segunda-feira, 27 de julho de 2009

AUTONOMIA DO HOMEM: REJEIÇÃO AO EVANGELHO

















Por Jorge Fernandes

Vejo pessoas saindo da igreja, trocando-as como se mudam peças de roupas. Vejo pessoas difamando outras pessoas quando, há pouco tempo, eram elogiadas. Vejo pastores cairem da semideidade (na visão de muitas ovelhas) para a completa demoniedade (na visão das mesmas ovelhas). Vejo amizades ruirem. Comunhão desfeita. Mas afinal, por que abandonar uma igreja local por outra?
Primeiro, quero dizer que nem todo o que se diz crente tem compromisso com o Corpo de Cristo. A igreja é instituição do próprio Senhor, não é algo meramente humano, ainda que seja composta por homens. Foi por ela que Cristo morreu na cruz do Calvário, resgatando-a "com seu próprio sangue" (At 20.28, Ef 5.25, 1Pe 1.18-19). Deve-se ater que a cabeça é Cristo (Ef 1.22), o Filho de Deus (Mt 14.33, Mc 1.1, Jo 3.18), a 2a. Pessoa da Trindade Santa (Jo 1.1-4, 1Jo 5.7) , "sendo ele próprio o salvador do corpo" (Ef 5.23). Portanto, desprezar a igreja é fazer o Senhor indigno.
Segundo, quais motivos podem conduzir o crente a abandonar uma igreja? Poderia citar vários que têm levado irmãos a afastarem-se do Corpo, mas não é esse o meu objetivo. De qualquer forma, indicarei dois casos (poderia ser apenas um, dada a sua correlatividade), os quais parecem mais rotineiros:
1- Pregação: muitos irmãos se sentem incomodados quando são alvos da pregação. Quando digo alvos, não quero dizer que o pastor, deliberadamente, prega especificamente para um ou mais irmãos (existem os que assim agem). Se é-se filho de Deus, então, o filho é o alvo da correção do Pai, o qual usará seus ministros para exortar, repreender, disciplinar, como está escrito: "o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho" (Hb 12.6). A pregação é o instrumento divino para que o pecador seja confrontado pela santidade de Deus e, assim, abandone o espírito de iniquidade. Porém, o que acontece na maioria dos casos? O crente arrepende-se? Desvia-se do mal? Infelizmente, muitos estão inchados pelo orgulho e vaidade, e o que ocorre é que, ao invés de se ouvir a voz de Deus, o crente irá, se não tirar satisfação com o pastor, simplesmente, abandonar a igreja em favor de outra menos "legalista" (cuja palavra tem adquirido significados que podem abranger uma gama espetacular de sentidos, quase sempre, improcedentes).
2- Disciplina: Diretamente ligada ao item 1, as igrejas que aplicam a disciplina bíblica são também alvos dos vários sentidos contradizentes da palavra "legalismo". Novamente, ao invés do crente entender que o objetivo da disciplina é, primeiramente, o arrependimento do pecador e sua reconciliação com Deus (Mt 18.15-17), ele vê a igreja como um organismo tirânico, despótico, destituído de amor fraternal. Mas é exatamente o contrário. A igreja, por amor a Deus e ao membro, tem o dever e a autoridade divinas para corrigi-lo. Porém, o disciplinado vê, unicamente, o seu orgulho ferido, e insuflado pela vaidade, tem "cauterizada a sua própria consciência" (1Tm 4.2). Contudo, "se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos" (Hb 12.7-8).
Interessante como Paulo co-relaciona os que cometem heresia/pecado com os que defendem a fé: "Porque antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vós dissensões; e em parte o creio. E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós" (1Co 11.18-19). Deus não escolheu plantar na igreja apenas o trigo, há também o jóio; não somente as ovelhas, mas também os bodes; para que, através dos bodes e do jóio fique manifesto quem é trigo e ovelha. Ora, se não há os defensores da verdade, se não há vozes que se levantem contra a injustiça, todos são mentirosos e injustos; se não são, mas apenas consentem com os que são, e conhecendo o juízo de Deus, igualmente são dignos de morte (1Rm 1.32).
Quanto ao incrédulo na disciplina bíblica, como autoridade investida por Deus para o arrependimento e o retorno à verdade, basta consultar os seguintes textos, dentre muitos, além dos já indicados: 1Co 5.4-5, 13; 2Ts 3.6, 14; Tt 3.10.

AUTONOMIA: CADA UM POR SI
Estes dois exemplos refletem claramente a quantas anda a vida cristã. O secularismo injetou o veneno da autonomia humana na igreja, e o que se vê, são cristãos completamente livres de qualquer autoridade, insubordinados, fazendo o que lhes dá na telha, donos do próprio nariz. Essa é, por acaso, uma atitude cristã? Ou não passa de uma simples impostura mundana aplicada à uma pretensa vida cristã? Paulo diz: "Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus" (1Co 6.10). O apóstolo diz, inconfundível, que o nosso corpo não mais nos pertence, do qual não somos donos (na verdade, nunca fomos, pois, antes, éramos servos do pecado [Jo 8.34]), logo, somos servos, escravos, d´Aquele que pagou alto preço por nossas almas. Aos que se julgam independentes, saibam que não existe independência, ou o homem é escravo de Deus, ou é escravo do diabo. Não há meio-termo, não se pode estar de um lado e do outro ao mesmo tempo, nem servir a dois senhores, "porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro"(Lc 16.13).
Qualquer atitude que não seja para a glória de Deus, que vise exclusivamente manter-nos no estado de autopiedade, autobajulação, autovitimação... um estado que nos coloque no centro de nossas decisões à margem da revelação escriturística, não passará de pecado, desobediência, e reflexo da inconversão ou da imaturidade espiritual. Naquele caso, é necessário Deus resgatá-lo das trevas, dar-lhe o novo-nascimento, justificá-lo. Nesse, o crente ainda é um menino, independente de quantos anos esteja convertido, criado com leite, não com carne, "porque ainda sois carnais" (1Co 3.3), e não se pode falar com eles como se fala a espirituais, "mas como a carnais, como a meninos em Cristo" (1Co 3.1).
A doutrina da igreja nunca se perdeu em meio aos delírios filosóficos invidualistas, onde, cada um por si determina como deve ser a administração da sua vida. Pelo contrário, Deus estabeleceu a igreja como o local onde os santos se reunem para, conjuntamente, louvar, reverenciar e bendizer ao Senhor; para, conjuntamente, edificarem a igreja através dos dons que Deus pôs a cada um dos membros (1Co 12.28; 14.12); "para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" (Ef 5.7); para, amando uns aos outros, o amor de Deus ser revelado em nós (1Jo 4.7); para que cada membro sujeite-se à cabeça, Cristo. Sendo assim, não devemos pensar de nós mesmos além do que convém; "antes pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um" (Rm 12.3), sendo diariamente renovados pela "boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2); ou seja, a minha vontade será verdadeira quando ela estiver resignada e em conformidade com a vontade divina. O autônomo estará sempre contrário, em rejeição à vontade de Deus; na condição de incrédulo, a sua vida refletirá as características do homem natural, sem Deus, inconverso. Nele, não há o abandono da verdade, mas o desconhecimento da verdade, típico de quem está envolto em trevas, preso à vontade de satanás, carente da graça e libertação divinas. Esse homem finge-se crente, quando, na verdade, é descrente.

QUANDO SAIR DA IGREJA
Então, chega-se à pergunta inevitável: quando e por quê sair da igreja?
Primeiro, vimos que a maioria dos crentes que se afastam da igreja local o fazem por abandonar os princípios bíblicos em favor do pecado do orgulho e da vaidade. Porém, será que todos os casos enquadram-se nesse perfil? Não. Muitos saem da igreja porque mudaram de lugar (bairro, cidade ou país), o que é correto, nenhum crente deve ficar sem congregar, sem unir-se a outros santos. Contudo, outros apegam-se a fundamentos não-cristãos, antibíblicos e eivados:
1-Motivados pela supertição de que se pode conseguir uma "bênção" em tal igreja ou pelas mãos de tal pastor, fica-se a pular de galho em galho, sem qualquer sinal de pertencer ao Corpo, egoisticamente buscando somente "o que é seu, e não o que é de Cristo Jesus" (Fp 2.21) .
2-Porque certa igreja é mais acolhedora, tem atividades sociais intensas, o louvor é mais "quente", está na moda, ou ela dá ao frequentador um "status" maior do que a pequena igreja do bairro.
3-Porque, simplesmente, poderão continuar vivendo a vida que sempre viveram, no pecado e afastados de Deus.
Especialmente nesses casos, tratamos com incrédulos, não com crentes. Mas, e estes? Quando sair? "Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos" (Is. 52.11). A ordem do Senhor é imperativa: sair do meio dela! Paulo reverbera essa ordem: "Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor" (2Co 6.17). Há o mandato, mas quando ele se dá? Quando a doutrina da igreja não está fundamentada no Evangelho de Cristo. Quando a mentira contaminou a pregação. Quando a santidade deu lugar à impostura humana. Quando Deus é substituído pelos ídolos humanos. Quando se prega algo que, mesmo parecendo com o cristianismo, afronta a Cristo e Sua mensagem. Quando subterfúgios e artimanhas são iscas para pescar os néscios, e mantê-los à margem da verdade, imersos na ignorância, como cegos conduzidos por cegos em direção à cova (Mt 15.14). Em resumo: quando Deus e Sua palavra são desprezados, e o homem está subordinado à própria mente caída e pecaminosa, o que sobra é um arremedo de cristianismo, no qual não há salvação, tropeçando "ao meio-dia como nas trevas, e nos lugares escuros como mortos" (Is 59.10).
Divergências doutrinárias e de opiniões (desde que a base do Evangelho: a divindade de Cristo, Sua expiação e ressurreição, não sejam rejeitados) não são suficientes para o crente sair da igreja. É preciso algo realmente forte: aquela igreja não ser mais uma igreja, mas um local destruído pelo pecado, a ante-sala do inferno, gerenciada pelo diabo e seus demônios. Onde a Bíblia é relegada, não há igreja. Onde Cristo é ignorado, não há igreja. Onde Deus é diminuido, não há igreja. Onde a própria igreja não se vê como tal, é possível haver igreja? Onde o homem é alçado ao trono, como aquele pelo qual Deus deve se adaptar, ali não há igreja. Não no sentido bíblico, não como um projeto divino, nem a reunião dos santos. Saí pois do meio deles, porque Deus não os tem por filhos e filhas, nem é-lhes Pai.

CONCLUSÃO
Há de se entender que a mais pura igreja não está isenta de erros, pois, como disse, ela é formada por homens imperfeitos e falhos, e nem todos são ovelhas do Bom Pastor. Então, não pode ser um problema insignificante, nem a discordância em pontos menores, ou a vontade carnal e infundada, que moverá o crente para outro lugar. É-se necessário orar; considerar atentamente a Escritura; buscar o conselho de cristãos maduros, homens tementes, humildes e reverentes a Deus, para não haver imprudência, precipitação e prejuízo para o corpo local.
Faz-se necessário também o alerta quanto aos erros, primeiro, à liderança da igreja, depois aos demais irmãos. A omissão jamais deve ser uma característica cristã. Deve-se fazer o possível (sempre em estado de oração) para que a igreja volte ao caminho do Evangelho, sujeitando-se a Cristo.
A saída não pode ser uma simples opção, mas algo inevitável. Não deve ser sorrateira, como se fosse uma fuga, mas motivada consistentemente. E a igreja deve saber detalhadamente quais são as causas da saída do membro.
Da mesma forma, ao se escolher outra igreja, tem-se o dever de explicar os reais motivos da transferência; e cada igreja cuide para não dar guarita, abrigo, a "lobos cruéis" que visam dissipar o rebanho, não o poupando (At 20.29). Cada igreja é responsável por si, e se há o amor de Cristo em seu meio, ela honra-lO-á, zelando pelo Seu corpo.*
Sejamos todos sujeitos uns aos outros, revestindo-nos de humildade, "porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes" (1Pe 5.5).

* 1- Há de censurar-se o descuido e o pouco caso com que muitas igrejas recebem membros de outras igrejas, sem ao menos questionar o motivo da transferência, sem buscar informações sobre a vida do novo membro junto ao antigo corpo local. E, essa atitude é puro desleixo, desamor para com Cristo e a Igreja. Invariavelmente, ou quase, porque há exceções, ao acolher-se um estranho, está-se a acobertar rebeldes autônomos, dissidentes. Seria o mesmo que, guardadas as devidas proporções, dar asilo político a terroristas assumidamente censuráveis. Por isso, muitas igrejas trazem para a comunhão pessoas não-convertidas, impostores, espiões do maligno, dispostos a servi-lo diligentemente; por pura falta de vigilância. Como soa o alerta do Senhor: "Vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo". (Mc 13.33).
2- Não tenho pretensão de ser exaustivo quanto ao tema, pois nem todos os casos enquadrar-se-ão aqui, apenas abordei alguns pontos que considero fundamentais à questão.


8 comentários:

Anonymous disse...

O que você acha de crente que não quer congregar, por considerar as igrejas apostatas? Eles são salvos?
Gustavo

Janirson Gomes Reis disse...

A verdade é que cristãos não querem obedecer a Deus, o ego fala mais alto, o prazer, o individualismo e a igreja acaba sendo um lugar de vaidade, como disse Salomão: Atentei para todas as obras que se e fazem debaixo do sol; e eis que tudo era vaidade e desejo vão (Ecl 1.14). Acaba cada um por si, conflitos, disputas, brigas e a igreja esquece do seu papel de pregar a doutrina cristã. Acaba que a unidade que Paulo falou não existe, são grupinhos pra todo lado, cada um ditando o que acha certo, e esquecendo que a única coisa certa e verdade é a palavra.
Por isso a igreja esta tão fraca, claudicande, perdida, sem rumo. É como Jesus disse: Quando o filho do homem voltar achará fé na terra? Eu digo que poucos serão achados fiéis a Deus.
Vem logo Jesus.

Oliveira disse...

É uma "faca de dois gumes", de um lado cada um de nós cuidando para sempre estar (na medida da Escritura) sujeito uns aos outros, e de outro lado os pastores cuidando para não se tornarem coronéis achando que em nome de Deus podem tudo sobre todos.

Sobre a pergunta "achará fé na terra"? É uma pergunta ética e não afirmação profética, assim eu de minha parte digo, na realidade não digo eu, mas a escritura assim afirma, que o Reino crescerá até que todas as famílias das nações o adorem. E como vejo que isto ainda não se dá na história penso que ainda há muito a se fazer enquanto igreja, então mãos-a-obra, se ficarmos de braços cruzados quando Ele voltar achará fé na terra? Mas se partirmos para a luta missionária em prol do Reino, quando Ele voltar achará fé na terra?

Jorge Fernandes Isah disse...

Gustavo,
A salvação é um dom de Deus, operada por Deus em nosso coração; não é obra que se possa realizar por nossa vontade ou decisão. Teoricamente, seria possível Deus salvar irmãos que não congregam ou jamais congregarão, contudo, fica a pergunta: Se Deus criou a Igreja, criou-a com um propósito definido, o qual é a proclamação do Evangelho de Cristo e reunião dos santos. Senão, o Senhor não a instituiria, e manteria cada salvo individualmente realizando a Sua obra.
Logo, chegamos à conclusão de que o lugar do crente é na igreja local, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo, servindo-O como membro do Corpo.
O fato de Paulo relacionar o crente como membro do corpo já nos dá a idéia de que não há cristianismo individualista, de que a idéia de crente isolado e solitário não existe (talvez seja até possível em um primeiro momento, mas pela graça de Deus, esse crente não permanecerá muito tempo só).
Igrejas apóstatas não impediram nem impedirão o santo de congregar com outros santos; ele rejeitará a apostasia, e Deus o destinará a uma assembléia onde o povo de Deus se reuna pelo poder do Espírito Santo.
O que acontece, na maioria das vezes, são pseudo-crentes (as vezes, crentes verdadeiros) que se rebelam contra mais essa ordem escriturística, ficam a atirar para todos os lados, com o claro objetivo de difamar e destruir o alvo de Deus na terra: o Seu povo. Esses não são crentes, e no caso dos que são, Deus os disciplinará, e, creio, no fim, eles se sujeitarão à vontade do Senhor, e voltarão à Sua casa.
Outro indicativo de que um crente é verdadeiro ou não é a sua submissão à vontade de Deus. Ele terá em seu íntimo o desejo fervoroso de se unir a outros irmãos, de ter comunhão com os santos, e como membro do Corpo, realizar a obra divina que nos foi destinada fazer.
Para concluir, crente fora da igreja pode ser salvo? Em princípio sim, se o crente não permanecer muito tempo fora da igreja. Não creio que um salvo possa permanecer por anos e anos a fio fora da igreja, seria o mesmo que imaginar um braço ou uma perna amputados sobreviver normalmente sem o corpo. Isso pode até acontecer por uma fração de tempo (o membro é congelado para não necrosar, e numa cirúrgia, é reimplantado no corpo). Da mesma forma, um membro do Corpo de Cristo não pode permanecer fora do corpo; a menos que não seja do Corpo. E aí, ele já estará morto.
Outro indicativo de que se trata de um salvo é que, ele, ainda que não concorde com muito do que acontece na igreja, não ficará buscando e apontando apenas os erros. O verdadeiro crente, ainda que seja crítico (no sentido de não perder o sentido crítico bíblico) não verá somente as falhas, nem buscará a destruição da igreja, mas, juntamente com outros irmãos, labutará para santificá-la, e se apegará naquilo que a igreja tem de bíblico em sua essência.
Por amor a Deus e à Igreja, ele sabe que a perfeição somente ocorrerá na eternidade, mas que aqui cabe a cada um de nós zelar pelo Corpo, o qual Cristo resgatou com o Seu próprio sangue.
Abraço. Volte sempre.
Cristo o abençoe!

Jorge Fernandes Isah disse...

Janirson,
Obrigado pelo seu comentário.
Bem, sabemos que a igreja tem erros mas, se olharmos e buscarmos aquilo que de bom ela tem, pelo poder de Deus, ela cumprirá a missão que lhe foi destinada pelo Senhor.
Muitos vivem de escarnecer, detratar e destruir o Corpo de Cristo e, as vezes, embarcamos nessa "canoa-furada". Se ao invés disso, orarmos para que o Senhor nos santifique, capacite, dê-nos sabedoria e discernimento para obedecer seus mandamentos, acredito que muita coisa mudaria.
Apontar os erros é algo importante, mas mais importante é viver o Evangelho, testemunhá-lo com nossas vidas, e isso representa o que muitos refugam: viver em submissão a Cristo; onde as coisas do Senhor e não as nossas são importantes.
E se elas são importantes, buscaremos por elas, obstinadamente, servindo-O.
A oração, a constante leitura bíblica, uma vida sujeita à Lei Moral, a abominação do pecado, o auxílio ao próximo (espiritual e material), entre outras coisas, é o papel da verdadeira igreja. Nada de pirotecnia, nada de pragmatismo, nada de hedonismo, nada de individualismo, nada de "show business". Como o Senhor Jesus diz da Igreja: "E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim (Jo 17.22-23).
Forte abraço. Volte sempre.
Cristo o abençoe!

Jorge Fernandes Isah disse...

Natan,
Primeiramente, obrigado por sua visita a BH. Ainda que o nosso convívio tenha sido por algumas horas (eu e minha esposa, você, sua esposa, filha, sobrinho, cunhadas e cunhado, sogro e sogra) foi realmente uma bênção de Deus o nosso encontro.
Ter diante de mim uma família temente a Deus, e que se dispos a viajar quase oito horas (ida e volta de Juiz de Fora-BH) em um dia, apenas para me visitar (e conhecer a bela BH, apesar do PT), muito honrou-me. Agradeço ao Senhor por essa oportunidade, o que, espero, fortaleça ainda mais a nossa amizade.
Quanto a questão da igreja ser uma faca de "dois gumes" como você afirmou, acho que o erro está na perspectiva com que se encara o ministério pastoral e a membresia. Se atentarmos que a Bíblia estabelece claramente a distinção entre os vários dons que Deus destinou ao Corpo (ou seja, cada membro tem uma função diferente e uma utilidade diferente dentro do propósito divino), ainda assim, veremos que, tanto o pastor como as ovelhas são membros do Corpo de Cristo, e as decisões na igreja não são exclusividade do pastor, mas de toda a igreja.
Acontece que muitas ovelhas não querem se "meter" nos assuntos da igreja, como se não fizessem parte dela. Em contrapartida, há pastores que se consideram "donos" da igreja (há muitos que realmente são, onde Cristo não é o Senhor e Rei; mas o pastor e sua família estabelecem uma dinastia sucessória, até que outro "monarca" destitua-o e assuma o trono, e assim, esse novo rei e sua família passam a ditar as ordens), e nesse caso, não vejo-a como parte do corpo de Cristo, ainda que exista um ou outro irmão que são pertences ao Corpo universal.
Um pastor que se investe da posição de coronel ou delegado, não é pastor, nem está qualificado para tal. As decisões são tomadas por toda a igreja, e não exclusivamente por um ou dois membros.
Quando um irmão não se sujeita a outro (e aqui encontramos o princípio também da autoridade pastoral), a autonomia ganha sua forma mais devastadora: rejeitar-se-á, fatalmente, o princípio estabelecido pelo Evangelho: o amor a Deus e ao próximo. Como João diz: "Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros... Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade" (1Jo 3.11;18).
Ainda que não concorde com a sua interpretação sobre a pergunta "achará fé na terra?", concordo com o que disse: "se partirmos para a luta missionária em prol do Reino, quando Ele voltar achará fé na terra?". A minha resposta é: sim, Cristo encontrará, infalivelmente, os eleitos em fé, mas, sobretudo, batalhando pela fé, proclamando o Seu Evangelho do Reino.
Mande um forte abraço a todos os seus queridos.
Cristo o abençoe e a sua família!

Anonymous disse...

A igreja não é policia para ficar vigiando e punido. Esta visão policial é opressiva e tem levado as pessoas a fugir da igreja. Por pensamento assim é que ela está deixando de ser o que devia, um lugar de descanso do homem, não uma máquina represora.

Jorge Fernandes Isah disse...

Anônimo,
É interessante como as palavras "opressiva", "repressora", ganham ares de pretensa piedade e compaixão no discurso liberal, quando na verdade se mostram, verdadeiramente, como insubordinação a Deus e a Sua palavra.
Anônimo, a sua visão da igreja é estereotipada e claramente antibíblica. A igreja não deve se adequar ao padrão secular, nem à vontade do homem. A igreja tem se sujeitar a Cristo, proclamar o Seu Evangelho e vive-lo. Parece repetitivo o que estou a dizer, mas é necessário para que, pessoas como você, entendam que a igreja serve a Deus, não ao homem.
Da mesma forma, o crente tem de se sujeitar a Cristo e Sua mensagem, e esquecer a balela imposta pelos liberais de que sem autonomia o crente não passa de um oprimido. Essa mentira é perpetrada exatamente para que eles mantenham o homem preso ao pecado, a rebeldia, ao desprezo a Deus (e desta forma, sintam-se "livres" como escravos do pecado).
Como Paulo diz: "Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; e estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência" (2Co 10.5-6). Em outras palavras, o crente estará cativo e obediente a Cristo, sendo, portanto, escravo, servo do Senhor. Não há autonomia na Bíblia. Nem na história. Nem na vida daqueles que se dizem autônomos. Como disse no texto, ou se é servo de Deus, ou se é servo do diabo. Não há meio termo. E o que você proclama é exatamente isso: uma igreja servindo a satanás. Portanto, essa não é a igreja instituída por Deus, nem é o alvo da graça de Deus.
O modelo do "faça o que quiser da sua vida" pode significar alguma coisa para o incrédulo (ainda que o incrédulo esteja tão cegado a ponto de não perceber a impossibilidade de fazer da sua vida o que quiser, pois ele procurará sempre servir ao pecado e ao mal. Porém, essa disposição interior do incrédulo não impedirá Deus de utilizá-lo para cumprir os Seus propósitos, inclusive, do incrédulo fazer o bem e ser justo, vez ou outra).
A você, anônimo, oro para que Deus quebrante o seu coração e, um dia, possa alegrar-se de servir a Cristo, e onde você estiver ali estará o Senhor, e o Pai o honrará (Jo 12.25); porque "quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna" (Jo 12.24).
Cristo o abençoe!