sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Notícias Ruins se Tiram das Manchetes








Por Jorge Fernandes Isah


"Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei" [Isaías 55.11].

Deparei-me com este versículo ao final de um texto que defendia a perspectiva de um mundo melhor no futuro, um mundo sempre a prosperar até o dia em que todos ou quase todos se converteriam a Cristo, no dizer de um teólogo. Como a referência é escatológica, e o meu objetivo não é estabelecer uma refutação à  proposta de doutrina do fim dos tempos  (até porque não estou habilitado a isso), mas, exclusivamente, tentar corrigir o caráter “parcial” da dedução do articulista, esclareço que o profeta não o declarou com o objetivo de indicar apenas os benefícios da palavra ao homem. Ao utilizá-lo neste sentido, o teólogo equivocou-se, ou, no mínimo, foi otimista em sua conclusão, pois o verso não alude aos resultados de uma conversão em massa, de uma resposta sempre positiva do homem em relação à palavra.

Vamos andar mais um pouco.

Muitos utilizam-no como prova da eficácia da anunciação do Evangelho, no sentido de que, quanto mais for proclamado, mais pessoas se converterão, mais benefícios serão agregados à vida do homem. Para eles há uma progressão aritmética, uma relação proporcional que indicará a capacidade de se produzir resultados numéricos de salvos, e de bênçãos aos salvos, à medida que a palavra for proclamada. Como uma fórmula mágica, basta aplicá-la para que os seus efeitos proveitosos sejam alcançados pelos homens.

Veja bem, não duvido das conseqüências práticas da pregação do Evangelho, o qual é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” [Rm 1.16], pois, como “invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas” [Rm 10.14-15]

Portanto esta é a única forma do homem ser salvo e conhecer a Deus. Não há outro método estabelecido. Nem mesmo a música como muitos apregoam (a menos que seja com extensos trechos bíblicos, como os Salmos, p. ex.). Nem mesmo o teatro, como outros querem (a menos que seja com extensos trechos bíblicos, talvez, um monólogo). Nem o cinema (a menos que seja mais auditivo do que visual). Nem mesmo um discurso (a menos que seja impregnado por extensas citações bíblicas). Quanto à dança e outras manifestações artísticas, nem é preciso falar da completa ineficâcia como meio de evangelismo [1]. O poder de Deus está na palavra, e ela é o único meio de se proclamar a verdade. Porém, a pregação nem sempre trará frutos de obediência e reconciliação com Deus. O que vale dizer que nem todos aqueles que ouvirem o Evangelho se arrependerão, serão regenerados e salvos pelo poder de Deus, porque o Senhor “cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, e se convertam, e eu os cure” [Jo 12.40]

Ora, não é assim que o profeta Isaías declarou? “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor?” [Is 53.1]

O fato é que Isaías 55.11 está a falar muito mais do que a maioria quer ouvir. Ele está a nos dizer que a palavra de Deus jamais, nunca, voltará vazia. Mas em que sentido? Apenas no sentido positivo? Referindo-se à salvação dos incrédulos, ou aos benefícios de santificação, convencimento, instrução e ensino dos mandamentos e da vontade de Deus? Não. Há os efeitos negativos da palavra (em relação ao destino final do homem), a qual também será proclamada para tornar inescusável o réprobo, para condená-lo em sua rebeldia, para julgá-lo por suas transgressões. 

O erro está em se ver apenas um lado da moeda, e recusar-se a virá-la e vislumbrar a outra face. Essa é mais uma influência do humanismo que distorce e compromete o entendimento pleno do texto bíblico, deixando a mensagem capenga, fragmentada, em que um dos significados é tornado superior, ao ponto em que o outro não pode ser visto ou simplesmente é ignorado. Da mesma forma, a interpretação equivocada resultará no entendimento limitado de Deus e Sua obra, no desmerecimento, ainda que inconsciente, da Sua vontade e propósito. 

Não reconhecer o caráter condenatório da palavra é fazer “vistas-grossas” à obra perfeita, acabada, irretocável de Deus, por negligência, ignorância ou malversação da Escritura. Em muitos casos, pode ser sinal de incredulidade também. Por isso Cristo alertou-nos, incisiva e claramente, para o distintivo absoluto da palavra: “Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia” [Jo 12.48].


O mesmo equívoco é encontrado em João 3.16. Tem-se a falsa idéia de que Cristo morreu por todos os homens indistintamente, e que depende exclusivamente desse homem aceitá-lO ou não como Salvador. É um arroubo de pretensão. Como se Deus estivesse preso à vontade de Suas criaturas. Mas quase ninguém se apercebe de que, dois versículos abaixo, está escrito: "Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus". O verbo crê e o substantivo condenado ligam-se diretamente no verso. Implicando que a condenação daquele que não crê não está no futuro, mas aconteceu no passado. O advérbio revela que a condenação ocorreu de antemão, previamente, não é algo que ainda ocorrerá, nem algo que o ímpio poderá reverter, mas algo inevitável, que foi preparado antecipadamente. O objetivo deste texto não é discutir a eleição, mas afirmar a dupla mensagem do Evangelho, o qual é suficiente para salvar, e igualmente suficiente para condenar.

É verdade que a palavra sem fé não produzirá obediência, regeneração e salvação, antes confirmará a reprovação daquele que jamais será vivificado pelo Espírito Santo. É o que se pode perceber no dizer de Paulo: “Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram” [Hb 4.2] [2]. De forma que a palavra da verdade produz frutos para a salvação, por Jesus Cristo nosso Senhor, no qual fomos selados pelo Espírito Santo da promessa [Ef 1.13]. Assim, seja para a vida, seja para a morte, a palavra do Senhor jamais voltará vazia.

Há ainda os que vão mais além, e dizem que o versículo refere-se à necessidade de se agarrar à palavra, algo mais ou menos parecido ao termo neopentecostal “tomar posse”, e, assim, ela produzirá, em nossas vidas, uma profusão de bens materiais nunca imaginados, e não voltará vazia mesmo, pois encherá os bolsos, bolsas, sacolas, cofres e os recipientes necessários para satisfazer a sanha carnal, na obscenidade dos deleites pecaminosos de seus proponentes.


Bem, quanto a essa (im)possibilidade, recuso-me a comentá-la, tendo-se em vista o seu nítido caráter corrompido, sua antibiblicidade e lógica maligna. Não passa de mais uma artimanha, um subterfúgio para satisfazer a ganância e a vaidade de quem assim pensa. Por isso é fácil concluir que essa não é a palavra divina, nem nunca foi, mas apenas o maldito vocábulo humano que levará o homem à destruição.
 

Nota: [1] Isto não quer dizer que a música, a literatura, a pintura, a escultura e outras expressões artísticas, não sejam meios de louvor, adoração a Deus, e a proclamação das verdades bíblicas. Elas são. E cumprem o propósito eterno de Deus de ser glorificado por elas. Contudo, não creio que sejam meios pelos quais o Senhor quis se revelar e à Sua obra. Para isso, homens inspirados pelo Espírito Santo escreveram 66 livros santos, que compõem a Bíblia Sagrada, a infalível, inerrante e divina palavra de Deus.
[2] A despeito dos argumentos dos estudiosos e da maioria das mentes cristãs, resisto bravamente ceder à idéia do anonimato de Hebreus. Como estou convencido de que a sua autoria seja paulina, e na minha Bíblia ACF consta que Paulo é o seu remetente, até que me provem o contrário, continuarei a indicá-lo como o autor.

10 comentários:

Oliveira disse...

Caro Jorge

A perspectiva escatológica otimista que o tal teólogo dá para este texto de Isaías é nova para mim.

E precisaria rever o contexto e pensar um pouco.

A princípio... numa análise superficial, até poderia existir uma aplicação... mas confesso que não vejo aplicação escatológica neste texto em si.

De outros textos é que eu afirmo um futuro grandioso para o Reino, um futuro crescente, lenta e gradativamente na história.

Este texto para mim, significa que a palavra sempre fará o seu propósito de forma eficaz: Para o eleito ela produzirá vida, e para o ímpio gerará ainda mais condenação, ou seja, nunca volta vazia, ou produz salvação ou produz condenação.

Abraço!

PS: Não entendi o que você desejou dizer com o título...

Jorge Fernandes Isah disse...

Caríssimo Natan,

Não entendi também a visão desse teólogo ao concluir o seu artigo com o verso de Isaías 55.11. Não consigo ver referência escatológica no texto.

Há, contudo, aqueles que vêem apenas o caráter positivo da pregação, e esquecem-se de que a palavra também julga e condenada, como você disse, e escrevi.
Considero importante fazer tal afirmação porque no mundo evangélico atual tudo é amor, ou feito em nome de um pretenso amor, e, portanto, para se chegar à conclusão de que Deus não condena, não existe o inferno, e o pecado é invenção de ortodoxo, pouco custa.

A mente heterodoxa, em sua incredulidade, está sempre disposta a subverter a Escritura.

Quanto ao título, desta vez não tem nada a ver com o texto. Apenas gostei dele, e decidi usá-lo, por não ter nenhum outro melhor.

Cristo o abençoe!

Grande abraço ao irmão.

Pr. Luiz Fernando disse...

Prezado irmão Jorge,
sua percepção do texto está correta. Os propósitos de Deus são cumpridos e para tanto o aspecto da condenação está presente. O problema é uma mensagem sempre triunfalista que apresenta somente uma parte daquilo que Deus quer fazer. Talvez o texto seja muito usado para incentivar os cristãos a pregarem o evangelho, pois, essa postura não será em vão. Mas daí concluir que haverá uma melhor global e salvação sem fim é complicado para não dizer estranho ao Evangelho. Parabéns pela abordagem.
Um abraço
Em Cristo

Jorge Fernandes Isah disse...

Pr. Luiz Fernando,

É interessante como a mente humana é treinada para entender aquilo que lhe foi condicionado.

No mundo humanista, em que o autonomismo é proclamado aos quatro cantos, o homem cada vez mais se coloca numa posição de merecedor da graça divina. Fala-se pouco ou quase nada do pecado, do inferno, da condenação. Deus é amor, mas esquecem-se de que Ele é também santo e justo. Deus é salvador, mas também juiz. Deus é libertador, mas também aquele que condena. Deus nos dá alívio, mas também será aquele que aplicará a pena justa ao ímpio.

Por isso, o meu temor é de que a interpretação errada desse e outros versículos cuidará em desviar o homem da verdade, levando-o, como já fez com muitos adeptos da Teologia do Processo, do Teísmo-Aberto e da Neo-ortodoxia, à descrença total ou parcial da revelação especial de Deus: a Bíblia Sagrada; ao ponto em que há grupos de "descontinuitas radicais" que arvoram, assim como Marcião, a legitimidade de apenas alguns livros escriturísticos, especialmente, do N.T.
Com isso, despreza-se a unidade da Bíblia, a sua inerrância, infalibilidade e inspiração divina. E se está a um passo de assumir definitivamente a incredulidade.

Com o tempo, a única palavra que encontrarão na Escritura será o vocábulo "amor", sem que ao menos saibam o que ele representa, pois, até mesmo o sacrifício de Cristo na cruz passou a ganhar apenas contornos "morais", ao ver desses falsos mestres. Então, estarão a falar do falso amor, o amor unicamente complacente com o pecado e a rebeldia a Deus.

Grande abraço ao irmão!

Cristo o abençoe!

Oliveira disse...

Caro Pr. Luiz Fernando

Sua frase "Mas daí concluir que haverá uma melhor global e salvação sem fim é complicado para não dizer estranho ao Evangelho..."

Se o concluir está falando em concluir a partir do versículo em questão... então concordamos.

Se o concluir está falando de ser estranho ao Evangelho ter-se uma visão otimista de futuro... então discordamos e segue um desafio:

- Entre no site abaixo:
http://www.monergismo.net.br/

- Leia todos os textos do tópico "Escatologia Reformada" (São 36 textos):
http://www.monergismo.net.br/?secao=escatologia_reformada

- Leia todos os textos do tópico "Amilenismo" (São 33 textos):
http://www.monergismo.net.br/?secao=amilenismo

- Leia todos os textos do tópico "Pré-Milenismo" (São 2 textos):
http://www.monergismo.net.br/?secao=pre_milenismo

- Leia todos os textos do tópico "Pós-Milenismo" (São 87 textos):
http://www.monergismo.net.br/?secao=pos_milenismo

- Leia todos os textos do tópico "Preterismo" (São 66 textos):
http://www.monergismo.net.br/?secao=preterismo

- Leia todos os textos do tópico "Dispensacionalismo" (São 25 textos):
http://www.monergismo.net.br/?secao=dispensacionalismo

- Depois me escreva no e-mail abaixo:
natan@monergismo.com

O Jorge (teimoso) fica lendo mil livros e nunca parou para ler esta lista MORTAL de leituras.

Ele tem medo... risos... porque é um caminho sem volta.

Lá saberás (após as leituras) que o futuro do Evangelho é de vitória e não de derrota.
E ele crescerá de tal forma (e isto não é estranho ao Evangelho, mas faz parte da essência da pregação do mesmo) que chegará um tempo em que serão tantos como as areias da praia...

Grande abraço

Natan

Fica o desafio.
A maioria das pessoas que eu desafio, acabam não o aceitando (por medo, por serem muitos textos, sei lá o que mais...)
Mas eu nunca perco a esperança, afinal um dia fui desafiado pelo Felipe (do site monergismo) e para mim foi uma das maiores aventuras teológicas que já fiz.

Jorge Fernandes Isah disse...

Natan, meu irmão!

Ainda lerei essa sua gigantesca lista; mas você sabe que tenho outros assuntos ainda a tratar.

Tenha um pouco de calma! Se Deus quiser, ainda teremos tempo para um debate mais profundo sobre escatologia (já estamos nele a algum tempo).

Se não for da vontade de Deus, e não der tempo, na eternidade tudo se resolverá, e, finalmente, um de nós se renderá. Por enquanto, estamos em guerra, ainda que eu me sinta um pouco acuado :).

Cristo o abençoe!

Abraços.

PS: Quem sabe o pr. Luiz Fernando não facilita as coisas para mim? :)

Jorge Fernandes Isah disse...

Natan,

Mesmo com a estima e o carinho que tenho para com o irmão, e dos quais é merecedor, não posso concordar com a sua posição que apela muito mais para a questão subjetiva, de otimismo pura e simplesmente, como uma espécie de mentalização positivista, do que para o aspecto objetivo do Cristianismo.

Ao invés de afirmar: "Sejam otimistas", o irmão deveria dizer: "Sejam cristãos".

O Evangelho é para ser proclamado, seja eu otimista ou não. Isso é irrelevante para a obra de Deus, no sentido evangelístico. Na Grande Comissão o fundamental é apresentar Cristo como Senhor e Salvador, como Aquele que morreu na cruz para expiar nossos pecados, tornando-nos santos diante de Deus, reconciliando-nos com Ele.

Agora, em um debate teológico, a discussão escatológica, como outra qualquer, servirá para trazer amadurecimento aos crentes. Há casos em que o debate apenas endurecerá o coração de um ou outro, e mesmo reforçará a opinião de um ou outro, ou fará mudar a posição de um ou outro. Mas isso, definitivamente, não implicará no não-evangelismo ou no evangelismo.

Deus usará até ímpios para proclamarem o Seu evangelho, pois como Paulo diz, não depende de quem corre ou de quem quer, mas de Deus que se compadece.

Como temos conversado, muitos conhecerão apenas o suficiente para serem salvos, e serão salvos, mesmo que pessimistas.

O certo é que o propósito de Deus jamais será frustrado, e tudo o que Ele planejou se cumprirá infalivelmente. Então, pode ser que o meu pessimismo esteja no plano de Deus para que eu não me acomode ao otimismo e deixe de cumprir o meu papel de testemunha e proclamador do Evangelho de Cristo.

Da mesma forma, pode ser que o seu otimismo esteja no plano de Deus para que você se sinta estimulado a cumprir o seu papel de testemunha e proclamador das Boas Novas de Cristo.

O importante, no final, é que tanto eu como você, sejamos testemunhas e mensageiros das Boas Novas e, então, nossas percepções subjetivas, tanto otimistas como pessimistas, redundarão na glória de Deus, pois o Evangelho foi proclamado. Então, prevalecerá o "Ide" acima de todas as coisas.

Grande abraço!

Cristo o abençoe!

Oliveira disse...

Caro Jorge

Acho que fui indelicado e pouco amoroso no último comentário.

Minhas desculpas não pelo que eu disse, mas pela forma como disse.

Quando você começa "... caríssimo Natan..." é porque (a meu ver) está motivado e feliz com o comentário.

Quando você começa "... Natan, meu irmão!..." está francamente aberto e bem disposto e gostou do meu comentário.

Agora quando você começa "Natan..." hummmm, então é sinal de que eu peguei pesado... risos...

Novamente minhas desculpas.

Questão subjetiva?
Onde exatamente eu fui subjetivo?

Apresentei textos e desafiei que me interpretassem os mesmos num cenário pessimista, e já antecipei objetivamente que o argumento do milênio literal é frágil biblicamente falando.

Mentalização positivista?
Onde você leu isto?

O convite ao otimismo "sejamos otimistas" é uma mentalização positivista?

Vou reescrever então o meu convite "Sejamos cristãos otimistas!". Ficou melhor?

Jesus foi adepto da mentalização positivista quando disse "Tende bom ânimo!"?

É o que eu desejei demonstrar, ou seja, o mundo está difícil, os problemas são muitos, ao nosso redor são muitos e muitos problemas... mas olhando em perspectiva e olhando para a escritura, e eu citei vários textos corroborando a tese que advogo, é possível sim convidá-los:

Amigos irmãos, sejam pessoas de bom ânimo (otimistas). Cristo Reina!

Concordo com a pregação do Evangelho, mas o mandado de Jesus é duplo: Evangelização e Ensino (ensinando as nações...), lembra?

Somente a pregação do Evangelho num paradigma pessimista (dispensacionalista ou amilenista), nas palavras de Rousas Rooshdoony, gerarão dois cenários, um de evangelistas que tentam conter os danos antes que tudo desande iminentemente (dispensacionalistas), outro de teólogos que ficam discutindo questiúnculas "ad eternum". Ambos trancados dentro das igrejas (o moderno mosteiro).

Então a meu ver é um mandado duplo.

No mais um abraço e minhas desculpas novamente.

Temos que discordar mas sempre da forma mais delicada possível.

Acho que o meu "otimismo" me deixa impaciente e "pessimista" com a possibilidade remota de que "pessimistas" se tornem "otimistas"... uiiii... agora eu acho que nem eu mesmo entendi o que eu desejei dizer... risos...

Natan

PS: O título do texto está correto, de fato "notícias ruins se tiram das manchetes", mas da escritura retiramos boas novas (boas notícias) e uma amável convite do Senhor "Neste mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo."

Cristo Reina!.

O Reino cresce lentamente a medida que mais e mais eleitos são vivificados e passam a salgar o mundo onde quer que estejam.

"Encha-se toda a terra da sua glória. Amém e Amém".

Saudações cordiais e minha oferta sincera de "fumarmos o cachimbo da paz"... risos...

Em tempo: Spurgeon fumava... há, há, há, há.... logo não se escanlizem.

Jorge Fernandes Isah disse...

Caríssimo amigo e irmão Natan,

Você está conhecendo bem a minha disposição interior. Que coisa! Certamente esse conhecimento advém de nossas longas conversas virtuais, o que mostra ser possível haver amizade a distância.

Quando você expressa claramente, assim como Cristo fez, "Tende bom ânimo", refere-se objetivamente ao próprio Senhor (as referências bíblicas são sempre voltadas para Ele), e não a um conceito que está elaborado em sua mente e de mais alguns. Por isso disse que quando você afirmou: "Sejam otimistas", indicava algo subjetivo, porque o otimismo em si mesmo não é nada além de um estado emocional, ao contrário de Cristo que é a esperança, a glória, a fé, a certeza do porvir. E, para mim, o cristão verdadeiro é e sempre será um otimista (não necessáriamente com o mundo, claro).

Continuo reafirmando a possibilidade de, ainda pessimista, o crente proclamar o Evangelho de Cristo, pois ela não depende do meu estado emocional, mas da minha obediência e observância da superior vontade de Deus (objetiva). Por exemplo, será que os apóstolos tinham o conhecimento de todo o esquema escatológico pós-milenista ao cumprirem o "ide"? Creio que não. Ao menos não os vemos pregando em Atos e nas epístolas nada além do retorno do Senhor ao mundo para julgá-lo. Quando Paulo e Pedro falam escatologicamente estão a se dirigir à Igreja, não ao mundo. Portanto, não vejo ligação da escatologia com o evangelismo, ainda que seja necessário dizer que o Senhor voltará. Apenas e tão somente isso, o que também os apóstolos e discípulos fizeram.

A esperança pois não é na conversão de todo o mundo ou quase, mas a esperança é saber que Cristo voltará, e reina!

E creio possível ensinar o Evangelho mesmo a partir de uma escatologia amilenista ou pré-milenista (a dispensacionalista tem tantos elementos antibíblicos que se torna realmente difícil em algumas partes, mas ainda assim a santificação não é dependente dela, mas da obediência aos mandamentos de Cristo).

Houve e ainda há grandes teólogos cristãos que são pré e amilenistas, nem preciso citar, e mesmo dispensacionalistas, como, suponho, seja o pr. John MacArthur Jr.

Para mim, o importante é se afirmar que Cristo voltará para buscar a Sua igreja e julgar o mundo. Esse é o foco. Se antes, depois ou durante o milênio, pouco interessa em termos práticos. E nada disso tem a ver com o evangelismo, com a missão entregue à igreja. Aquele que não cumprir o chamado divino, seja pré, pós, a, ou dispensacionalista, será cobrado por sua negligência.

Quanto às desculpas, não há necessidade. O irmão foi um pouco, digamos, inflexível, mas não foi deselegante ou mal-educado (também sou inflexível na maioria das coisas).

No debate as vezes dizemos o que não queremos de forma meio abrupta, direta. Mas faz parte da nossa imperfeição, ainda; mas graças a Deus que tudo isso será uma página virada na eternidade.

Forte abraço ao irmão muito querido em Cristo.

Oliveira disse...

"Caríssimo amigo e irmão Natan..." há, há, há, há, há...

Combinou as duas expressões de afeto... então estou plenamente perdoado.