Por Jorge Fernandes Isah
Há algo que realmente não entendo, e do qual não li, até agora, nenhuma explicação plausível para o sua veracidade. Os exegetas e hermeneutas reformados(1) sempre afirmam que a Escritura é inerrante, divinamente inspirada e infalível, contudo, esse conceito não é corroborado em relação às cópias e às traduções. Algumas simples perguntas:
Primeiro, se as cópias e traduções não são infalíveis, como saber se o original é?... Talvez, respondam: o texto bíblico afirma que a Escritura é infalível... Tudo bem, concordo. A Escritura diz isso de si mesma. Mas se o que temos são cópias e traduções do original, o qual já não existe, é possível inferir então que nem tudo que está escrito na Bíblia é correto, certo? Já que elas (as cópias) não são infalíveis, inerrantes e divinamente inspiradas, como saber se o que está escrito é certo ou errado?
Segundo, outros diriam: O volume de cópias contendo um mesmo princípio e texto revela que ele é verdadeiro... Mas se as cópias não são infalíveis, não é possível ao erro ser copiado inúmeras vezes e constar de inúmeras cópias, permanecendo como erro, a despeito da quantidade de provas da sua existência?
Terceiro, Deus, o qual garantiu a infalibilidade, inerrância e inspiração da Bíblia não seria poderoso o suficiente para "garantir" que as cópias(2) também permanecessem tal como os originais, e fossem fielmente transmitidas nos séculos vindouros? Por qual motivo Ele não preservaria essas qualidades às cópías, visto que elas chegariam ao Seu povo, no futuro, como a expressão da Sua revelação ao homem?
Muitos teólogos e estudiosos dizem que apenas os originais ou autógrafos são inerrantes, infalíveis e divinamente inspirados. Porém, como é possível que se saibam inerrantes, infalíves e divinamente inspirados se não existe um só autógrafo na atualidade para comprová-lo? Existindo apenas cópias desses originais, as quais, para eles, não detém as características dos autógrafos, o que teríamos seria a Palavra fiel de Deus? Em outras palavras, o que eles defendem é a impossibilidade de se crer naquilo que as cópias dizem, ainda que o digam dissimuladamente; enquanto outros, descaradamente, confirmam essa falsa premissa.
Pelo que consta, apenas o pr. Paulo Anglada(3) entre os reformados, sustenta a fidelidade das cópias, as quais mantêm as mesmas virtudes dos originais. E junto-me a ele em coro. Não é possível eu pegar a minha Bíblia e lê-la, acreditando ser a Palavra de Deus, sem que ela seja inspirada, inerrante e a infalível revelação do próprio Deus. Do contrário, seria um livro qualquer, e não a regra de fé e vida do cristão. Como os liberais e emergentes asseguram: seria apenas um livro moral entre tantos livros morais existentes.
Portanto, para mim, permanece um enigma essa declaração dos exegetas reformados (pelo menos, parte deles), e os seus argumentos levam-nos a apenas uma constatação: a Bíblia que lemos pode não ser a Palavra de Deus. E isso, no mínimo, é um absurdo, visto que eles mesmos são guiados e orientam outros a guiarem-se por ela.
Pode as cópias conterem algo que o texto original não contém? Não. A própria palavra de Deus garante que a Bíblia é a expressão da revelação divina, e de que Ele preservá-la-ia fielmente contra qualquer corrupção (Dt 4.2, Jr 1.12, Sl 119.160, Mt 24.35,1Pe 1.23-25).
Desde a igreja primitiva, por exemplo, sabe-se que as cartas paulinas eram copiadas e lidas em várias igrejas em continentes diferentes (circulavam entre as inúmeras igrejas), e nem por isso pairou qualquer dúvida quanto à sua legitimidade.
Para mim, é apenas mais uma contradição humana entre tantas que os religiosos evangélicos têm. E o que fica, ao fim, é a Escritura infalível, inerrante, poderosa e inspirada divinamente: a palavra do bom e gracioso Deus(4).
Notas: (1)Não é uma crítica exclusiva aos reformados, nem um tom de criticar os reformados. É que o crente, reformado ou não, no intuito de, muitas vezes, garantir a veracidade de algum dogma ou conceito, se cerca de "garantias" humanísticas provenientes em sua maioria da ciência, em especial da metodologia, arqueologia e filosofia que, ao invés de assegurar, confunde aquilo que é explícito na revelação escriturística. Os reformados acertam na maioria dos seus princípios, mas não dá para concordar naquilo em que erram. É pouco, mas ainda assim, são erros. E o que falar dos batistas (e sou um batista), dos pentecostais e neo-evangélicos?
(2)Interessante que os textos utilizados para as diversas traduções até o séc XIX foram o Texto Massorético hebraico e o Textus Receptus grego (Texto Majoritário; nas língua originais), os quais perfazem mais de 98% das cópias preservadas ainda hoje; onde há uma impressionante uniformidade textual e, historicamente, foram desde o princípio recebidos pela igreja como cópias fiéis do texto original.
A partir da metodologia "crítica" adotada por Westcott e Hort, cuja base é simplesmente a de “confiar” na cópia mais antiga, na cópia mais próxima do original, mormente os códices Sinaítico e Vaticano (texto eclético; menos de 2% das cópias), o espírito cientificista e racional tem procurado levar ao descrédito o Texto Majoritário.
Somente entre os textos ecléticos há mais de 3.000 diferenças entre si, e muito mais em relação ao Texto Majoritário (o qual, como já disse, tem uma uniformidade maravilhosamente admirável).
(3)O pr. Paulo Anglada é pastor presbiteriano da Igreja Presbiteriana Central do Pará, proprietário da Knox Editora, e autor de vários livros. Em especial, abordando a questão escriturística, indico o ótimo livro “Sola Scriptura” (leia o meu comentário ao livro AQUI), Editora Os Puritanos, onde ele defende a suficiência da Bíblia a despeito da descrença liberal (e às vezes ortodoxa) dos defensores do texto crítico, também conhecido como movimento da Crítica-Textual ou Alta Crítica.
(4)Entendo que, como as cópias, Deus preservou as traduções que se baseiam nas cópias igualmente preservadas. O texto eclético, de onde se originou a Almeida Atualizada, Almeida Século XXI, NVI, e a aberração chamada NTLH, mostra a sua “fragilidade” pela quantidade de erros (p.ex., o papiro P66 apresenta uma média de dois erros por versículo), pelo número reduzido de cópias (demonstrando sua pouca ou nenhuma utilização pelas igrejas), e o próprio descrédito com que a igreja o tratou (o Códice Sinaítico foi "salvo" por pesquisadores russos quando estava prestes a ser incinerado no mosteiro ao sopé do Monte Sinai em 1859).
Sabemos também que muitos heréticos dos primeiros séculos corromperam e “reescreveram” parte da Bíblia, como Marcião, por exemplo; os quais, bem como suas doutrinas, foram rejeitados pela Igreja Primitiva, assim como os textos apócrifos. Fica a pergunta: não é estranho que após dezenas de séculos no ostracismo, somente pouco mais de cem anos atrás o texto eclético ganhou “status” de palavra de Deus?.
Assim, creio que a tradução fiel ao Texto Majoritário é a realizada por João Ferreira de Almeida, disponível no Brasil como ACF (Almeida Corrigida e Fiel, editada pela SBTB); e, desta forma, Deus preservou infalivelmente a Sua palavra em língua portuguesa.
17 comentários:
Amigo Jorge
Não me interprete mal.
Mas estás disposto a fazer comigo um exercício de defesa da fé?
Eu vou fazer algumas perguntas como se eu não fosse crédulo da Palavra de Deus, e você vai me dando suas respostas baseado nas tuas muitas leituras sobre o assunto.
Que tal?
A medida que resposderes, tal qual "advogado do diabo" eu vou refutando da mesma forma como me refutam genericamente.
Assim vou (lendo suas respostas) afinam as minhas próprias respostas.
Ao final faremos uma conclusão.
Lá vai a primeira (pressupondo que aceitas o desafio).
1. Onde está a base bíblica ou lógica, para dizer que todos os livros do Velho Testamento (de Gênesis até Malaquias) e de todos os livros do Novo Testamento (de Mateus até Apocalipse), são inspirados?
Se for citar um versículo, transcreva-o por favor.
Fico aguardando.
Um abraço
Natan
o que devo fazer com a minha biblia? Rasgar e jogar fora? É o que vc esta dizendo?
Se a fiel é a biblia verdadeira, quer dizer que uma pessoa convertida por uma nvi não é convertida de verdade?
Acho sua posição legalista e pouco espiritual e sem defesa. E não entendo mesmo porque falar destas coisas.
Natan, meu grande amigo e debatedor maior!
Primeiro, tanto eu como você sempre buscamos defender a fé, então, exercite-mo-la.
Segundo, não fiz muitas leituras sobre o tema, apenas o suficiente para ver a incoerência dos que afirmam que as cópias dos autógrafos e as traduções não são infalíveis, inerrantes e divinamente inspiradas. Li o suficiente para crer que a minha Bíblia é a fidedigna palavra de Deus.
Terceiro, ainda que não me considere a pessoa mais indicada para defender o assunto, como fui eu quem o propus aqui, logicamente aceitarei o seu desafio. Porém, aviso: cuidado com o seu papel de "advogado do diabo", não quero vê-lo se queimar...
Quarto, vamos à sua primeira inquirição. Você diz: "Onde está a base bíblica ou lógica, para dizer que todos os livros do Velho Testamento (de Gênesis até Malaquias) e de todos os livros do Novo Testamento (de Mateus até Apocalipse), são inspirados?"
Digo: Sua pergunta dá livros e mais livros sobre o assunto. Porém, resumidamente, tentarei respondê-lo.
Em relação ao AT, Jesus e os apóstolos citaram cerca de 600 vezes o cânon hebraíco (praticamente todos os livros) de modo autoritativo, como a palavra expressa de Deus (evidências internas). Por exemplo, em relação aos apócrifos não há nenhuma citação autoritativa, à exceção de Judas, que se refere ao livro de Enoque, verso 1.9, não como autoridade mas citando-o como se cita um autor ou livro qualquer.
Algumas passagens do NT em que o AT é expresso e implicitamente confirmado como a palavra de Deus (não transcreverei os versículos): Mt 5.17-18; Rm 3.31, 15.4; 2Tm 3.16; 1Pe 1.24-25; 2Pe 1.19-21.
Uma dica para se confirmar no NT as citações do AT é adquirir uma Bíblia contendo referências. Por exemplo, Mt 5.5 cita Sl 37.11, 1Pe 1.24-25 cita Isaías 40.6-8; Hb 11.7 cita Gn 6.13-14, e assim por diante.
Portanto a garantia para a fidelidade do cânon do AT como a palavra de Deus é a confirmação autoritativa que Cristo e os apóstolos deram dele.
Em relação ao NT há inúmeras evidências internas de que o Evangelho de Cristo é a palavra de Deus (os 4 evangelhos, Atos, as cartas paulinas, universais e Apocalipse são o Evangelho do Senhor Jesus). Por exemplo: Em Gl 1.11-12 e 1Ts 2.13, Paulo afirma que o Evangelho não lhe foi dado segundo os homens, mas pela revelação de Jesus Cristo, e de que ele pregava a palavra de Deus.
Em 2Pe 3.15-16, o apóstolo coloca as cartas paulinas em igualdade com as outras Escrituras.
Em 1Tm 5.18, Paulo cita Lc 10.7, chamando-o de Escritura.
Em Cl 4.16 e 1Ts 5.27, Paulo exorta que as epístolas sejam lidas a todos os santos.
Termos como "assim diz o Senhor", "veio-me a palavra do Senhor", "a Palavra que veio da parte do Senhor", etc, são expressões que indicam a procedência divina daquilo que foi escrito no cânon.
Portanto, a maior prova da autoridade da Bíblia como a infalível, inerrante e divinamente inspirada palavra de Deus é o seu próprio testemunho interno.
O cumprimento das profecias e a historicidade dos fatos narrados também são provas da sua fidedignidade.
Contudo, sem o testemunho do Espírito Santo, e a regeneração que Ele opera no homem caído, jamais esse homem reconhecerá a Escritura como a verdadeira palavra de Deus.
Ao incrédulo de nada adiantará reconhecer que a Bíblia é a palavra de Deus, de uma forma meramente intelectual. Muitos aceitam-na como a palavra de Deus por sua unidade, fidelidade e coerência, mas jamais aceitam se submeter a ela, em obediência a Deus. Então, se ele não for transformado pelo Espírito Santo através da Escritura, o qual revelar-lhe-á a Verdade, tornando-o em nova criatura em Cristo, cuja mente será a sua mente, de nada adiantará a convicção racional de que a Bíblia é a sagrada palavra de Deus.
Por que, sobretudo, e mais do que tudo, a Escritura revela-nos Deus através do Seu Filho Amado Jesus Cristo, "o qual é a imagem do Deus invisível" (Cl 1.15).
Até a segunda parte...
Forte abraço.
Anônimo,
Eu mesmo fui convertido por Deus por uma Bíblia católica que minha esposa me deu num natal 10 anos antes do Senhor operar em meu coração e mente o novo-nascimento.
Portanto, jamais afirmei que um convertido por essa ou aquela tradução não é um convertido verdadeiro. Até porque a obra de conversão e transformação é operada pelo próprio Deus no homem caído e, para isso, basta um versículo ou uma pregação expositiva como meio pelo qual o Espírito Santo agirá, regenerando o incrédulo (eu mesmo não terminei de ler o Evangelho de Mateus e João antes da minha conversão).
A minha colocação é que, mesmo versões corrompidas como a "Novo Mundo" dos T.J. (baseada no texto eclético) contêm verdades e partes da verdade, mas jamais terá a Verdade completa. E, para nós, não basta meia-verdade ou fragmentos dela; é necessário que tenhamos toda a revelação de Deus assim como Ele a deu aos escritores bíblicos.
Portanto, a minha argumentação é de que Deus preservou para todas as gerações de eleitos a Sua infalível, inerrante e santa palavra através do Texto Majoritário. Para nós, falantes de língua portuguesa, a Sua palavra é a tradução ACF da SBTB.
Quanto a tocar neste assunto, acho relevante que os crentes saibam em que estão confiando: se na completa palavra de Deus, ou em porções dela entremeadas por erros e corrupções satânicas/humanas.
Quanto ao que disse que eu disse, leia novamente o texto, e verá se realmente eu disse o que você afirma que eu disse.
Abraço.
Amigo Jorge
Obrigado por ter aceito o desafio.
Enquanto "advogado do diago" (que é uma expressão somente e faz referência não ao inimigo das nossas almas, mas ao padre romano que é incumbido de investigar um suposto milagre) procurarei ser prudente.
Você é um chato: Não vai transcrever os textos, assim me dará muito trabalho ter que ficar rastreando eles todos... risos...
Quanto a Mateus 5.17-18: Pode-se afirmar então que a Lei (o pentatêuco) estão entre os inspirados. Se bem que eu entendo que toda a Bíblia é a Lei de Deus, mas não posso me esquecer que sou o advogado... Então vou me ater apenas ao que o texto diz. Temos então 5 livros já chancelados.
Romanos 3.31 não prova nada.
Romanos 15.4 é ambíguo pois "tudo o que outrora foi escrito" não delimita, uma vez que os livro de Macabeus também foi escrito antes de Romanos, poderia eu inclui o mesmo no contexto de "tudo o que outrora foi escrito"? Teríamos que apelar para o cânon hebreu, mas mesmo assim não está dito que "tudo o que outrora foi escrito" incluia o cânon hebreu, e nem está escrito que Escrituras são estas que o versículo fala. Pego este então como inconclusivo.
2 Timóteo 3.16 é o clássico usado para justificar este argumento da inspiração das escrituras... mas também é inconclusivo, uma vez que não está claro se fala das escrituras do Velho Testamento, se estão inclusos Tobias, Judite, Enoque, Macabeus, igualmente escrituras já escritas antes de 2 Timóteo, e as escrituras escritas depois tipo Apocalipse, as cartas de Pedro supostamente estariam fora. E os evangelhos "apócrifos", retirando de fora já os centenas escritos depois do ano 100, mas falo dos escritos em paralelo mesmo aos apóstolos, uma vez que a imitação do diabo deve ter sido instigada desde o início, e temos evangelhos para todos os gostos e apocalipses vários. Então como não dá para saber exatamente de que Escritura este texto fala, só podemos afirmar que uma escritura inspirada é muito útil. Inconclusivo portanto.
continua...
continuação...
1 Tessalonicentes 5.27 segue o mesmo argumento anterior. Inconclusivo portanto como prova de inspiração.
Vamos agora novamente para os argumentos lógicos, que diz dos termos "Veio a Palavra do Senhor até mim..." etc... todos estes são inconclusivos pois os falsos profetas e as falsas escrituras também usam deste mecanismo para se autovalidarem.
O argumento do testemunho interno é muito bom, ou seja, a concordância entre os textos de diferentes livros, etc... mas também é inconclusivo, pois um blog seu pode concordar e testemunhar em todos os aspectos com a mensagem do Evangelho e nem por isto é inspirada (do modo como pegamos o termo), nem infalível nem inerrante nos mínimos detalhes, tipo sendo literalmente a Palavra de Deus.
O cumprimento das profecias e a historicidade dos fatos é prova explícita fraca e muito genérica demais para se estabelecer um cânon.
O apelo do testemunho do ES também é vago, pois me parece que Lutero não considerava Tiago e o Apocalipse como inspirados e inerrantes... Este apelo serve para nós que cremos na Palavra e nos ensinamentos dos apóstolos e dos profetas. Mas isto é por fé em muita parte e não delimita um cânon.
O poder transformador da escritura, é interessante, mas não valida uma lista e um cânon, pois eu creio e imagino que você também, que o ES santo possa vivificar uma pessoa sem que nenhuma palavra ou mesmo versículo tenha sido citado (o caso da conversão de Paulo, o caso de João Batista que foi vivificado mesmo antes de nascer, etc...).
Enfim, ficaram de fora na inspiração, por enquanto (eu diria pela nossa ignorância no assunto) grande parte do VT, três evangelhos, e ainda 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas, Tiago e Apocalipse.
Caminhamos um bom pedaço.
Um grande abraço.
Vou esperar a sua resposta e depois passo para a segunda pergunta (inerrância) ou talvez treplique apenas.
Me perdoe os erros de português... eu não tenho paciência de rever tudo e escrevo por impulso.
Seja paciente com as concordâncias nominais e verbais...
Natan
continuação...
Pois bem, me parece que não confirma, mas fala que eles os escribas assim achavam.
Me considero satisfeito pelo seu argumento lógico, mas o escriturísticos é inconclusivo.
Como o lógico somente não vale pois é pressuposto pela fé (minha e tua), então todo o argumento é inconclusivo em si e não vale por enquanto.
Gálatas 1.11-12 é interessante, mas ele chancela o Evangelho que Paulo prega e não fala que cada uma das palavras das cartas que ele escreve é inspirado. São coisas diferentes. Inconclusivo portanto a suposta prova aqui da inspiração de Gálatas. É como se eu escrevesse para você dizendo que o Evangelho que eu te prego é inspirado e de Deus, mas isto não significaria que todas as minhas palavras na carta são inspiradas e inerrantes. Elas espelhariam as boas novas, mas não são as boas novas em si.
1 Tessalonicenses igualmente é inconclusivo pois fala da palavra de Deus ouvida e não propriamente da inspiração e inerrância das cartas que Paulo escreveu.
2 Pedro 3.15-16 é prova válida. Então pressupondo que Pedro tenha escrito esta parte depois de Paulo escrever todas as suas cartas, dá para incluir todas as epístulas de Paulo como inspiradas explicitamente. Vamos listar o que temos até aqui: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Romanos, 1 e 2 Coríntiso, Gálatas, Éfésios, Filipenses, Colossences, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemon, e supostamente Hebreus.
Estariam de fora ainda o restante do VT, os evangelhos em si, Atos, e as cartas que não são de Paulo. Uma vez que Pedro pode estar afirmando a inspiração daquelas, mas não fica clara que as suas mesmas estejam incluídas como inerrantes.
1 Timóteo 5.18 não cita Lucas diretamente, mas cita a Lei, mas pressupondo que ele estaria a citar ambos, vamos incluir Lucas como provado como sendo livro inspirado também.
Colossenses 4.16 nada prova de inspiração, apenas pede que seja lida a carta para todos, assim como eu posso pedir que leia um blog meu para os da tua casa, mas isto não chancela como inspirado um texto, apenas revela um pedido.
continua...
continuação...
1 Pedro 1.24-25 não ajuda, pois não especifica de que "palavra do Senhor" está falando em relação aos livros da Bíblia. E a palavra pode estar falando aqui das boas novas e não dos livros da Bíblia. Inconclusivo portanto.
2 Pedro 1.19-21 é outro clássico inconclusivo. Não especifica de que profecia da Escritura está a falar. E certamente temos profetas antigos, e que não fazem parte do cânon hebreu que referenciamos. Então só sabemos que uma vez sabida a verdadeira profecia (e ele não afirma qual seria exatamente, nós supomos que seja o cânom hebreu sem os apócrifos católicos) fica entendido que ela não foi dada de particular interpretação, etc... Sim sabemos o princípio da inspiração por este texto (homens santos falaram por parte de Deus...) mas não sabemos que homens exatamente nem de quais livros exatamente ele está a falar. Inconclusivo portanto.
O argumento de que os textos do NT citam o VT isto serviria de dica para referendar a inspiração também é inconclusivo, pois Paulo cita os clássicos gregos nem por isto os clássicos gregos se tornam inspirados e mesmo você considera isto da citação que Juda faz de Enoque. Dicas inconclusivas portanto.
Esperava mais de você... risos... estou brincando.
Até aqui literalmente só temos a chacela pela escritura da inspiração da Lei de Deus ou seja, pressupondo-se que a interpretação seja restrita e não extensiva (toda a Bíblia), estão confirmadas pela escritura a inspiração de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Vamos aos argumentos lógicos, uma vez que os textos escriturísticos por enquanto foram insuficientes.
Gosto muito de dizer que a confirmação autoritativa de Jesus dá ao VT todo ele como era conhecido e aceito na época de Jesu, como sendo inspirado.
Até aqui tudo bem, mas tenho dificuldade de provar isto biblicamente, aceito somente por fé.
O texto que dizem que Jesus dá esta confirmação é vago, e ele diz mais ou menos "examinais as escrituras pois tendes nela a palavra de Deus..." lembro vagamente. Mas neste texto, Jesus não afirma que a escritura judaica conhecida era a Palavra inspirada de Deus, mas diz que eles (os que liam) achavam isto, e ele tira então uma ironia, dizendo "vocês acham que é a Palavra de Deus e não enxergam quando ela fala de mim...?".
continua...
Natan,
vamos lá! Não sei se terei respostas para todas as suas inquirições. Primeiramente, gostaria de reafirmar que sem a ação do Espírito Santo no homem as verdades bíblicas são loucuras para a sua mente caída. Então, por mais fatos, provas, evidências que existam, o incrédulo jamais aceitará que a Bíblia é a revelação infalível, inerrante e inspirada de Deus.
Como o seu objetivo é o de questionar as evidências a partir de uma mente "descrente", acho o desafio válido, porém, sei que não sou o mais indicado para defendê-la, ainda que esteja fazendo-o. Então, prossigamos, orando para que Deus nos dê entendimento.
1)Quanto a Mateus 5.17-18, você diz que pode-se afirmar o Pentateuco como inspirado. Contudo, no verso 17, Cristo fala da "Lei e dos Profetas", ou seja, todos os livros proféticos, e aqui incluo todos os livros do A.T., inclusive os poéticos (os Salmos, Provérbios, Eclesiates e Cantares), pois, todos, sem exceção foram escritos por profetas ou apresentam profecias em suas páginas (logo, por inferência, escritos por profetas).
Há de se entender que, à época de Cristo, o Cânon hebraíco já estava formado, portanto, o Senhor refere-se aqui a todo o AT, e não somente à Torá ou Pentateuco.
Existe ainda a discussão se havia uma tradução completa do AT para o grego (Septuaginta), o que parece evidente. Muitos afirmam que Cristo e os apóstolos a citaram em várias passagens ao invés do texto hebraíco. De qualquer forma, o certo é que todo o Cânon do AT já estava formado, e Cristo, quando diz "a Lei e os Profetas", indica a compleitude do AT como o conhecemos agora.
Lucas, inclusive, usa a expressão: "E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lc 24.27); revelando como se deu a conversa do Senhor Jesus com os discípulos em Emaus. Aqui, parece mais do que claro que Cristo tem em mente um Cânon fechado, definido das Escrituras. Portanto, a Lei e os Profetas são chamados de Escrituras, formando um conjunto específico de livros.
Ainda temos de reconhecer que os livros apócrifos foram escritos no período interbíblico (400 anos entre o último profeta, Malaquias, e o nascimento do Senhor), no qual Deus não falou diretamente ao homem.
2)Rm 3.31 reproduz exatamente o mesmo que está expostos em Mt 5.17. Se atentar para os versículos verá que Cristo e Paulo falam exatamente a mesma coisa, logo, prova sim a veracidade da Lei como a forma pela qual Deus aplicará a Sua justiça à humanidade.
No verso 3.2, verá que Paulo afirma que as palavras de Deus foram confiadas aos judeus, e qual podem ser essas palavras senão o cânon hebraíco?
Continua...
Continuação...
3)Rm 15.4 não é ambíguo. Pelo contrário, Paulo fala da consolação e paciência das Escrituras para que tenhamos esperança (a referência a Escrituras como a palavra de Deus; "tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino"). O verso está diretamente ligado ao Salmo 119.50: "Isto é a minha consolação na minha aflição, porque a tua palavra me vivificou".
Os livros que você citou como Macabeus, Tobias e Judite não faziam parte do cânon, nem eram reconhecidos pelos judeus como divinamente inspirados. Não há em toda a Bíblia uma só citação dos apócrifos como o dizer autoritativo de Deus.
4)2Tm 3.16 segue-se a 3.15(lógico) o qual Paulo diz: "E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus". Novamente, Paulo indica claramente que há uma Sagrada Escritura, definada como tal. A preposição "as" liga as palavras saber e sagradas Escrituras, demonstrando o conhecimento delas, definindo-as como fonte do conhecimento. É impossível se conhecer algo indefinido, que não se sabe o que é. Portanto, Paulo assegura que Timóteo conhece as Sagradas Escrituras de maneira definitiva, invariável, ao contrário do que você disse. E completamenta que o conhecimento das Sagradas Escrituras é possível torná-lo sábio para a salvação, se junto ao conhecimento das Escrituras operar a fé em Cristo. Logo, Paulo não escreve sobre uma possibilidade, mas sobre a certeza de que o conhecimento das Escrituras e a fé levou Timóteo à salvação em Cristo.
5)Para um incrédulo como você (o "advogado do diabo", não o Natan que é crente) fica difícil de saber qual é a palavra do Senhor. Mas para os crentes aos quais Pedro se dirige, tanto judeus como gentios, sabem claramente qual é ela. A citação é de Isaías 40.6, um livro profético do AT.
Concordo quando você diz que o termo usado por Pedro pode significar "boas novas", pois, o significado de Evangelho é exatamente este. E a palavra de Deus são boas novas. Mas Pedro se refere à perenidade da palavra, de que tudo no universo é perecível, temporal, contudo, a palavra de Deus é eterna; e afirma mais, de que esta palavra foi evangelizada entre os povos.
6)Quanto a 2Pe 1.19-21, creio tê-la explicado no item 1, acima.
7)A citação de Paulo e Judas de textos extrabíblicos em nada indicam que eles os avalizavam. São citações, não há nenhum endosso aos seus conceitos; ao contrário das citações das Escrituras que indicam a sua autoridade como a palavra proferida por Deus.
Bem, terminei a primeira parte. Não dá para entrar em todos os detalhes e minúcias que validam a Bíblia como a santa e fidedigna palavra de Deus. Mas dentro daquilo que você se propõe, acho tê-lo respondido.
Amanhã continuo as "réplicas" à sua segunda parte.
Forte abraço.
Cristo o abenço
O argumento da lei e dos profetas é válido.
Então está chancelado já todo o VT hebraico (fora os apócrifos católicos).
Vou incluir também Apocalipse, uma vez que se a autoria é inquestinável como sendo do Apóstolo João, a autovalidação do versículo 1 "Revelação de Jesus Cristo..." torna o mesmo inspirado.
Estão ainda de fora do "cânon" três dos evangelhos, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas e Tiago.
Vou aguardar novos argumentos.
Depois parto para a questão da inerrância.
Natan,
Continuando:
1) No caso dos Evangelhos acho que fica evidente a semelhança doutrinária entre os quatro. Todos apresentam Jesus como o Cristo, o Messias, o Filho de Deus encarnado, e, portanto, não vejo motivos para duvidar do padrão divino que permeiam suas páginas. Muitos relatos, nomes, locais, fatos e mensagens encontram-se presentes nos quatro Evangelhos, revelando a sua unidade doutrinária e consequente inspiração divina.
2) As cartas universais que você apresenta como mais "problemáticas" o foram realmente. Mas da mesma forma que os Evangelhos o padrão doutrinário e sua unidade com o restante das Escrituras me parece o argumento fundamental. Quando pegamos 1 Pedro, ou Tiago, ou Judas, vemos o nome do Senhor Jesus exaltado como Messias, Rei, Salvador, e Deus. O que comprova a exortação de Paulo quanto à pregação de um único Evangelho, o de Cristo, e de que qualquer outro evangelho seja maldito (Gl 1.6-8).
A única carta em que o nome de Cristo não é mencionado é em 3 João, mas há ali parte da doutrina exposta em 1 João, onde o estilo do autor é inconfundível, reafirmando pontos fundamentais da Escritura.
É claro que a cononicidade do NT seguiu critérios rigorosos, como o testemunho interno do Espírito Santo, a origem apostólica, a unidade doutrinária, a autoridade da revelação de Cristo, como Paulo afirma: "Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo" (Gl 1.11-12).
Como o pr. Paulo Anglada diz em seu livro, não foi a igreja quem determinou o cânon, "Quem determinou o cânon foi o Espírito Santo que o inspirou. A igreja apenas o reconheceu, o discerniu, pela iluminação do próprio Espírito Santo, que habita nos seus membros individuais".
Faço dele as minhas palavras.
Abraços.
Amigo Jorge
Aqui quem fala é o advogado...
Uma personagem apenas.
Para dar vida ao debate.
Ambos sabemos que eu reputo TODA a Bíblia como sendo a Palavra de Deus.
Mas...
Sobre o item 1: Argumento fraco. Semelhança doutrinária não é motivo suficiente para autenticar inspiração. Certamente os teus blogs tem semelhança doutrinária com a escritura, e nem por isto são letra por letra inspirados. Existem pequenos erros aqui e acolá que passam desapercebidos aos nossos olhos.
Sobre o item 2: Idem. Paulo podia estar falando do Evangelho como um todo e não destas cartas letra por letra. A menção do nome do Senhor também não é prova válida pois os apócrifos também o fazem e nem por isto são inspirados.
Sobre o comentário do Sr. Paulo Anglada: Argumento fraco e francamente dogmático. Só porque ele quer é que conclui que foi o Espírito Santo que autenticou estes livros que ainda faltam ao "nosso" cânon (claro que nós também pensamos assim). Mas tirando os nossos dogmas de lado, e a fé igualmente, acabaremos chegando a argumentos de que a tradição da igreja primitiva que chancelou estes livros que nos faltou leitura e argumentos para provar a inspiração. Logo inconclusivo este argumento.
Fica me devendo.
Se eu achar uma resposta eu lhe informo neste mesmo local.
Mas minhas leituras deste assunto estão paradas e não tenho por encerrado o assunto e o que tenho lido, chegou apenas neste ponto que chegamos.
Vamos a pergunta sobre inerrância.
De textos baseados em tradição segundo a sua inspiração, textos como as cartas de Pedro, etc... como podemos alegar que são inerrantes (que não tem erro nenhum no que estão a dizer)? Não é pedir demais do apóstolo que o escreveu?
Um abraço
Natan,
Vamos à réplica da tréplica... Será que isso tem nome?
1)Discordo da sua colocação. Certamente utilizei-me de um termo não muito feliz "semelhança doutrinária", quando deveria ter usado "unidade doutrinária", que exemplifica melhor o que é a Escritura. Como não tenho a mente divina (ainda que a mente de Cristo esteja sendo implantada em mim, pouco a pouco, pelo Espírito Santo), sou pecador, imperfeito, falho, e sujeito a tantos erros que nem mesmo reconheço todos. Ao contrário, Deus é perfeito, santo, imutável e justo, então, comparar os meus blogs ou o que escrevo com a Bíblia (uma analogia) não é a melhor forma de justificar o argumento da não inspiração.
Qualquer estudioso (seja cristão ou não) se utilizará da unidade do texto para apontar o seu autor ou origem. A manuscritologia (creio ser esse o nome correto) utilizará de elementos contidos no texto para indicar a veracidade ou não do autor e do próprio texto.
Um estudo minucioso do NT apontará, infalivelmente, essa unidade, e a procedência de um único autor, o Espírito Santo, ainda que seus livros tenham sido escritos por quase uma dezena de pessoas diferentes, com estílo e linguística que torna a Bíblia um livro ainda mais fantástico pois, a despeito da diversidade de escritores, a sua unidade autoral é impressionante e sobrenatural.
Portanto, dizer que o argumento é fraco equivale a dizer que nenhum texto pode ter a sua autoria comprovada, logo, posso afirmar que não é você com quem estou dialogando virtualmente, visto não ser possível provar que a tréplica à minha réplica é sua. Nem mesmo é possível provar que a minha réplica é minha, alías, nem o texto postado no blog pode ser provado que fui eu o seu autor (ainda bem que nos conhecemos pessoalmente, no sentido físico, para provar que existimos, senão...).
2) Não disse que apenas dizer o nome de Cristo era suficiente para se constatar a inspiração dos textos. Disse que Cristo era exaltado como Deus, Senhor, Messias, Salvador, e isso prova a sua veracidade. E há um componente que não citei anteriormente que é a dupla natureza de Jesus: divina e humana; totalmente Deus e totalmente homem, contudo, sem pecado.
Os apócrifos (li trechos pinçados esporadicamente) normalmente se apegam a uma ou outra natureza. Ou fazem de Cristo um homem imperfeito ou um deus sem humanidade. Apenas citar o nome do Senhor não é evidência, mas revelar a Sua natureza, obra e missão em conformidade com toda a Escritura, é mais do prova, torna-se fato.
3)Quanto à citação do pr. Paulo Anglada, ela é dogmática sim, porque ele parte do princípio de que a inspiração divina da Bíblia é uma verdade indubitável; e jamais pode ser chamada de fraca. Ele se baseia no princípio da unidade, coerência, e interrelação entre os vários textos que compõem a Escritura. O que ele faz é uma constatação pelas evidências, através do estudo detalhado, e do exame através dos séculos por centenas de estudiosos.
Portanto, se a unidade do texto não serve para confirmar ou afirmar a autoria, paremos por aqui, por que não posso provar a autoria dos "seus" comentários (utilizar-se da personagem, "advogado do diabo", para confirmá-la também é autorefutável pelo sua alegação). Na verdade não posso provar nada quanto aos textos, nem que sou eu mesmo quem está escrevendo-o agora.
Quanto à inerrância, você pergunta como Pedro pode escrever sem errar? É isso? De que forma se prova a ausência de erros na Bíblia? Confirme, por favor.
Forte abraço.
Até a próxima.
Amigo Jorge
Nesta questão de inspiração chegamos no limite do nosso conhecimento até então.
Estamos começando a andar em círculos.
Tanto faz se é "semelhança doutrinária" ou "unidade doutrinária" para levantamento de "provas".
Muito difícil conceituar o que seja exatamente os limites de uma unidade doutrinária.
Pode ser até usada para apontar o autor etc... mas para afirmar inspiração...?
Não é argumento de peso.
Estudo minucioso..., estudo de estilo e linguística..., tudo isto é subsídio para quem já crê.
Prova cabal são estas que já encontramos, tipo Jesus mesmo validar um cânon, ou mesmo um Apóstolo ou Profeta do Antigo Testamenteo validar um texto, ou ainda a própria escritura se auto-afirmar como sendo inspirada.
Fora disto, é dogma.
A revelação da natureza, da obra e da missão do Senhor numa escritura, não é prova de inspiração (no sentido que tomamos) mas de exatidão apenas.
Inspirado é o texto que pode ser dito (como dizemos) como sendo a própria Palavra de Deus.
Um texto exato, pode ser tomada apenas como falando da Palavra de Deus, mas não como sendo a exata Palavra em si.
As provas dogmáticas sejam de quem forem, ilustres ou não, servem apenas para nós que cremos. Estou na busca de "provas" lógicas para quem não crê.
Dizer que é resultado de exame de centenas de estudiosos, é o mesmo que dizer que o cânon foi decidido pela tradição.
E neste caso a crítica católica seria válida, pois eles dizem que se aceitamos a Palavra de Deus pela tradição da igreja, porque não aceitamos as demais práticas que o catolicismo também incorporou pela tradição.
Quando eu achar a resposta para os livros que "faltam" eu te aviso.
Mas não fiquei insatisfeito, fiquei feliz.
Fizemos uma lista e tanto, ficaram de fora bem poucos livros.
A pergunta sobre inerrância é assim: Não temos como provar que não erro nenhum apenas baseados em tradição da história da igreja. É preciso prova mais contundente.
Um argumento bom é dizer que o cristianismo é justamente isto, que cremos no Evangelho conforme foi nos ensinado pelos profetas e pelos apóstolos.
Mas mesmo assim implica em dogma, pois uma coisa ensinada ou escrita pelos apóstolos não implica necessariamente em inspiração e inerrância exata nos detalhes.
E o cânon que temos são os que (pela tradição) são os de fato escritos pelos apóstolos.
E que o apocalipse de Pedro, o evangelho de Tomé, apesar de usarem os nomes dos apóstolos, foram escritos bem depois. E havendo dúvida de algum livro e sua autoria, ficaram de foram, mesmo tendo aparente unidade com o texto bíblico.
O que validou o cânon, se não me engano foi a tradição da igreja primitiva, do que eles amplamente consideravam como sendo escritos dos apóstolos.
Mas disto para chegar no "dogma" da inerrância, inspiração, e infalibilidade da escritura é que a coisa fica mais difícil.
Vamos continuar estudando.
Um grande abraço
Irmão Jorge, vou reproduzir seu texto no blog da igreja que faço parte, com os devidos créditos, ok? http://ebenezervale.wordpress.com
Deus abençoe.
Surian,
será uma honra! Pode reproduzir este ou qualquer dos meus textos, caso deseje.
Uma curiosidade: você é o namorado da TiaDeh? Ela faz uma propaganda sua...[rsrs]
Cristo o abençoe!
Abraços.
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