sexta-feira, 16 de abril de 2010

Eu e o Mundo













Por Jorge Fernandes Isah

Há um dilema: como o crente deve se relacionar com o mundo? É possível ao crente ter uma vida voltada para Deus, em santidade, e se apropriar dos benefícios que o secularismo proporciona, por exemplo, na cultura? Há oposição entre fé e o intelecto? Ou podem coexistir harmoniosamente? O mundo não tem nada de bom a nos oferecer? Devemos prontamente afastar-nos de tudo o que ele oferece?


O primeiro passo é definir o que seja mundo. O homem tem gravado em seu coração a imagem e o conhecimento de Deus, o qual pode ser revelado pela natureza, e o homem é capaz de percebê-lo [Rm 1.19-21]. É claro que isso não dará o conhecimento pleno de Deus, como Ele é, mas levará à consciência da Sua existência e poder; porém é completamente incapaz de revelar a Sua natureza, essência, o Seu todo [ainda que pareça impossível conhecer Deus plenamente, acredito exeqüível o conhecimento daquilo que nos foi revelado. E creio que Deus se fez conhecer na Escritura como é, ao menos no fundamental para que compreendamos a Sua natureza e propósito]. Ainda assim o incrédulo pode-se tornar instrumento da graça de Deus [graça não voltada para o ímpio, mas com o nítido objetivo de, usando-o, revelá-la ao eleito], beneficiando tanto crentes como incrédulos, segundo o propósito divino. 


Veja bem, o objetivo é Deus se revelar ao eleito, como o alvo do Seu amor, graça e misericórdia, pois o réprobo não é alvo do amor, nem da graça, nem da misericórdia de Deus, mas colabora para que todos os Seus propósitos se realizem, inclusive, sendo ele mesmo beneficiário, do ponto de vista temporal, na realização histórica, ainda que do ponto de vista eterno esteja-lhe assegurada a condenação.


Portanto, mundo, no conceito bíblico que nos interessa no momento, refere-se ao pecado, ou melhor, à pecaminosidade e seus reflexos entre os homens, os quais são os meios pelos quais o pecado tomará forma, e efetivamente agirá.


Outro conceito de mundo, que também faz-se necessário definir, é o formado pelo número de crentes e incrédulos; o local onde habitam uns e outros, vivendo e interagindo-se, porém, sem jamais escapar do soberano controle e propósitos divinos. O que vale dizer é que, tanto eleitos como réprobos não são autônomos, estando submetidos à vontade decretiva de Deus que estabeleceu, antes da fundação do mundo, todos os atos, pensamentos e vontade das criaturas.


O problema é que tanto o "primeiro" mundo, como o "segundo", encontram-se sobrepostos, intercambiados, de tal forma que muitas vezes não é possível dissociá-los, nem distingui-los corretamente. E tanto o mundo pecaminoso como o mundo habitável podem ser um, ou prolongamentos um do outro, ou simplesmente se confundirem em seus objetivos. É por essas e outras que se deve ter muito cuidado, pois ao se defender um "mundo" pode-se estar a defender o outro também. E ao crente é importante ter o discernimento de que, quer seja um ou outro, a prudência, sabedoria e entendimento da Palavra são os únicos meios pelos quais poderemos evitar a aliança com o inimigo, e a propagação de sua ideologia diabólica, malévola, pecaminosa.


O segundo ponto é entender que a ação do diabo é limitada ao que Deus lhe concede fazer. Portanto, ainda que a inclinação da carne [e do mundo] seja o pecado e a rebeldia, o Senhor limitar-los-á a fim de que a natureza humana e o mal proveniente e advindo dela sejam restringidos.


Contudo, o mundo não é um campo de batalha dualista onde o mal degladia-se com o bem. Para o crente, mesmo o mal pode ser bom, porque todas as coisas colaboram para o bem daqueles que amam a Deus [Rm 8.28]. Tudo, mesmo o pecado, pode representar o bem para o eleito. É possível? O verso diz que sim. A questão é que isso estará sempre compreendido dentro da vontade de Deus, a qual conhecemos por inferência bíblica: Deus é Todo-Poderoso, supremo ordenador e governador do universo, mas desconhecemos as particularidades do processo e o objetivo final de cada um, ainda que no geral saibamos que tudo resultará na Sua glória, na santificação dos eleitos, e na condenação dos iníquos.


Voltamos à questão: é possível o crente se beneficiar e se apropriar daquilo de bom que a cultura secular produz? E como a Igreja pode influenciar a cultura ao ponto em que ela reflita mais adequadamente a imagem de Deus, tornando o homem e a sociedade mais justos? Não será pela pregação do Evangelho de Cristo? Pelo cumprimento da Lei Moral?


Um autor reformado respondeu: "A fim de julgar as nossas idéias, temos que conhecer duas coisas da melhor maneira que pudermos: as forças do mundo que formam os nossos pensamentos, e as verdades da Escritura, que corrigem os nossos pensamentos e revelam Deus e suas promessas de salvação para nós. Os que não se preocupam em ler livros seculares serão empobrecidos e suscetíveis à sedução sutil e indireta, enquanto os que não se preocupam em estudar com cuidado a Escritura perderão o seu único fio de prumo para julgar a verdade em contraposição ao erro, a crença em contraposição à incredulidade, o certo em contraposição ao errado. Os que conhecem a Escritura e a sua cultura têm a capacidade de reconhecer a verdade e rejeitar a falsidade quando a escutam ou lêem - seja na literatura secular ou do púlpito" [1].


Segundo o autor, somente se poderá influenciar beneficamente o mundo conhecendo-o e ao Evangelho. Mas a Bíblia não nos fala do mundo? Melhor do que qualquer compêndio acadêmico? Não nos revela o mundo também? Como algo de que devamos repelir? E da mesma forma que cada um de nós tem a imagem de Deus, não temos a imagem corrompida do mundo? Sinceramente não sei até que ponto devemos interagir com o mundo. De qualquer forma, excluir-nos dele é impossível, mesmo que isso represente habitar um mosteiro ou uma caverna. 


Ao final, acho que a resposta é: ir até onde o Evangelho nos proibe prosseguir. E para isso, tem-se de conhecer a Escritura, senão corre-se o risco de ser enganado pelo mundo, e por falsos evangelhos.

Nota: [1] O Cristão e a Cultura - Michael Horton - Ed. Cultura Cristã - pag 61-62

19 comentários:

Oliveira disse...

Jorge

Eu tinha prometido que não falaria mais (naquele post.... risos....).
Neste eu posso começar a ter surto novamente... risos....

Me permita somente um comentário.

A sua reflexão e preocupação é ótima, mas o uso da palavra MUNDO é infeliz.

Vejamos:

Deus não fez o mundo e tudo que nele há?
Fez a natureza, mandou dominá-la (isto implica cultura e desenvolvimento tecnológico).
Fez as ciências, a jardinagem por exemplo, quando ele mandou Adão cuidar do jardim.
Fez o sexo.... sim fez isto também.

E ao final está escrito "E VIU DEUS QUE tudo aquilo que ele tinha feito ERA BOM....."

O mundo em si portanto não é mau.
Comer não é mau.
Escrever não é mau.
Tudo o que não contraria a Lei de Deus, não é mau em si mesmo.

Além disto o Senhor Jesus disse "Não peço que os tire do mundo, mas que os livres do mau."

Em outras palavras "Não quero que os isole da cultura do mundo, mas que os livre do mau (ou da parte da cultura que foi já contaminada pelo mau)".

Então penso que o sentido do movimento não é de os eleitos irem para dentro das igrejas denominações e lá ficarem trancados até a volta do Senhor.

Mas o sentido é o inverso, de os eleitos irem para fora e se espalharem como igreja (espiritual) em todos os lugares da cultura humanizada do mundo presente, e nestes lugares espalharem luz e ensinarem as nações que existe sim a necessidade de se construir uma cultura que não seja humanista mas que esteja curvada ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

Então temos sim um mandado para evangelização (falo da pregação para o arrependimento), mas também temos um mandado cultural (falo de ensinar as nações os valores do Reino e de dominar a terra os animais e tudo o que nela há).

Grande abraço!

Vou ficar uns tempos sem comentar no teu blog, até que recuperes a estima por mim, pois depois de tanto comentar deves estar totalmente enfadado.

Exemplo 1:

500 deputados.
100 são verdadeiramente cristãos.
400 são ímpios ou cristãos disfarçados e humanizados.
As igrejas neste cenário estariam cantando hinos na igreja e pouco preopadas com a cultura no mundo.
Abre-se para votação o aborto, o que você acha que vai dar? O aborto será aprovado com certeza e depois o pessoal ainda vai chorar e pregar por meses dizendo "eu não disse, eu não disse, é a apostasia, é o fim, preparem-se para o arrebatamento iminente pois esta Sodoma e Gomorra vai ser julgada não poucos dias depois de agora..."

Exemplo 2:

500 deputados
400 são verdadeiramente cristãos.
100 são ímpios ou cristãos disfarçados e humanizados.
As igrejas neste cenário estariam cantando hinos na igreja, mas no dia-a-dia seus membros altamente engajados na sociedade preocupados com o andar do desenvolvimento cultural no mundo.
Abre-se para votação o aborto, o que você acha que vai dar?

Há muito por fazer!
Seja pregando o Evangelho (arrependimento).
Seja ensinando as nações (construindo cultura saudável para o mundo).

Ricardo Mamedes disse...

Jorge,

Este seu texto, como os outros, tem algo de peculiar: ele é bom. Exatamente porque os demais que o antecederam também são bons. Mas este, ressalvada a qualidade dos demais, é melhor. Ele é excelente.

Embora meio ausente, continuo orando pelo irmão e família.

Grande abraço. Que Deus esteja com todos vocês.

Ricardo.

Pr. Luiz Fernando disse...

Prezado irmão Jorge,
gostaria de ponderar somente uma coisa em sua postagem: O saber, a ciência, a filosofia em nada deveriam afastar o cristão de Deus. Paulo mesmo a fim de alcançar os atenienses citou seus poetas e pensadores tentando fazer uma ponte entre Jesus e eles. Nos primeiros séculos da história da igreja os teólogos se valeram da filosofia para explicar e contrapor as heresias reinantes, haja vista os concílios mundias como Nicéia, Calcedônia etc. Creio que seria muito dificil para eles apontarem para verdade sem o pano de fundo em que viviam, pois, as controvérsias se davam dentro deste pano de fundo cultural. Horton está correto em afirmar que devemos conhecer os dois lados para mantermos o equilíbrio. Creio que o mundo que devemos nos afastar é este sistema de princípios gerado por Satanás que nos afasta de Deus.
Cresçamos na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo.
Um abraço
Em Cristo

Jorge Fernandes Isah disse...

Meus irmãos,

ficarei todo o dia fora, portanto, à noite ou amanhã comento seus comentários (eta redundância!).

Abraços.

Paulo Brasil - Atraves das Escrituras disse...

Amado,

mais uma vez muito bom seu post.

Quanto a argumentação do domínio da terra para sustentar a participação nossa nas "coisas" deste mundo é forçada. Lembremos que o mandamento é anterior à Queda.

O mundo como o sistema em oposição a Deus - acredito ser o objeto da abordagem do Irmão - pouca coisa tem a oferecer aos servos do Senhor.

A idéia que nossa geração terá algum poder para influenciar o mundo, não tem base nas Escrituras.

Prefiro o salmista
Confia no Senhor ...Habita na terra alimenta-te da verdade. (Sl 37.3)

Em Cristo.

Oliveira disse...

Caro

Só pode ser brincadeira... risos...

Na postagem anterior outro colega me "acusou" de não ter base bíblica para aquele debate, e agora sou acusado da mesma coisa...?

Querem que eu tenha um novo "surto" de excesso de comentários? risos...

Pois bem...

No endereço abaixo é possível encontrar uma bela introdução ao assunto e no meio das reflexões é possível ler vasta base bíblica para o mesmo.

http://teonomia-biblica.blogspot.com/

Falo da doutrina do domínio, ou reconstrucionismo ou teonomia.

Mas cuidado... Greg Bahnsen era considerado imbatível em seu tempo num debate, e ateus e teólogos diversos tremiam as pernas de enfrentá-lo para um debate teológico ou filosófico.

Aqui também encontrará a impressão do Prof. Solano Postela sobre o tema:

http://tempora-mores.blogspot.com/2008/03/os-teonomistas-mordem-ou.html

Boa leitura!

Paulo Brasil - Atraves das Escrituras disse...

Amado,

não pretendo suscitar nenhum comportamento no Irmão.

Muito menos de utilizar este espaço no Blog do Isah para tal torneio.

É uma questão de perspectiva escatológica.

Creio que estamos na apostasia, e que esla tomará proporções universais. Portanto, não creio que os santos produzirão qualquer efeito de reversão no mundo.
Pelo contrário, a participação dos "evengélicos" no negócios deste mundo cada vez mais desonram o nome do Altíssimo.

Mas não gostaria de nenhum outro desdobramento quanto à questão, principalmente neste blog.

Em Cristo.

Jorge Fernandes Isah disse...

Natan,

sabe que pode ter o surto que quiser. Em relação ao viés escatológico, não entrei no debate porque você sabe minha opinião [por nossas várias discussões sobre o assunto aqui e em seu blog], portanto, deixei que você tivesse outros adversários, certamente mais capacitados do que eu, como o Tiago e o Ricardo.

Quanto a algumas de suas afirmações ao que eu disse, quero dizer que não disse a maioria delas. No texto, faço uma reflexão quanto à união igreja-mundo, no sentido do mundo como oposição a Deus [o Paulo entendeu o sentido da palavra mundo usada].

Eu, como bom leitor de livros seculares, como bom ouvinte de música secular, como apreciador da pintura secular, da filosofia secular, do futebol e tantas outras atividades seculares, não poderia me opor ao que ele produz de bom; daquilo, ainda que eles não desejam ou busquem, reflita a grandiosidade e poderio divinos e sua maravilhosa obra.

Acontece que não preciso conhecer todos os pormenores mundanos para saber que nem tudo me convém. Não preciso me prostituir para saber que prostituição é pecado. Nem mentir para também sabê-lo. Em todos os aspectos quis mostrar a suficiência da Escritura tanto para revelar a santidade de Deus como para mostrar a pecaminosidade do homem.

Portanto, leia novamente o meu texto e verá que não estou me referindo ao mundo como sociedade, como o local em que estão santos e ímpios. Até defini-o para efeito de não confundir, e corroborar o primeiro conceito de mundo, o mundo do pecado.

No final, para não deixar o texto solto, fiz uma conclusão clara de que podemos sim interagir com o mundo, mas apenas nos limites da Escritura, naquilo que ela nos permite ir.

Quanto ao resto do seu comentário, concordo com ele. Se nós, cristãos, não salgarmos e iluminarmos o mundo, quem o fará? É nosso dever e obrigação agir como sal e luz no mundo caído.

Forte abraço!

Jorge Fernandes Isah disse...

Ricardo,

o irmão, como amigo, é suspeito. De qualquer forma, obrigado pelos elogios. Se há alguma coisa de bom em meus textos, pode ter certeza de que provém de Deus, pois de mim, como Paulo diz, não há nada que preste (e não é falsa modéstia; creio nisso como a mais pura verdade).

Também ando meio sumido nas últimas semanas, mas creio que as coisas voltarão ao normal nos próximos dias. Os afazeres são muitos e o tempo curto.

Obrigado por suas orações.

Grande abraço!

Jorge Fernandes Isah disse...

Pr. Luiz Fernando,

concordo com o irmão. Realmente as ciências não deviam afastar o homem de Deus, mas a Queda o fez.

Interessante que, no passado, Deus era o motivo ou a motivação para todas as pesquisas em todos os campos. Infelizmente, o racionalismo proposto pelo iluminismo (nome inadequado para as trevas que trouxe à mente humana) afastou Deus da ciência, postulando a crença nEle em irracionalidade. Acontece que o não-crer em Deus é tanto uma crença como a crença em Deus. No fundo, os que se consideram "racionais" por não crerem em Deus, não o são por este motivo e provavelmente por nenhum outro. O que eles têm é uma outra fé, pois nem nós, nem eles, podem provar a existência de Deus. Por isso o conhecimento natural de Deus não é suficiente para o conhecimento pleno dEle. Sem que Deus queira, o homem não poderá conhecê-lo. Poderá saber da Sua existência e poder, como disse no texto, mas jamais conhecê-lo como é.

Quanto ao texto do Michael Horton, apenas não concordo com a necessidade de se ter de conhecer o mundo para entendê-lo. A Escritura é muito clara em afirmar como o mundo é (ao qual o irmão citou como o sistema satânico), sem que precisemos nos infiltrar nele, mergulharmos nele, para compreender sua malignidade.

Como disse, não preciso roubar, nem prostituir, nem mentir para saber como é o pecado. A Bíblia define-os e revela-os nitidamente. Sem a necessidade de vivenciá-los para se conhecê-los.

Forte abraço!

Jorge Fernandes Isah disse...

Paulo,

concordo com a sua primeira afirmação. Realmente, o mundo como sistema de oposição a Deus pouco ou nada tem a nos oferecer.

Quanto ao segundo comentário, nem tanto. Apesar de não ser um otimista como o Natan (pelo qual gosta de ser reconhecido... rsrs), creio que o papel da igreja é ser sal e luz no mundo. Esta foi uma ordem de Cristo. E não apenas na proclamação do Evangelho, mas ao influenciar a sociedade, testemunhando na vida secular exatamente o Evangelho de Cristo.

Em outras palavras, somos chamados a viver o Evangelho em casa, na escola, no trabalho, na igreja, em todos os lugares; não nos entregando às práticas mundanas, à não-ética, à não-moral bíblica, ao não-cristianismo. O problema da igreja e que se reflete no mundo é exatamente que nos afastamos do Evangelho aderindo ao secularismo, mas especificamente, ao humanismo.

Por isso a urgência da igreja voltar à Palavra, para ser luz em meio às trevas.

Grande abraço!

PS: quanto à discussão escatológica, fiquem à vontade. Podem debater sem problemas em meu blog. Sugiro, inclusive, o novo texto do Natan, disponível em seu blog, sobre a questão. O qual se encontra na lista "obrigatório" ao lado, assim como os blogs dos demais irmãos.

Paulo Brasil - Atraves das Escrituras disse...

Amado,
espero ser meu derradeiro comentário nesta postagem. Se não passará a ter caráter de Chat ou Fórum.

Eu falei que nosso testemunho não reverterá as "coisas" deste mundo.

Longe de mim sugerir que não devemos testificar a cada momento. "Quer comais, bebais ou qualquer outra coisa, fazei-a para glória do Senhor".

O argumento da participaççao social é sustentado por preteristas, que pensam na Igreja constituindo o Reino aqui neste mundo. Não me incluo entre eles. Divirjo, mas os respeito.

Em Cristo.

Obrigado pela honra do convite.
Esteja livre para qualquer post.

O que de graça recebeste...

Minha admiração.

Jorge Fernandes Isah disse...

Paulo,

entendido o seu posicionamento. Porém, acho que se não crermos na possibilidade de efetivamente mudarmos alguma coisa, por que lutar?

Deus é o Senhor da história, e ela está escrita desde antes da fundação do mundo, porém, seja no microcosmos (casa, escola, trabalho, etc) ou no macrocosmos (a sociedade, o mundo) acredito possível a luz penetrar e transformar as trevas. Não sou preterista (ainda, segundo o Natan), mas sou teonomista, ao menos no que entendo, sem ser necessariamente reconstrutivista. É meio confuso, mas escatologicamente sou meio confuso mesmo (ainda que teonomia não tenha o viés escatológico, exclusivamente).

No final, o que importa é que Deus está completamente no controle de tudo, e nada, absolutamente nada, escapa-lhe.

Abraços.

Paulo Brasil - Atraves das Escrituras disse...

Isah,

as questões no âmbito de Deus - ontológicas - acredito que temos a mesma opinião: Ele é Senhor - sobre tudo e todos.

A questão é mais econômica. O que Deus estabeleceu para o mundo em que vivemos.

Paulo avisa sobre o declínio do cristianismo.

não acredito no crescimento da Igreja; e isto está diante de mim;

só no crescimento da igreja apóstata;e isto está diante de mim;

Apesar do argumento reduzido a Teologia não pode estar de costas para a realidade que me envolve.

Cristo está às portas e o único sinal é a apostasia.

A Igreja não é Israel. E o Senhor cumprirá literalmente Suas promessas com Israel.

Em Cristo.

Envieei mensagem no Tweeter.

Oliveira disse...

Caro Paulo Brasil

Agora você disse tudo: "É uma questão de perspectiva escatológica".

Perfeito!

Se tivesse dito isto desde o início eu não teria lhe escrito.
Mas entre isto e dizer que não haveria base bíblica para o posicionamento escatológico que eu advogo... então são outros "quinhentos".

Existe base bíblica para todas as visões escatológicas.
A questão é quais são mais "bíblicas" que as outras.

Na minha escala "herética" eu diria que é assim:

- A base bíblica para o pré-milenismo dispensacionalista é FRACA;
- A base bíblica para o hiperpreterismo é FRACA;
- A base bíblica para o pré-milenismo histórico é BOA;
- A base bíblica para o amilenismo é MUITO BOA;
- A base bíblica para o pós-milenismo preterista parcial É EXCELENTE com estrelinhas... risos...

Fica na Paz!

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Caro Jorge

A minha impressão é que você não estava falando somente do mundo "oposição a Deus", mas que teria ido além.

Me pareceu também que subliminarmente estava fazendo uma crítica ao posicionamento do autor do livro "O Cristão e a Cultura".

Me parece que nem ele, nem você, nem eu advogamos parceria entre o mundo "oposição a Deus" com a Igreja, afinal não pode haver comunhão entre trevas e luz.

Me pareceu também que ele (o autor do livro) não estava advogando se envolver na prática do mundo-pecado (prostituição por exemplo) para saber combater o mundo-pecado, mas me pareceu que ele estava advogando conhecer o mundo das idéias, da filosofia, e do pensamento.

Neste caso eu entendo que seja necessário algum conhecimento sim.
Só poderemos combater o panteísmo sabendo do que se trata, e isto não implica que passaremos a abraçar e adorar árvores e "avatares".

A conclusão do seu texto é igual a minha. Por isto que temos tanta "comunhão", nossas cabeça são "duras" quase que na mesma "bitola"... risos...

Claro que não é sua intenção, mas você sabe que sou "implicante e chato", veja a sua frase "Mas a Bíblia não nos fala do mundo?" é o mesmo argumento de meus irmãos arminianos quando me acusam para me dizerem que na Bíblia eles encontram todas as respostas e que não precisamos ler teologia reformada (por exemplo).

Mas o caso é que não precisamos reinventar a roda.

Grande abraço e obrigado pela liberdade em me aguentar e publicar meus comentários.

Fica a satisfação de você saber que eu só faço isto no seu e em mais alguns, digamos uns 4 blogs.

Mas no seu, de longe, eu dou vazão às palavras.... risos... pois sei que gostas tanto quanto eu de longas cartas.

Grande abraço!

Paulo Fagundes disse...

Parabéns pelos artigos. Gostei muito do texto e gostaria de complementar com as palavras de um famoso pregador:

"O cristão é chamado para ficar separado do mundo, mas precisamos ter certeza de que sabemos o que queremos dizer (ou, mais importante, o que Deus quer dizer) com o mundo. É provável que o façamos significar alguma coisa externa apenas, perdendo, assim, o seu significado real. Cartas, bebidas, jogos — estas coisas não são o mundo; são simples manifestações externas do mundo. A nossa luta não é apenas contra os procedimentos do mundo, mas contra o espírito do mundo. Porquanto o homem, salvo ou perdido, essencialmente é espírito. O mundo, no sentido neotestamentário do termo, é simplesmente a natureza humana não regenerada onde quer que esta se encontre, quer no bar, quer na igreja. O que quer que brote da natureza decaída, ou seja edificado sobre ela ou dela receba apoio, é o mundo, seja moralmente vil ou moralmente respeitável. Os antigos fariseus, a despeito da sua zelosa dedicação à religião, eram da própria essência do mundo. Os princípios espirituais sobre os quais eles contruíram o seu sistema foram retirados, não do alto, mas de baixo. Eles empregaram contra Jesus as táticas dos homens. Subornavam os homens para dizerem mentiras em defesa da verdade. Para defender Deus, agiam como demônios. Para proteger a Bíblia, desafiavam os ensinamentos da bíblia. Eles sabotavam a religião para salvá-la. Davam rédeas soltas ao ódio cego em nome da religião do amor. Vemos aí o mundo com todo o seu cruel desafio a Deus. Tão feroz foi esse espírito, que não descansou enquanto não levou à morte o próprio Filho de Deus. O espírito dos fariseus era ativa e maliciosamente hostil ao Espírito de Jesus, pois cada qual era uma espécie de destilação de ambos os respectivos mundos dos quais provinham." (A. W. Tozer)


Acesse: http://tomeasuacruzesigame.blogspot.com/

Jorge Fernandes Isah disse...

Natan,

ando numa correria doida que nem percebi que fui indelicado ao não responder o seu último comentário. Quanto ao tema tratado, já falamos o bastante, e concordo com a maioria do que disse.

Em relação ao Horton, o autor, gosto muito dele; e o seu livro tem uma infinidade de pontos positivos e com os quais concordo. Fiz ressalva no trecho que já citei, e expliquei o porquê.

Quanto aos seus comentários, sabe que é um enorme prazer tê-lo por aqui, e, sinto saudade de nossos longos debates via email. Espero que, proximamente, voltemos a eles.

Grande abraço, meu amigo!

Cristo o abençoe!

Jorge Fernandes Isah disse...

Paulo Fagundes,

obrigado por sua visita, e por reproduzir o trecho do Tozer. Sábias palavras de um homem que temia a Deus e reverenciou-o proclamando o Evangelho da cruz.

Visitei o seu blog e ele está muito bom. Agradeço também por ter-me anexado à sua lista de "recomendados".

Grande abraço!

Cristo o abençoe!

Paulo Fagundes disse...

Jorge Fernandes,

Eu é que agradeço pelo apoio. Esta atitude de reciprocidade do irmão blogueiro é mais um incentivo pra mim
neste início de trabalho.

Grande abraço!

A paz de Cristo!