quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Castelos de Areia Demolidos

















Por Jorge Fernandes Isah

Como prometido em um comentário da postagem anterior, apresentarei um esquema que, de certa forma, sintetiza os pensamentos em "Dupla predestinação, o Barro 'decaído' e a Arbitrariedade de Deus" , e muitas outras reflexões neste blog. Gosto muito de síntese, apesar de praticamente todas as minhas ruminações serem analíticas. 

O objetivo não é explicar tudo, até porque não considero tudo explicável, havendo coisas que não nos foi revelada por Deus e que permanecerão um mistério até aquele glorioso dia, quando não será necessário perguntar nada.  Mas naquilo que nos foi revelado, não temos que temer conhecê-lo.

Então, vamos ao esquema!

1) Deus é soberano e autoridade sobre toda a Sua criação, inclusive, o homem [o que desagradará os proponentes de todos os sistemas humanistas, que veem o homem como autônomo e livre em relação a Deus]. "Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras" [At.15.18].

2) Deus preordenou tudo no universo, inclusive o mal e o pecado, até mesmo as nossas mínimas atitudes e pensamentos. Nada está livre do poder de Deus, pois se assim estivesse, Deus não seria o Todo-Poderoso [Is 44.6-7, 45.5-7].  Novamente os sistemas humanistas ruem diante da Palavra; porque, em sua insignificância, o homem é livre apenas para cumprir o eterno decreto de Deus, o qual é a manifestação da Sua perfeita e santa vontade.

3) O fato do homem não ser livre, não exclui a sua responsabilidade sobre os seus atos. O homem é responsável não porque é livre, mas porque praticou esses atos e, ao executá-los, tornou-se responsável por eles, e o único culpado e réu; pois "A alma que pecar, essa morrerá... na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá" [Ez 18.20, 24]. 

4) Responsabilidade não pressupõe liberdade humana [livre-arbítrio ou autonomia], mas autoridade divina, a qual foi estabelecida pela Lei Moral [a primeira delas promulgada no Éden:"De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.16-17)] .

5) Deus é justo. Não há padrão de justiça superior a Ele [Sl 11.7].

6) Deus é santo. Não há padrão de santidade superior a Ele [Sl 145.17, Is 43.15].

7) Deus é Todo-Poderoso. Não há poder superior a Ele [Ap 1.8]. Como o profeta disse: "
A quem, pois, fareis semelhante a Deus, ou com que o comparareis?" [Is 40.18].

8) Deus não está sujeito à Sua criação, nem mesmo à Lei Moral. Ela é para as Suas criaturas, portanto, aplicam-se somente a elas. Não se pode aplicar a Lei Moral a Deus, porque ela está no nível da criação, não do Criador.

9) Deus não peca exatamente pelo mesmo princípio de autoridade máxima; e do pecado ser criação, logo, ele está no nível da criação, não do Criador. Nada pode sujeitá-lO, antes o Senhor é quem sujeitou todas as coisas conforme a Sua bendita vontade [Fp 3.21].  

Abro um parênteses para reafirmar que o homem faz parte da criação, logo está no nível da criação e sujeito à vontade divina. Não há a menor hipótese do homem, ainda que precariamente, ainda que minimante, ainda que se sinta ilusória e fraudulosamente investido de algum poder, frustrar o plano divino. Antes, o homem é nada perante Ele, "e todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?" [Dn 4.35].

Ainda que certos conceitos sejam “duros” demais mesmo para calvinistas, não me importou ou interessou amaciá-los, nem também enrijecê-los, porém cabe-nos aceitá-los como Deus os revelou e encontram-se registrados nas Sagradas Escrituras.

A Bíblia demole o humanismo... e os humanistas, como os castelos de areia são destruídos na praia.

15 comentários:

Ricardo Mamedes disse...

Jorge, meu camarada e irmão,

Excelente texto. Explícito, lógico e analítico. Simplesmente irrefutável diante da lógica de Deus. No entanto, a lógica aplicada pelos humanistas de plantão certamente verão nele alguma incongruência, residindo no fato de não dar ao homem qualquer liberdade ou autonomia.

É estranho como tais pessoas (humanistas, arminianos, etc) rejeitam a responsabilidade humana sem liberdade, logo, rejeitando também a soberania divina. Esse conceito não cabe nas suas mentes limitadas. Eles não compreendem que Deus está acima de todos os conceitos, que Ele é o Criador e nós a criação. Eis porque nos submetemos a Ele. Isso também explica que Deus não está adstrito ou subjugado a ninguém, tampouco a qualquer lei, mesmo as promulgadas por Ele mesmo.

O padrão de Deus é mais alto (os seus pensamentos também); enquanto Ele "mora no céu" nós somos da terra; Ele o Criador, nós a criação. Ele delibera e nós obedecemos.

Aqueles que não aceitarem a sua autoridade ou não reconhecê-la "já estão condenados". Há que receber tanto o Pai como o Filho, pois negar um Deles é negar os dois.

Afinal, "quem é o Homem para contender com Deus"? A resposta é: "caco de barro entre outros cacos".

Grande abraço,

No amor de Cristo,

Ricardo.

Jorge Fernandes Isah disse...

Ricardo,

O problema é que os humanistas querem que Deus pense com a mente deles, quando, na regeneração, acontece o processo inverso: somos feitos cativos à mente de Cristo e, portanto, ainda que não cheguemos à perfeição, justiça e santidade dEle, temos, ao menos, que pensar como Ele; ou seja, nossas conclusões devem estar condicionadas à Escritura, e serem feitas a partir dela, dos seus pressupostos, não do que a mente humana engedra em sua rebeldia.

Grande abraço, meu irmão!

Cristo o abençoe!

Oliveira disse...

Inspirado ein?

Faça, ou melhor, humildemente peço que faça um esquema semelhante para explicar o supra, ultra, intra, mega, e infra...lapsarianismo.

Nunca me interessei em ficar lendo esta sopa de letra, mas por lógica sei que me classifico facilmente num deles que não lembro qual é.

Fica registrado a encomenda.
Eu sei até que em algum lugar do passado nos meus e-mails você me explicou isto, mas perdi o registro, assim ficará registrado no seu blog e eu posso dar uma olhada sempre que me esquecer da sopa de letras.

Grande abraço!

Jorge Fernandes Isah disse...

Natan,

Eu estava mesmo querendo escrever algo sobre infra, supralapsarianismo e hipercalvinismo, exatamente porque o Sproul tocou também no assunto, ao chamar os supra de hereges (ou coisa parecida). Porém, sua idéia do esquema é boa, e vou trabalhar nela.

Apenas para se situar, eu e você seríamos facilmente chamados de hipercalvinistas, assim como o Cheung e o Clark (um termo mais extremado para indicar posições supra).

Como escrevi ao pr. Silas no comentário do texto anterior, não concordo com todas as posições hiper, por isso, não me considero um, apesar de não ver problemas. No fim das contas, é mais um rótulo, e na eternidade tudo isso se dissipará. Assim como calvinista e determinista são rótulos, e também se dissiparão, pois o que ficará será tão somente o corpo de Cristo.

Forte abraço no Senhor, meu amigo!

Cristo o abençoe imensamente e aos seus queridos.

PS: O Felipe irá lançar, não sei quando, um livro que trata exatamente do assunto (Infra, Supra e Hipercalnismo). Certamente, muito mais esclarecedor do que eu possa esclarecer, mas farei uma tentativa.

Oliveira disse...

Hiper? Somos hiper?
Xiitas então?
Risos...

Minha classificação é a seguinte, de um extremo ao outro:

1. hipercalvinistas
2. calvinistas deterministas bíblicos
3. calvinistas moderados
4. calvinistas compatibilistas
5. calvinistas inconsistentes (são suavemente arminianos sem saber que são)
6. arminianos semi-pelagianos inconsistentes (são suavemente calvinistas sem saber que são)
7. arminianos semi-pelagianos cassianistas
8. pelagianos
9. anti-calvinistas, anti-arminianos, anti-cristãos

Eu me rotulo como sendo calvinista determinista bíblico.

Não me considero hipercalvinistas pois este para mim, é aquele que diz mais ou menos assim "Então está tudo determinado? Então que se exploda o mundo... afinal quem pode resistir a Deus? Eu vou cuidar da minha vida e fazer o que bem entender independentemente do que a Lei de diz apregoa". Penso até que nem cristãos são...

Agora vou dar exemplos de cada um deles:

1. Acho que o diabo é hipercalvinista.
2. Eu e você. O Vincent Cheung.
3. O Rev. Augustus Nicodemus Lopes, o Prof. Solano Portela.
4. O Rev. Sproul talvez...?
5. Meu pai.
6. Meu irmão.
7. Os assembleianos.
8. Charles Finney.
9. Agnósticos e ateus em geral.

Quanto ao colega Silas e o seu calvinismo "light"... eu o convido a ser um calvinista determinista bíblico, deixando o lado "light" de lado pela seguinte frase e sugestão:

"Nas escolhas morais importantes, nas escolhas morais de menor imporância, nas escolhas triviais do dia-a-dia, e mesmo nas escolhas futuras na eternidade quaisquer que sejam, NINGUÉM IRÁ SURPREENDER A DEUS fazendo uma coisa diferente daquilo que a sua onisciência já sabe que faremos........................................................... logo a predestinação é absoluta para tudo, uma vez que não poderemos em momento algum fazer algo diferente do que já está absolutamente determinado pela onisciência (conhecimento prévio) de Deus."

Se ele for surpreendido... pensava que piscaríamos o olho esquerdo, e na última hora piscamos o olho direito... pensava que iríamos adulterar em pensamento, e na última hora vencemos a tentação... neste caso então Ele não é o Deus bíblico, nem mesmo é onisciente.

Grande abraço a ambos.

Jorge Fernandes Isah disse...

Natan,

Seu esquema vai muito além do que eu poderia ir; e entendo a questão da seguinte forma:

Todo calvinista é determinista. O que dependerá é do grau de determinismo bíblico que ele é capaz de compreender e assumir.

O calvinismo radical seria o determinista radical; o calvinismo moderado seria o determinista moderado; e o calvinismo suave seria o determinista suave. Não há calvinismo sem nenhuma "porção" de determinismo (nem mesmo os arminianos, se creem nas Escrituras, estão isentos de um eventual determinismo, mesmo que o interpretem erroneamente).

Como disse no meu último comentário, não concordo com todos os posicionamentos hiper, mas eles acreditam em boa parte do que creio. Por isso, sou o que você considera determinista bíblico e que eu considero determinista radical, porque, de uma maneira clara, não é possível que nenhum evento no universo aconteça alheio à vontade divina, mesmo nossas ações, vontades e pensamentos. E de que Ele é realmente o Senhor da história, e controla as mínimas e mais insignificantes coisas.

Sem conhecer muito bem o pensamento hipercalvinista, o que me chama a atenção na sua doutrina é a não obediência ao chamado de se proclamar o Evangelho a todas as criaturas, independente delas possuirem "sinais" de serem eleitas. O que os torna incompreensíveis é como alguém pode dar "sinais" de que é eleito. Paulo deu esses sinais? Ou poderia ser chamado, à época em que era um fariseu, de filho do diabo? Eu, que vivia dissoluta e impiamente, rejeitando a Cristo com o que tinha de mais forte em mim, em constante rebelião e blasfêmia ao Senhor, poderia ter algum sinal de que era eleito? Qual sinal? Quanto mais ímpio e indigno alguém for, esse é mais potencialmente eleito? Sinceramente, isso não me entra na cabeça, e não passa de desobediência à ordem do Senhor de evangelização.

Como disse no comentário ao pr. Silas, as Escrituras não voltam vazias, porque através delas Deus opera a salvação, mas também confirma a condenação dos réprobos.

Quando disse que facilmente poderíamos ser chamados de hiper, não disse que o somos. Apenas as pessoas mal-informadas é que poderiam nos situar nesse grupo. Exatamente porque acreditamos no pleno, total, completo e eficaz poder de Deus sobre toda a Sua criação, sobre todas as coisas, um controle que não permite a menor ponta de liberdade a qualquer criatura.

Portanto, fique tranquilo; não somos hipercalvinistas, mas servos do Senhor, cativos à mente de Cristo.

Grande abraço, meu amigo!

Cristo o abençoe!

Jorge Fernandes Isah disse...

Natan,

apenas mais uma coisa, sobre os hipercalvinistas:
Já é inexplicável alguém ter "sinais" de que é eleito, mas o mais intrigante é outra pessoa perceber esses "sinais".

No esquema hipercalvinista, tanto o eleito dará "sinais" da sua escolha por Deus, como os hiper serão capazes de perceber esses sinais e, assim, pregar apenas aos eleitos em potencial ou potencialmente eleitos.

É muita loucura, mesmo!

Resumindo: o importante é não negligenciar a ordem do Senhor, antes obedecê-la: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura... ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado" (Mc 16.15, Mt 28.20).

Cristo o abençoe!

Oliveira disse...

Na verdade eu não conheço nenhum hipercalvinista.
Nem sei se existem igrejas assim.

MINISTÉRIO BATISTA BERÉIA disse...

Graça e paz Jorge.
Já publiquei o seu texto em meu blog. Como sempre um excelente artigo, parabéns.
Quanto ao conselho do Oliveira estarei analisando e repensando o meu calvinismo light, que na verdade pode ser chamado de calvinismo moderado. Mas irei analisar o seu conselho, pois ele me diz para ser um calvinista determinista, e segundo a sua tabela quem é determinista está na parte de cima, é melhor subir a escala do que descê-la (rs).
O que eu acho interessante nos comentário em seu blog, e em outros da mesma linha é que os comentários são quase uma postagem, eu aprendo mais lendo os comentários do que propriamente com o texto. Isso para mim tem sido muito edificante.
Fique na Paz meu amado.
Pr. Silas

Jorge Fernandes Isah disse...

Natan,

também não conheço nenhum hipercalvinista, mas tem gente que jura de pés juntos que eu sou um deles (rsrs)...

Mas diante do que são, até que ser hiper não deixa de ser um consolo (rsrs). Porém, entre metade da verdade ou metade da mentira, fico com a verdade completa, e rejeito totalmente a mentira.

Abraços.

Jorge Fernandes Isah disse...

Pr. Silas,

Mais uma vez, agradeço a generosidade e o privilégio de ter outro texto meu publicado no seu blog. É sempre uma honra que espero poder sentir mais vezes, especialmente tratando-se do irmão, que me acolheu calorosamente como amigo.

Quanto ao Natan (Oliveira), com quem tenho aprendido tanto, se pudesse, ele converteria todos os irmãos ao calvinismo/determinismo bíblico e ao pós-milenismo. Há uma série de postagens sobre Mateus 24 no blog dele, e que suscitou entre nós muitas discussões, com penas voando para todo lado (rsrs).

Na verdade, o Calvinismo/determinismo bíblico não é uma questão de subir uma escada espiritual que nos aproxima mais de Deus. Creio que, neste aspecto, ele pouco pode nos aproximar de uma comunhão mais intensa. Porém, nos levará a entender de maneira mais clara e verdadeira a ação de Deus, como Criador e mantenedor do universo, a compreender melhor Sua natureza, Seus propósitos (ainda que muitos deles permaneçam na categoria "mistério"), enfim, a nos revelar porque somos o que somos e devemos ser o que Ele quer que sejamos: a imagem do Seu Filho Amado (falo aos eleitos).

Contudo, se o eleito não for obediente, nem zeloso naquilo que o Senhor nos orientou a fazer como Corpo: a leitura bíblica, a oração, o auxílio aos irmãos e necessitados fora do Corpo (espiritual e material), a proclamação do Evangelho, o amor ao próximo, etc, de nada adiantará ter a teologia certa, verdadeira, porque ela é incapaz de por si mesma produzir os frutos para a glória de Deus.

Ao meu ver, a aplicação da correta teologia é que resultará em frutos do Espírito; sem o agir e a prática da vida cristã, seremos apenas bons teóricos, e não servos, pois aos servos é requerida a sujeição e obediência ao seu Senhor.

Sem isso o maior teólogo não passará daquele homem que construiu a sua casa sobre o firme alicerce, mas construiu-a com palha, feno e madeira, e vindo o fogo a consumiu. Permanecerá salvo porque não depende dele a salvação, mas como Paulo disse, será salvo como que pelo fogo.

Então, vida cristã é a união da teologia correta com a prática correta. Mas, sem a teologia correta, é bem provável que se incorra na prática incorreta; enquanto na teologia correta pode-se até não se praticar corretamente, mas não será por ignorância, e sim por desobediência, o que o tornará ainda mais repreensível e injustificável diante de Deus.

Quanto aos comentários, é como sempre digo aos meus amigos: o meu texto pode não ser bom, mas os comentaristas o salvam do fiasco; acrescentando, melhorando e até mesmo reescrevendo-o. Por isso, fico sempre feliz quando os vejo por aqui. É sinal de que aprenderei, e ficarei menos tolo.

E, afinal, lendo as Escrituras, meditando nelas, e apreendendo com os irmãos aquilo que Deus os tem revelado, é que terei a mente de Cristo. Por isso, meu irmão, não se esquive de fazer a obra de Deus e me auxiliar a ser como Ele é.

Cristo o abençoe!

Abraços.

Oliveira disse...

Vou detalhar rapidamente a minha classificação "herética":

1. hipercalvinistas
2. calvinistas deterministas bíblicos
3. calvinistas moderados
4. calvinistas compatibilistas
5. calvinistas inconsistentes (são suavemente arminianos sem saber que são)
6. arminianos semi-pelagianos inconsistentes (são suavemente calvinistas sem saber que são)
7. arminianos semi-pelagianos cassianistas
8. pelagianos
9. anti-calvinistas, anti-arminianos, anti-cristãos

1. Hipercalvinstas: Se rebeldes são aqueles que entendem perfeitamente o Plano Divino e o que está escrito nas escrituras, mas isto não produz vida neles, ficam ainda mais rebeldes e lutam contra este Deus que promove genocídios (Jericó) segundo eles, e mata sem piedade (dilúvio). Se cristão, se é que isto é possível, se tornam em cristãos infrutíferos, uma vez que só os eleitos serão e por Deus, assim eles não precisam evangelizar, pois fazendo isto ou não Deus salvará seus eleitos. Analogicamente pensam que nem precisam ora, nem ler a Bíblia, etc... Tenho dificuldade em pensar que sejam realmente cristãos.

2. Diferenciam-se dos fatalistas pois estes atribuem à predestinação para forças impessoais, ao destino, sei lá o que mais. Já os deterministas bíblicos atribuem todas as coisas a um Deus pessoa e soberando.

3. Tenho grande respeito por esta turma. Pregam a predestinação e a soberania de Deus, e pregam também a responsabilidade humana. Mas... quando confrontados em como as duas coisas se encaixam ou se harmonizam... eles dizem "não sei" e o fazem humildemente. Alguns reverentemente se calam quanto atribuir o estupro de alguém à Deus... outros titubeiam e atribuem isto a responsabilidade humana, outros calam... mas por fé continuam pregando as duas verdades bíblicas: Deus é soberano e ao mesmo tempo o homem é responsável.

4. Pregam a eleição e predestinação apenas no quesito da salvação e colocam isto no nível do livre-arbítrio não existe ou existente. Mas quando chegam nas coisas triviais, vem com a idéia da livre-agência e neste aspecto a meu ver está o erro deles, pois nas trivialidade Deus deixa de ser soberano, pois na livre-agência o homem faz o que quer, mas no livre-arbítrio não. Para compatibilizar é que inventam o termo livre-agência.

5 e 6. Na realidade são o mesmo grupo, mas ora pendem para um lado ora pendem para o outro. Na realidade a ignorância inconsciente é que os faz assim. As vezes pregam soberania, e por outras vezes pregam a vontade autônoma do homem.

7. Acham que existe uma sinergia entre Deus e o homem. O homem neste caso coopera com Deus para que a sua salvação ocorra. Crêem no novo nascimento, mas parte dele é atribuída a Deus e parte dele é atribuída ao homem que teria a capacidade de crer ou de resistir ao chamado ao Evangelho.

8. Não crê no novo nascimento sobrenatural. Tudo se resumiria a uma decisão do homem. A conversão seria uma decisão seguida de ação por parte do homem exclusivamente. Jesus teria morrido apenas para dar o exemplo. O homem se salva sozinho a partir da sua decisão.

9. Não são cristãos. Os mais articulados e interessantes são os agnósticos, que dizem que uma vez que o que chega na razão somente pode ser racionalizado mediado pelos que os sentidos levam a razão, e como os sentidos poderiam ser enganosos, então não há como se ter certeza de nada. E mesmo na eternidade se eles após a ressurreição vissem pessoalmente a Deus poderiam alegar que há como se ter certeza se é uma ilusão ou não pois o sentido da visão pode lhes estar enganando e podem não estar vendo a Deus realmente. É fácil combatê-los usando Romanos, onde diz que só de olhar (sentido da visão) a natureza os homens são indesculpáveis, logo mesmo que os sentidos sejam em última análise uma ilusão, eles nos foram dados por Deus para que pudéssemos ter percepção da realidade que ele queria manifestar a todos nós.

Abraço.
Não revisei o texto acima, então se houver alguma imperfeição, favor ignorar.

Jorge Fernandes Isah disse...

Natan,

desculpe-me a demora em responder-lhe.

Quanto a sua classificação, ela me parece correta; não estudei o assunto minuciosamente, mas o seu esquema me parece certo em todos os aspectos. A exceção é que, sem fazer uma defesa dos hiper (nem sou doido para tanto), acredito que há salvos entre eles, pois a salvação não depende deles, mas de Deus.

A soteriologia deles é correta, a prática é que é o problema. Ou seja, não têm uma vida cristã relacionada ao evangelismo que aplique a correta soteriologia.

Mas como não fiz um estudo sobre os hiper, e o que conheço é a partir de parcos textos sobre o assunto, não posso emitir uma opinião concreta. Mas ao que li (especialmente no livro "Spurgeon e o Hipercalvinismo") não me parece que estejam muito distantes do que cremos, e muito distantes de haver eleitos entre eles.

Vamos deixar essa discussão para o futuro. Quem sabe eu ou você não escrevemos sobre o assunto?

Grande abraço, meu amigo!

Fique na eterna paz de Cristo!

Helvecio.p disse...

Queridos, não sou dos que batem sem ouvir, ler ou entender ( embora não goste de perder tempo com bobagens - avida é muito curta ! ) Li atentamente tanto a postaghem do meu querido irmão Jorge, a quem admiro a determinação e o amor à Palavra de Deus, como a dos demais irmãos.Eu pessoalmente abomino essa classificação horrorosa e desnecessária. Cada pessoa ao conhecer a Deus e a sua Palavra terá uma experiência distinta, próxima de outras experiências vividas por outras pessoas, mas única. Quantas classificações seriam possíveis e quais delas a mais justa e a que melhor refletiria um grau de vida cristã?

O mais lamentável é que vocês não aprenderam nada disso na velha Bíblia. Daí conclui-se que ou é realmente importante e todos deveriam saber disso ou absolutamente desnecessária e a mais completa perda de tempo. Por mais admirável que seja a biografia de Calvino, ele como outros nção passam de ilustres defuntos (e não digo isso por ingnorância ). Somos de Cristo, nem de Apolo, nem de Silas, nem de Paulo, nem de Lutero ou de qualquer outro do passado do presente ou dos próximos anos. Sei que vocês amam ao Senhor Jesus mas quantas pessoas se converteram nos últimos meses por intermédio de uma pregação de vocês? Se a resposta for nenhuma, o que é passaram a cultivar na vida cristã de vocês? Penduricalhos teológicos? conhecço alguns teólogos que estão próximos de não terem mais nehum resquício de fé cristã em suas vidas, de tanto tentarem explicar tudo, de discutir detalhes. A fé simples na velha Palavra de Deus, sem complicações é a única saída. Um abraço a todos.

Jorge Fernandes Isah disse...

Helvécio, meu amigo!

Primeiro, você está misturando as estações novamente.

A prova está no seu próprio blog onde você discute tudo: desde predestinação, calvinismo, o mal, arminianismo, Calvino, música gospel, etc.
Se queres "consertar" os outros, conserte a ti mesmo primeiro.

Segundo, o que é bobagem? Buscar o entendimento? Ter o desejo de conhecer melhor a Deus? Se for, somos dois bobos!

Terceiro, o fato de você abominar classificações não nos obriga a segui-lo. O entendimento pode vir de várias formas; e classificações, sínteses, analogias, etc, são instrumentos para que se entenda um ou vários pontos incompreensíveis.

Quarto, o conhecimento de Deus na regeneração não é completo. Naquele momento, somos transformados por Ele, e a experiência é uma só: reconhecemos o senhorio de Cristo e a nossa impiedade; nos arrependemos e somos perdoados por Ele; nos tornamos em templos efetivos do Espírito Santo. Se isto não acontecer, não houve regeneração, nem salvação.

Quinto, lamentável é você dizer que "cada pessoa ao conhecer a Deus e a Sua Palavra terá uma experiência distinta" e, em seguida, afirmar que todos devem seguir o seu exemplo e não se preocupar com classificações, o que considera, assim como discutir teologia, "a mais completa perda de tempo". Mas quem o investiu da condição de senhor do tempo alheio? E, melhor ainda, defina o que venha a ser perda de tempo. A leitura do meu texto e o seu comentário foram perdas de tempo?

Sexto, diga-me quem se referiu a Calvino, Lutero ou qualquer outro biografável como sendo deles?

Sétimo, por acaso é o juíz de nossas almas? Para dar-lhe satisfação de quantos foram convertidos ou não? Por que você não inicia falando de quantos se converteram com a sua pregação... Não, não precisa falar... Pois não nos cabe saber, já que este assunto é entre você e Deus. Não somos seus juízes.

Oitavo, defina o que é vida cristã. Defina também o que é penduricalhos teológicos.

Nono, o que temos a ver com os teólogos que não têm fé? Quer nos acusar de colaborar para que percam a fé? Ou quer dizer que também não temos fé? Novamente, quer se fazer juiz de nossas almas?

Décimo, o que é fé simples? É uma fé ignorante? E o que é uma fé complicada? Ou melhor, descomplicada? A saída é eu manter-me ignorante quanto aos assuntos bíblicos? Ou seja, Deus privilegiará os ignorantes em detrimentos daqueles que buscam o entendimento?

Meu irmão, seu comentário é intempestivo e irrazoável. Para não dizer, deselegante. Você cobrou humildade de mim e dos comentaristas e agiu contrariamente ao que discursou.

Colocou-se numa posição arrogante e acusativa. Como se nós o tivéssemos ofendido apenas por buscarmos entender a verdade. Por acaso não é o que você faz em seu blog? Buscar explicações? Conhecer a verdade?

Como lhe disse em outro post, chega o momento em que é necessário dar um tempo, refletir, orar e não sair atirando para todo lado. Sabedoria é a palavra certa.

Se não concorda com algum posicionamento, faça-o dentro do texto, apontando suas falhas, apontando o que considera correto, e não transfira seus preconceitos (e digo que todos temos preconceitos) aos outros.

Até porque, os meus "penduricalhos teológicos", baseei-os no texto bíblico, transcrevendo o(s) versículo(s), ou indicando-o(s).

Mas parece que você não quis ver, o que é uma pena.

Espero-o mais proposicional e menos especulativo da próxima vez.

Fique na eterna paz do nosso Senhor Jesus Cristo!