, matar e destruir e... dar finalidade pecaminosa à música também! Os ritmos são de Deus. Até o que o diabo pensa que tem, não é dele.

Jorge Fernandes Isah disse...

Pr. Marcos,
excelente comentário, e oportuna a explicação sobre a questão da comunicação. Sim, a maneira como se louva é fundamental para se ter uma adoração santa. Muitos acabam por aderir ao mundanismo por ignorância, desconhecimento bíblico, mas o que mais me incomoda são os objetivos que levam as igrejas a adotá-lo, e ao final, isso contamina toda a congregação; e irmãos, antes ignorantes, passam a avalizar tal método e se tornam em ignorantes superlativos, pois os resultados são visíveis: a igreja enche-se de espectadores e oportunistas variados, e com isso arrecada-se mais dinheiro aos cofres, e a consequência direta são bancos novos, púlpito novo, reformas no prédio, veículos próprios, emissoras de rádio, tv, escolas, agências de turismo, e por aí fora. Tudo muito bonitinho ao olhos do mundo, mas podre em sua essência e diante dos olhos de Deus, porque a Palavra é preterida, e juntamente com ela a obediência é escamoteada, e o que se tem é uma igreja fora dos padrões escriturísticos. Como tão bem o pr. frisou, na analogia ao urinol.
Oremos para que Deus nos santifique dia após dia, e que não nos sirvamos de urinóis, achando que são pratos de porcelana.
Cristo o abençoe imensamente.
Forte abraço.

Jorge Fernandes Isah disse...

Natan,
sempre um amigo fiel.
Compartilho de boa parte dos seus "preconceitos", mas todos tempos preconceitos, não? Em especial, preconceitos contra o pecado, a idolatria, o embuste do antievangelho e da falsa adoração. Somos perfeitos? Não! Mas é nossa obrigação, se amamos a Igreja como Cristo a ama, lutar para afastar dela a menor influência das práticas alheias e contra o Evangelho.
Em relação à essa história de que os hinos tradicionais e seculares (no sentido de tempo, não de mundo) são canções populares "convertidas" ao cristianismo, tenho lá as minhas dúvidas. Li recentemente que muitos acusam Lutero de ter se apropriado de canções das tabernas alemãs para fazer hinos de louvor. Segundo o autor do livro, Lutero era um compositor prolífico, e utilizou-se de parte de uma canção popular para fazer um hino, mas pouco depois, arrependeu-se, compôs outra melodia e abandonou a original ou "convertida", que na verdade era inconversa.
Nunca fiz um estudo aprofundado sobre o tema, mas tenho minhas dúvidas se pessoas tão zelosas pelo Evangelho (contudo, falíveis) como Lutero, Calvino e os puritanos usariam de tática tão vulgar. Não duvido que outros pseudos-crentes pudessem adotar esse método, e hoje, cantemos seus hinos. De qualquer forma, essa questão está um pouco além do entendimento da maioria de nós,
por impossibilidade de averiguação.
Quanto à valsa, por mais sensual que seja, ela sequer se aproxima da grosseria e do caráter apelativo de ritmos como o forró, a salsa, o funk e congêneres.
Em relação à lambada, nem em mil anos ela poderá se "converter".
No meu preconceito, ela já está irremediavelmente condenada.
Cristo o abençoe!
Forte abraço.

Jorge Fernandes Isah disse...

Mário Márcio,
a questão apontada por você já foi respondida no meu comentário ao Marcos, e outros irmãos abordaram os mesmos pontos.
Não os repetirei, mas deixaria uma pergunta: Se uma tribo de canibais fosse evangelizada, seria conveniente permiti-los canibalizar? Se uma tribo de prostitutos(as)-cultuais for evangelizada será aceitável que continue com a sua tradição?
Eles podem ser sinceros em suas tradições ou culturas, e ainda assim estarem errados biblicamente. Esse tipo de música evoca espíritos e deuses pagãos (na verdade, o diabo), e não sei porque um erro tem de ser mantido por tradição. A ICAR apela para isso a fim de manter suas práticas antibíblicas, e muitas igrejas ditas evangélicas seguem-na no erro.
Como o crente é um novo homem em Cristo, e tem a mente de Cristo, ele "nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2Co 5.17). Então, porquê e para quê manter as velhas "manias"? Não será por culpa da igreja, ao não se importar em revelar-lhes o verdadeiro Evangelho, em discipular com zelo suas novas vidas, que eles se mantém na ignorância?
Sinceramente, não vejo nas Escrituras respaldo para a negligência, para se eximir de pregar toda a Verdade. E, certamente, o erro é muito maior dos missionários e evangelistas do que dos novos-convertidos. O Evangelho de Cristo não pode ser proclamado pela metade ou fracionado. Sem isso, pode-se "fabricar" conversões artificiais.
Restringir o Evangelho ao apelo, ou ao aculturamento, representará diminuí-lo, porém, permitir que se mantenham práticas antibíblicas por tradição é diminui-lo igualmente.
Cristo o abençoe!
Obrigado pelo comentário, e volte sempre.