Por Jorge Fernandes Isah
Deus é imutável. Ponto. Deus é eterno. Ponto. Deus é soberano. Ponto. Ainda que alguém não saiba adequadamente a correlação entre esses atributos e suas implicações diretas, os cristãos, em geral, não resistirão em sustentá-las como verdadeiras. Porque a Bíblia expõe-nas e instrui-nos sobre cada um desses pontos. É claro que estou a falar de cristãos não-liberais, não-heterodoxos, não-humanistas, não-marxistas e bíblicos. Chega a ser surreal este esclarecimento, mas é que se pode encontrar cristãos que sequer crêem em Cristo. O que em si mesmo é contraditório e absurdo. Mas deixemo-los de lado com suas inconsistências e desatinos.
A questão é: afirmei, em vários escritos, a imutabilidade divina, bem como a do Seu decreto eterno, ao ponto de escrever o texto "Deus não tem escolhas". Mas, e nós, temos escolhas? E, a partir da resposta, podemos dizer se a realidade é ou não mutável?
Primeiro, transcreverei alguns versos do livro de Atos dos Apóstolos:
“A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos” [2.23]
“Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas” [3.14-15]
“Porque verdadeiramente contra o teu Santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer” [4.27-28]
São declarações contundentes de Pedro, a delinear nitidamente duas coisas quanto ao tema proposto:
1) Deus determinou tudo o que aconteceria ao Seu Filho Amado na eternidade, desde a encarnação até a morte na cruz, culminando com a Sua ressurreição.
2) Pedro acusou o povo de ajuntarem-se com as autoridades para prender, crucificar e matar o Santo e o Justo.
3) Esta idéia foi anteriormente proclamada por Cristo, referindo-se ao Seu ministério terreno e àquele que o trairia, Judas: "E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído!" [Lc 22.22]
1) Deus determinou tudo o que aconteceria ao Seu Filho Amado na eternidade, desde a encarnação até a morte na cruz, culminando com a Sua ressurreição.
2) Pedro acusou o povo de ajuntarem-se com as autoridades para prender, crucificar e matar o Santo e o Justo.
3) Esta idéia foi anteriormente proclamada por Cristo, referindo-se ao Seu ministério terreno e àquele que o trairia, Judas: "E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído!" [Lc 22.22]
Há duas realidades, se assim podemos dizer. Uma eterna, outra temporal. Uma divina, outra humana. Contudo, estariam elas dissociadas? Seriam conflitantes? Ou se dariam autonomamente uma da outra? Os versos claramente indicam que não. E mais, que as ações humanas estão completamente subordinadas à vontade de Deus, de tal forma que, assim como Ele previamente decretou, assim acontecerá infalível e inexoravelmente. Como Jó anunciou: "B em sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido" [Jó 42.2].
O ponto aqui é que Deus coordena os pensamentos, a vontade, as decisões e ações do homem de maneira que toda a realidade, tudo o que parece ocasional, fortuito, sem ligações implícitas e visíveis, estão interligadas, tecidas por um único fio condutor: o próprio Deus. Ele é a fonte de todas as coisas, sem o qual nada existiria, ainda que o nada precisasse dEle para existir. Até mesmo o nada não pode prescindir de Deus. Assim como tudo, o nada não é autônomo, nem se origina em si mesmo. Deus é portanto a origem de todas as coisas, sejam materiais ou espirituais. Elas são partes da Sua obra, uma obra em execução no tempo, aos olhos carnais, mas totalmente definida, acabada, inalterável, aos olhos divinos, como disse Tiago: “Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras” [At 15.18].
Tem-se de entender que não dá para sair do rigor do texto bíblico, o qual é muito claro em asseverar tanto a imutabilidade da vontade divina, como o poder para realizá-la.
Quando se diz que o homem é colaborador de Deus, estamos, ainda que inconscientemente, dando-lhe um valor e uma prerrogativa que não tem, nem existem. Toda a criação é meramente instrumento de Deus, e não pode colaborar em nada para que o Seu plano aconteça, quanto mais frustrá-lo de qualquer forma. A linguagem antropomórfica presente na Escritura é uma forma rudimentar de expor idéias e sentimentos perfeitos a criaturas em estado imperfeito. Ele se utilizou de símbolos e sinais inteligíveis para nos instruir e orientar no entendimento dos Seus propósitos, e na relação que temos com eles. Guardadas as devidas proporções, seria o mesmo que um adulto conversar com um bebê; ele terá de usar mais do contato físico e visual para se fazer entender de maneira pueril à inteligibilidade ainda não desenvolvida e infantil da criança.
Porém, isso não quer dizer que devemos ignorar ou desprezar o que de mais profundo revela a Escritura, simplesmente porque não nos parece legítimo investigá-la, seja por medo ou preguiça. Para isso Deus nos deu o Consolador, o Espírito Santo, a nos ensinar todas as coisas [Jo 14.26]. Quando Cristo diz “todas as coisas”, não está dizendo algumas, uma porção, ou quase tudo. Ele é incisivo em ressaltar tudo. Mas o que seria tudo? Ele mesmo diz: “tudo quanto vos tenho dito” [Jo 14.26]. Ocorre que muitos crentes estão satisfeitos com uma parte da revelação, quando a ordem do Senhor é para que aprendamos tudo; não temendo conhecer tudo; não nos acovardando diante de tudo. Até mesmo essas coisas, seja a indolência ou o entorpecimento, estão sob o restrito controle de Deus, para que entendamos que tudo, absolutamente tudo, está fundado, edificado, sobre a Sua vontade.
Alguém afirmou, certa vez, “que tudo muda, menos Deus”. Até que ponto isso é verdade? Se Deus não muda, não mudam Sua vontade, plano e execução. Para que isso acontecesse, Deus teria de ser mutável. E como já disse em algum lugar, se Deus é mutável, ainda que remotamente cogitado, não seria Deus. Logo, a realidade para Deus não é mutável. Nem todas as contingências presentes nela. Para Ele, tudo está pronto. Então, voltamos à pergunta inicial: temos escolhas?
Na verdade, do ponto de vista humano, sim. Sempre estamos a escolher algo. No dia-a-dia é demonstrável desde as coisas mais corriqueiras às mais importantes, e isso acontece na vida de qualquer um. Muitas vezes somos levados a decidir mesmo para outras pessoas. Até os animais fazem escolhas, segundo sua natureza. Mas o que estou a dizer é que nossas escolhas acontecerão segundo a imutabilidade das coisas. Em outras palavras, Deus estabeleceu todos os nossos atos, os quais são imutáveis. Na perspectiva humana é como se tivéssemos escolhas, mas elas invariavelmente serão decididas segundo o plano divino. Somos livres para fazer a vontade de Deus em todos os aspectos, assim como nossas escolhas desembocarão sempre no que Ele quer; sem acidentes, imprevistos e percalços, como diz o Senhor: "Eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade" [Is 46.9-10].
Da mesma forma, a segunda pergunta, “a realidade é ou não mutável?”, será respondida. Para Deus há apenas uma realidade, a que planejou e levou a cabo executar. Uma única realidade efetivada no tempo. Para nós, é mutável, pois não somos oniscientes como Deus é, e vemos tudo fragmentado, limitado, e imperfeitamente. Como a nossa vontade não é soberana, compreendemos o mundo como instável, em constante variação. Por não compreendermos a realidade, ela nos é incompreensível. Por não apreendê-la, nos é inconcebível. Por não dominá-la, nos é incontrolável. Por não conhecê-la, nos é indistinguível. O que não quer dizer a impossibilidade de se tomar alguns indícios e averiguá-los. Mas estarão sempre confinados aos limites da nossa imperfeição; reduzidos e subordinados ao que Deus restringiu-nos saber e perceber.
Este assunto está na órbita da soberania de Deus, como tudo o mais também está; revelando a impossibilidade escriturística da soberania divina ser compartilhada com o homem, em qualquer nível ou condição. Se tal fosse verdade, o homem seria capaz de criar para si mesmo várias realidades, e essa liberdade implicaria em que cada um de nós poderia ter a sua realidade pessoal, alheia e aparte de outras realidades. Se a vontade do homem fosse livre de Deus, e o que o compatibilismo proclama é isso, teríamos numa cidade de 50.000 habitantes, 50.000 realidadesem progressão. O que representaria o caos; até mesmo para Deus, o qual estaria incapacitado de ordená-las, visto serem autônomas, autoexecutáveis, autodeterminadas. Deus não teria como fazer nada, apenas observaria impotente a desordem e a anarquia na Criação. Deixar-se-ia amarrado pela volição do homem; o que, em última instância, tornaria a criatura em posição de preeminência sobre o Criador, que teria planejado um mundo ineficiente, indesejado, anômalo, denotando, em algum aspecto, a sua própria imperfeição. Em outras palavras, não haveria a realidade de Deus, apenas a de suas criaturas guiando-o por trilhas miseráveis, imperfeitas e caóticas. Nem mesmo Deus daria conta de arrumar tamanha bagunça, exatamente por ela estar fora do Seu controle. É mais ou menos o que os defensores do livre-arbítrio propõem; porque livre-arbítrio significa autonomismo, independência, tomar decisões livres de Deus. Da mesma forma, o compatibilismo, sem aceitar o autonomismo, proclama duas realidades distintas, onde a liberdade humana [uma liberdade onde não se é livre, mas é] está subjugada a Deus, mas permanece livre. É como se existisse a partir da não-existência. É como se fosse, não sendo. É o próprio "samba-do-crioulo-doido", a afirmar que ela é, quando não é. Esquizofrenia latente, pode-se dizer.
A falta de lógica dos dois sistemas, livre-arbítrio e compatibilismo[1], tornam-os em inimigos quando são irmãos siameses a se socarem. Por isso há uma grande dificuldade em se entender o conceito um do outro, pois as divergências, no fim das contas, ficam no campo semântico, da retórica. Os termos bíblicos são utilizados por ambos, diversamente, para, enfim, resultar em quase a mesma coisa: o poder da criatura. Mas isso é impossível quando entendemos que a menor escolha, o menor gesto, a ação mais insignificante do homem, não estando subordinada a Deus, poderia dar início a uma cadeia de fatos e situações não planejadas, e que fugiriam ao Seu controle. Contrariando o próprio Senhor: "Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?" [Is 43.13].
Portanto, ainda que aparentando o contrário, existe apenas uma realidade: a divina; à qual estamos presos, e da qual não podemos nos desvencilhar; mesmo que aos olhos carnais pareça ser eu o condutor do meu destino; mesmo que o mundo grite à volta: há muitas realidades! Elas são frações, fragmentos do todo complexo e inimaginável que Deus teceu, e que, no fim das contas, é a Realidade, única e imutável de todo o universo.
Por isso a Bíblia[2] nos revela o Deus não-mutável, não-suscetível, não-impotente, não-domesticado; ela não nos revela um deus em progressão, se desenvolvendo, relacionando-se de igual para igual com as criaturas; sentindo, aprendendo, se emocionando, como se participasse de uma simbiose onde os papeis se confundiriam, fazendo-se indistinguíveis. Esse deus ficaria demente com a nossa demência. Ele se desacreditaria, e regrediria da sua própria condição de deus, humanizando-se ao ponto de não se reconhecer mais como deus, como criador, mas chegando ao nível das criaturas, assim como os humanistas querem, e insistem em querer, para alcançarem o que sempre pretenderam: proclamar o ceticismo e a não-existência de Deus.
E se isso não é o mais alto grau de loucura, nada mais é.
Mas, sobretudo, para os crentes, é antibíblico! E conspira contra a "fé que uma vez foi dada aos santos" [Jd 3], limitando-nos em nossa limitação, e iludindo-nos em nossa ilusão, de que Deus não nos deu respostas convenientes.
Notas: 1-O compatibilismo, como um sistema híbrido, ao não se decidir pela completa soberania divina, nem pelo livre-arbítrio do homem, acaba por se tornar facilmente refutável em si mesmo. Por ser um sistema contraditório, não apresenta respostas claras, nem mesmo pode-se defender dos ataques sem ser imediatamente contra-atacado. Qualquer pessoa é capaz de confrontá-lo em seus pressupostos, talvez, por isso, a saída seja o "mistério". Quando não se tem respostas, nada melhor do que apelar para o não-explicável, para o obscurantismo. Por isso os cristãos são acusados pelos não-cristãos de fazerem "grandes sacrifícios intelectuais", e até mesmo de "abandonar a razão". Com conceitos inconsistentes como o livre-arbítrio e o compatibilismo, sou forçado a concordar com os ataques dos inimigos. Infelizmente.
2-A Bíblia, entendida como a revelação integral de Deus e suficiente para que tenhamos todas as respostas, jamais será conflitante, paradoxal, obscurantista. Jamais ela apelará ao "mistério" ou a não-resposta, quando está a responder. Como disse em outro texto: "Não há silêncio na Escritura".
Este assunto está na órbita da soberania de Deus, como tudo o mais também está; revelando a impossibilidade escriturística da soberania divina ser compartilhada com o homem, em qualquer nível ou condição. Se tal fosse verdade, o homem seria capaz de criar para si mesmo várias realidades, e essa liberdade implicaria em que cada um de nós poderia ter a sua realidade pessoal, alheia e aparte de outras realidades. Se a vontade do homem fosse livre de Deus, e o que o compatibilismo proclama é isso, teríamos numa cidade de 50.000 habitantes, 50.000 realidades
A falta de lógica dos dois sistemas, livre-arbítrio e compatibilismo[1], tornam-os em inimigos quando são irmãos siameses a se socarem. Por isso há uma grande dificuldade em se entender o conceito um do outro, pois as divergências, no fim das contas, ficam no campo semântico, da retórica. Os termos bíblicos são utilizados por ambos, diversamente, para, enfim, resultar em quase a mesma coisa: o poder da criatura. Mas isso é impossível quando entendemos que a menor escolha, o menor gesto, a ação mais insignificante do homem, não estando subordinada a Deus, poderia dar início a uma cadeia de fatos e situações não planejadas, e que fugiriam ao Seu controle. Contrariando o próprio Senhor: "Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?" [Is 43.13].
Portanto, ainda que aparentando o contrário, existe apenas uma realidade: a divina; à qual estamos presos, e da qual não podemos nos desvencilhar; mesmo que aos olhos carnais pareça ser eu o condutor do meu destino; mesmo que o mundo grite à volta: há muitas realidades! Elas são frações, fragmentos do todo complexo e inimaginável que Deus teceu, e que, no fim das contas, é a Realidade, única e imutável de todo o universo.
Por isso a Bíblia[2] nos revela o Deus não-mutável, não-suscetível, não-impotente, não-domesticado; ela não nos revela um deus em progressão, se desenvolvendo, relacionando-se de igual para igual com as criaturas; sentindo, aprendendo, se emocionando, como se participasse de uma simbiose onde os papeis se confundiriam, fazendo-se indistinguíveis. Esse deus ficaria demente com a nossa demência. Ele se desacreditaria, e regrediria da sua própria condição de deus, humanizando-se ao ponto de não se reconhecer mais como deus, como criador, mas chegando ao nível das criaturas, assim como os humanistas querem, e insistem em querer, para alcançarem o que sempre pretenderam: proclamar o ceticismo e a não-existência de Deus.
E se isso não é o mais alto grau de loucura, nada mais é.
Mas, sobretudo, para os crentes, é antibíblico! E conspira contra a "fé que uma vez foi dada aos santos" [Jd 3], limitando-nos em nossa limitação, e iludindo-nos em nossa ilusão, de que Deus não nos deu respostas convenientes.
Notas: 1-O compatibilismo, como um sistema híbrido, ao não se decidir pela completa soberania divina, nem pelo livre-arbítrio do homem, acaba por se tornar facilmente refutável em si mesmo. Por ser um sistema contraditório, não apresenta respostas claras, nem mesmo pode-se defender dos ataques sem ser imediatamente contra-atacado. Qualquer pessoa é capaz de confrontá-lo em seus pressupostos, talvez, por isso, a saída seja o "mistério". Quando não se tem respostas, nada melhor do que apelar para o não-explicável, para o obscurantismo. Por isso os cristãos são acusados pelos não-cristãos de fazerem "grandes sacrifícios intelectuais", e até mesmo de "abandonar a razão". Com conceitos inconsistentes como o livre-arbítrio e o compatibilismo, sou forçado a concordar com os ataques dos inimigos. Infelizmente.
2-A Bíblia, entendida como a revelação integral de Deus e suficiente para que tenhamos todas as respostas, jamais será conflitante, paradoxal, obscurantista. Jamais ela apelará ao "mistério" ou a não-resposta, quando está a responder. Como disse em outro texto: "Não há silêncio na Escritura".
22 comentários:
Graça e paz Jorge,
seu texto por si só já diz tudo, tentar argumentar qualquer coisa seria um pouco arriscado para mim (rs).
Apesar de Deus estar no controle de todas as coisas, é muito bom essa sensação de que de alguma forma eu também estou no "comando", apesar de não estar. Mas eu louvo a Deus por saber que Ele tem o controle de tudo, principalmente da minha vida.
Fique na Paz meu amigo!
Pr. Silas
Pr.Silas,
Esse é também o meu sentimento. De saber que Deus está no controle e comanda a minha vida, não deixando essa decisão para mim que certamente a usaria da pior forma possível, caso eu fosse autônomo ou independente dEle.
No fim das contas o que importa é saber que Deus fez tudo perfeito e santo, para a Sua glória, e não nos cabe questionar por que é assim, como Paulo diz em Rm 9, simplesmente porque assim quis o Deus único, bíblico e soberano. Cabe-nos aceitar e glorificá-lO por isso.
Fique na eterna e gloriosa paz do nosso Senhor Jesus Cristo!
Grande e forte abraço, meu amigo!
Jorge,
Ontem eu havia feito um longo comentário ao seu artigo, pacientemente elaborado. Ocorre que perdi tudo, sei lá como, ao tentar postá-lo.
Eu penso que tanto os textos bíblicos citados por você, como outros que abundam na Bíblia, comprovam que Deus não é apenas um "mero expectador" dos acontecimentos, como querem os chorões do "open theism". Tampouco é um deus menor, que predestina, "mas condiciona essa sua "predestinação" à aceitação do homem.
O salmista diz que "Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles" (Salmos 139:16). Ora, se "todos os dias foram escritos, quando nem um deles havia", não resta dúvida que a "nossa história já foi escrita na eternidade".
O tempo é limitação humana. O que foi determinado por Deus na eternidade está em plena execução no tempo (humano); Deus usa todas as contingências para "providenciar" a plena execução do Decreto Eterno.
Por que então remanesce a responsabilidade humana? Porque Deus é o Absoluto e contra Ele não podem ser levantadas indagações do tipo: por que me fizeste assim?
Parafraseando o texto bíblico eu poderia dizer: pode uma cadeira discutir com o marceneiro? Ou o barro com o Oleiro? Ora, o marceneiro constrói a cadeira da maneira que lhe aprouver, usando boa ou má madeira! Assim também Deus, que usa o barro como melhor lhe convém, fazendo bons e maus vasos.
Enfim, o homem não pode colocar Deus como parâmetro. Deus está além do homem e, sendo justíssimo, não pode ter as suas ações discutidas pelas criaturas que criou. Resta-nos obedecer à Sua Palavra e agradecer por termos recebido a iluminação. Os que não receberam serão julgados porque conscientemente se colocaram contra Deus.
Se não conseguimos entender exaustivamente as ações de Deus é exatamente porque os pensamentos d'Ele são muito mais altos do que os nossos. Se Ele diz em sua palavra que o homem tem responsabilidade por todos os seus atos - e diz - então ele tem e pronto! E se, mesmo assim, ainda determinou tudo na eternidade - como os textos afirmam - tudo bem!
Uma coisa é certa, tudo que Ele fez é correto, justo, maravilhoso e perfeito. E não serei eu a discutir com Ele como fazem por aí os relacionais e outros, afirmando que "esse Deus tirano não lhes serve". Certamente, eles também não servem para esse mesmo Deus...
Ótimo texto, que aprovo sem ressalvas.
Grande abraço!
Ricardo
Ricardo,
eu também perco vários comentários por causa das falhas dos programas. Tento usar o editor de textos, mas nem sempre lembro, e acabo por perdê-los.
O seu segundo comentário ficou muito bom, então, fico imaginando a excelência do primeiro... uma pena tê-lo perdido. Porém, entendo que até mesmo a perda do seu comentário está dentro do decreto divino, que determinaria que você o escrevesse e ele não fosse publicado. Portanto, não adianta chorar, mas compreender que era para não ser, e pronto!
O seu texto bem poderia ser o meu artigo ou, quem sabe, um novo artigo no seu blog. Realmente, não há o que contestar. Factual. Bíblico. É a prova de que se pode render integralmente ao Senhor, e ter a mente guiada por Ele.
Grande abraço, meu amigo!
Cristo o abençoe!
Caro amigo e irmão Jorge
Reveja sua frase:
"É claro que estou a falar de cristãos não-liberais, não-heterodoxos, não-humanistas, não-marxistas e não-bíblicos."
Vejamos:
* não-liberais.... ok!
* não-heterodoxos.... ok!
* não-humanistas.... ok!
* não-marxistas.... ok!
* não-bíblicos............................. eu hein? risos...
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Sobre as duas realidade, ou seja, foram predestinados para fazer o que fizeram e ao mesmo tempo foram acusados e responsabilizados pelo que fizeram, mas... como você explica a oração de Jesus "Senhor perdoa-os porque não sabem o que fazem..."?
Eu tenho as minhas respostas para isto, mas quero ouvir a sua.
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Finalmente discordo respeitosamente da sua nota 2.
A meu ver existem sim coisas não reveladas e mistérios na escritura.
Claro que não sou compatibilista e vejo que a tal da "livre-agência" depõe contra os teológos da famosa Confissão de Fé... mas dizer que não há mistérios nem silêncios na Escritura... sei não...
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Sobre deterministas (nos quais me incluo)... a sua fé será provada quando ele responder para si "mesmo" questões como esta: Deus é correto, justo, maravilhoso e perfeito? Sim. Tudo o que Ele fez é correto, justo, maravilhoso e perfeito? Sim. Inclusive o estupro de uma menina de 9 anos? .......... (Quem se habilita a dizer SIM novamente...?)
Jorge, eu já sei a tua reposta. Eu a fiz no primeiro e-mail que lhe enviei quando o conheci virualmente, e pela sua resposta e coerência é que a nossa amizade prosperou e passei a lê-lo... mas que diriam os outros apologistas reformados?
Talvez para fugir da resposta que os teológos da famosa Confissão seguiram o caminho do conceito e proposta da tal da "livre-agência".
Talvez para fugir da resposta que outros teólogos se calam e dizem que é mistério (e eu os respeito muito).
Grande abraço!
Natan,
que vacilo! Fui contaminado pela sequência de "nãos", e escrevi uma besteira inominável. O cérebro falível vive me pregando peças [rsrs]. E olha que revisei o texto, imagina se não tivesse feito. Muito obrigado por mostrar o erro, já está corrigido.
Quanto à sua primeira pergunta, se entendi a sua colocação, acredito que o Senhor está a pedir que o Pai perdoe os que o crucificaram; porém, não está a pedir o perdão de todos, mas exclusivamente dos eleitos que o colocaram ali. Afinal, tanto eu como você somos culpados da crucificação do Senhor, e Ele, demonstrando o amor com que nos ama, não somente foi para a cruz pagar os nossos pecados, mas clamou pelo nosso perdão.
Então você dirá: mas essa realidade já não estava definida, e Jesus sabia que pela Sua morte todos os eleitos estariam perdoados? Por que então ele clamou ao Pai?
Creio que, na cruz, mesmo diante de todo o sofrimento e injustiça cometidas contra Ele, o Seu coração estava tão cheio de amor e misericórdia para com os Seus, que Ele a deixou evidenciada. Não apenas como um exemplo a ser seguido de obediência, humildade, amor, compaixão, mas porque Ele foi obediente, humilde, amoroso e misericórdioso mesmo. Falou do que o Seu coração estava cheio.
Natan, eu não disse que não há mistérios e coisas não reveladas na Escritura, o que eu disse é que, no que a Escritura nos revela, não há mistérios. Por isso não há silêncio, quando ela fala. O problema é que muitas pessoas não querem entender porque não querem crer. A Bíblia, quanto à soberania de Deus, a responsabilidade e a liberdade do homem, é explícita. Não há mistérios. Assim como em relação à Trindade, a expiação, a salvação, a natureza do Senhor, etc. Podemos ter alguma dificuldade em entender, mas se houver interesse real de se conhecer a Deus, Ele, pelo poder do Espírito nos revelará a verdade. Portanto, creio em mistérios sim, mas no que a Bíblia fala, não há mistérios, ao meu ver. O que pode haver é limitação humana ou rejeição à doutrina.
Quanto às outras questões apontadas por você, concordo. E, para não me fazer de mudo, em relação à menina estuprada, o estupro foi decretado por Deus na eternidade, e Deus, por isso, não perde a Sua santidade, perfeição e justiça. Deus continua justo e santo, mesmo quando mandou matar os cananeus, mesmo diante do Holocausto judeu, mesmo nos estupros e outros pecados cometidos pelo homem.
Por isso, cada vez mais me convenço de que devemos proclamar o Evangelho de Cristo para que as pessoas se convertam, tenham suas vidas restauradas, e o mal seja cada vez mais restringido, e a paz reine. Mas sei também que isso acontecerá segundo a vontade divina, e apenas após o retorno em glória do Senhor. Quando nem o mal, nem o pecado, existirão mais.
Apenas mais uma coisa: não desrespeito nem desprezo os compatibilistas. Se não faço isso com arminianos, por que o faria com eles? Acho que, quando eles não querem o diálogo é que estão a nos desprezar. Consideram-se tão cheios de si que não admitem responder às nossas inquirições.
Continua [...]
[...]
Não desprezo também a C.F.W, mas sei-lá não infalível, portanto, sujeita a erros de composição e interpretação. Ocorre que para a maioria dos teólogos reformados ela é quase tão inerrante como a Bíblia, ou talvez mais [ainda que não admitam]. Se há uma dúvida na Escritura, corre-se para a C.F.W. buscando a citação sobre aquele problema, lança-se o trecho na cara do "oponente", e pronto. Acontece que ela tem incoerências em relação à Bíblia, especialmente no que tange a questão "soberania de Deus x responsabilidade humama". Mas acaba por se tornar na palavra última, quando a Escritura é a palavra primeira e última. Isso, ao meu ver, é resistir à Palavra, ainda que se diga estar a respeitá-la. Mas qual respeito tenho se desprezo o ensinamento escriturístico em favor de outro?
É como se fóssemos obrigados a aceitar o que vem sendo transmitido durante séculos pelo simples fato de ser algo antigo, e aceito pela maioria dos crentes. O que não prova nada, se não estiver em conformidade com a Bíblia. Por isso ela fala, e nos calamos.
Mas em todas as outras áreas, e mesmo nessa, é importante ler e ouvir qualquer irmão que tenha a fé bíblica, ainda que discordemos de um ou outro ponto.
Grande abraço, meu amigo!
Cristo o abençoe!
Jorge,
Eu venho, leio e tenho assunto para pensar por muito tempo. Aliás, dessa vez fiz uma citação direta sua em minha postagem, veja:
http://blog.teophilo.info/2010/06/tres-padroes-parte-01.html
O Senhor nosso Deus continue sendo para contigo!
Teóphilo,
o irmão é muito generoso, e fico realmente feliz com a citação [li e comentei a postagem em seu blog], pois é uma grande honra, ainda mais por estar ao lado do pr. Silas, meu amigo; e por tê-lo como leitor.
Como o irmão, também fico a pensar na grandiosidade, amor, perfeição e santidade de Deus; o qual usará daquilo que Ele mesmo nos deu para edificar o Corpo, cada um segundo a Sua vontade.
Cristo o abençoe imensamente!
Grande abraço, meu irmão!
Caro amigo
Não sei se concordo (tendo a não concordar) com a tua resposta sobre a oração de Jesus quando pediu perdão para os que o crucificaram.
Acho que ele não estava sendo abrangente como sugeres, mas específico mesmo.
A minha resposta é que algumas orações não são respondidas mesmo, ou são respondidas parcialmente (falo de orações de Jesus).
Não respondidas: A oração onde o Senhor pede para que se possível que ele não bebesse do cálice que o esperava.
Respondidas parcialmente: Esta que estamos discutindo, pois em Atos dá para perceber que entre os que se converteram em massa, estavam presentes alguns ou vários que participaram da crucificação. Eu teria que rever o texto, mas tenho quase certeza que Pedro usou a expressão "Jesus que VOCÊS ou VÓS crucificastes... ressuscitou... etc...".
Quanto a questão dos mistérios, também tendo a discordar (ainda), vejo que mesmo quando a Escritura nos revela, ainda assim há mistérios. Ou seja a Escritura já revela em forma de mistério, e ficamos sabendo apenas do mistério e ela não dá solução do mesmo. Mas tudo bem, sua resposta foi suficiente não para me convencer mas para encerrar o tópico.
Quanto a perguntinha final... ela tem uma pegadinha.
Entendo sim que todas as coisas fazem parte do decreto de Deus, mas isto não significa para mim que eu me atreva a responder tal pergunta... eu fico em silêncio e me apego a outra parte da revelação onde Deus afirma que é Santo e nunca injusto.
Como Ele faz isto? Eu não sei.
Fica na Paz!
Natan,
não sei, acho que tendemos a discordar em algumas questões [rsrs]...
No caso da oração apontada, não se pode esquecer de que Cristo orou: "Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, FAÇA-SE A TUA VONTADE" [Mt 26.42; grifo meu].
"Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; NÃO SEJA, PORÉM, O QUE EU QUERO, MAS O QUE TU QUERES [Mc 14.36 - grifo meu].
"Pai, SE QUERES, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua" [Lc 22.42 - grifo meu].
Ou seja, a oração do Senhor era para que se fizesse a vontade do Pai, não a dele. Logo, Ele não pediu para que o cálice lhe passasse, mas se fosse a vontade do Pai, que lhe passasse. Não creio haver um pedido do Senhor para não ser crucificado e morto [Ele sabia que seria], mas para, em obediência, cumprir a vontade do Pai. Ainda que, como homem, de certa forma, inquietou-se e angustiou-se com a proximidade da morte.
Não vejo porque Cristo oraria algo não possível de se realizar. Porque, na cruz, a sua oração pelo perdão de quem o crucificou foi atendida. Dizer que Ele pediu o perdão apenas daqueles que efetivamente o crucificaram [Pilatos, os sacedotes, os soldados, etc] não está em conformidade com o texto bíblico, pois Cristo não morreu por causa deles, mas por causa dos eleitos [e, certamente, havia eleitos entre eles]. Fomos nós que o levamos à cruz, não Pilatos e os soldados, ainda que fossem. Por nossa causa, Ele se DEU e se entregou à crucificação e morte [Jo 10.17-18]...
[Acho que este assunto dá um post e tanto!]
... Então, não consigo entender como Cristo poderia orar para não ser atendido, especialmente se Ele mesmo disse: "Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste" [Jo 11.42]. Aqui o significado de ouvir não é apenas escutar, mas atender. Lembre-se que Cristo estava à porta do sepulcro de Lázaro, o qual ressuscitaria. Portanto, não vejo evidências de que sua afirmação esteja certa, mas de que está errada.
Quanto ao mistério, eu não disse que ele não existe. Seria louco ao afirmá-lo. Por exemplo, antes da criação do universo, o que havia? A Bíblia não diz o que havia antes da criação do céu e da terra [Gn 1.1]. Isso é um mistério. Mas quanto à questão soberania divina x responsabilidade humana, não há mistério algum. Está na Escritura para todo mundo ler. O problema é de crer para entender; é não querer aceitar a verdade.
Quanto à "pegadinha", não vejo problema algum em Deus agindo poderosa e decididamente sobre a criação a fim de se cumprir os Seus propósitos, seja o bem ou o mal, e ainda continuar santo. Santidade é um atributo divino, é inerente à Sua natureza, Deus não pode perdê-la de maneira alguma, nem há poder para tirá-la. Deus é imutável.
O problema é que temos a Lei Moral em vista, e pensamos, ainda que inconscientes, que Ele está submetido a ela. Mas Deus não está submetido à sua criação, e a Lei Moral é parte da criação. Ela foi planejada para as criaturas, não para o Criador. E está incluída no padrão de santidade divino. Em última análise, posso concordar com sua colocação de ficar em silêncio, e se apegar ao texto que diz Deus ser santo e justo. No que não está errado, porque Paulo, em Rm 9, diz o mesmo: "Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?"[Rm 9.20]. Contudo, aqui também encontra-se explícito o princípio da AUTORIDADE de Deus, de fazer com as criaturas o que bem entende e quer, sem a necessidade de dar nenhuma explicação; sem precisar justificar-se.
Grande abraço, meu irmão!
Cristo o abençoe!
Prezado irmão Jorge,
dentro da linha determinista adotada pelo irmão o texto está irretocável. Embora não concorde com algumas afirmações quero lhe parabenizar pela coerência apresentada.
Um grande abraço
Em Cristo
Pr. Luiz Fernando
Pr.Luiz Fernando,
o irmão anda sumido por aqui... acho que os assuntos não lhe tem agradado [rsrs].
Mas obrigado pelo retorno, e pelo comentário. Gostaria de, no futuro, conversar com o irmão sobre suas discordâncias. Se Deus quiser, claro!
Grande abraço, meu amigo!
Cristo o abençoe imensamente!
Bem...
É discordando que vamos crescendo com a troca de idéias.
Se ficarmos só trocando elogios, então até eu vou conseguir escrever pouco em comentário de blog.
Me limito a dizer parabéns e vamos em frente.
Mas eu gosto de implicar até para saber até onde o outro está pensando e que caminhos já descobriu, caminhos estes que ainda não trilhei ou sobre os quais tenha alguma dúvida ou insegurança. E você me permite isto e me dá esta liberdade, o que eu muito estimo.
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Você trouxe várias versões do texto... risos... que bom.
Elas enriquecem a minha tese "herética", ou seja, todas as orações devem seguir este modelo de Jesus, é feita do ponto de vista humano (te peço isto, te peço aquilo... eu te peço...) e termina do ponto de vista da soberania (todavia seja feita a Tua vontade e não a minha).
Então perceba que ele pediu (afasta de mim este cálice), expressou sua vontade (todavia não se faça a MINHA VONTADE), mas no final se submeteu ao Pai (não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres).
Deixa de ser teimoso... risos... e leia com calma e veja que ele pediu sim.
Assim como nós deveríamos sempre orar pelo mesmo modelo e sempre encerrar, com a intenção das palavras "todavia não seja feita a minha vontade mas a tua.".
Lembrei de outra oração de Jesus "parcialmente atendida..." risos... só para implicar contigo... risos... Ele disse "Pai, não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal.".
Ora como bom determinista, sabes que existem sim momentos em que pedagogicamente Deus "permite" sim que caiamos em pecado... Ou você vai afirmar que quando caímos, o fazemos por nossa conta autonomamente...?
Então não é de todos os males que o Pai nos livra.
Você dirá (como bom argumentador) que o mal aqui é a condenação... mas seria ilógico Jesus pedir pela não condenação dos eleitos, pois ele já tinha certeza absoluta que eleitos não perecem eternamente... logo a meu ver ele está falando dos males do dia-a-dia, e em alguns Deus ouve sua oração e não nos permite cair, mas em outros ele permite que caiamos, por motivos que Ele mesmo sabe que a queda vai acabar contribuindo para o nosso bem, pois todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus e foram chamados pelo seu decreto.
Quanto ao restante do que afirmas, não há necessidade de me delongar e implicar.
Grande abraço.
Natan,
primeiro, não quero que as pessoas apenas digam "amém" ao que escrevo [sei que você não disse isso, mas algum "apressadinho" pode deduzi-lo].
Segundo, é no debate que consolidamos nossas convicções ou abandonamo-las. E, como você disse, é uma experiência de aprendizado, de discipulado, especialmente entre os crentes, para a edificação do Corpo. Logo, não tenho problema algum com o fato de termos diferenças [e as temos], e sempre conversamos respeitosa e amavelmente, pois o que nos une é o amor de Cristo, e por ele, vivemos.
Terceiro, ainda creio que o cerne da oração é "que se faça a vontade do Pai", e Cristo, ao pedir que o livrasse do cálice que iria beber revelava uma aflição da alma pela proximidade da morte, como disse acima, o que considero natural. De qualquer forma, não me é impossível reconhecer o seu "esquema", apenas acho que Cristo não pediria o que não pudesse ser atendido, sabendo, de antemão, o que aconteceria ou não.
Em relação ao último versículo indicado, ele é uma forte evidência ao seu argumento, mas primeiro teremos de definir o que seja "mal", pois a palavra pode implicar em muitas coisas, desde o pecado cometido pelos eleitos, até sofrer o mal, seja pelos pecados de outros, seja pela influência maligna. Mas tendo a aceitar a sua definição e a rever a minha [o que não quer dizer rejeitá-la, ainda]. Se Deus quiser, estarei escrevendo algo em breve, pois achei o assunto muito interessante, e não havia pensado nele nos termos em que você propôs.
No mais, alegra-me que o restante você esteja de acordo... ou não está? [rsrs].
Grande abraço, meu irmão!
Cristo o abençoe e aos seus queridos!
Fico "feliz" em tê-lo dobrado pelo meu argumento... há, há, há, há...
Não tem sido coisa fácil.
Seus textos tem sido cada vez mais profundos e "temo" que estou perdendo terreno para você... risos...
Mas devo isto ao seu número elevado de leituras e graça por parte de Deus, e quanto a mim, devo isto ao número elevado de fraldas trocadas... risos... o que impede as muitas leituras.
Grande abraço.
Interessante o ponto que colocas que Jesus não teria podido uma coisa que sabia com certeza que não seria respondido... mas será que ele sabia? O atributo na onisciência lhe era presente neste momento? É certo que ele sabia da morte, de ser elevado no madeiro, etc... mas que será que dentro da limitação do que lhe tinha sido revelado, que ele estava pensando...? Não sei.
Mas vou perguntar.
Entra naquela profunda discussão de até onde Jesus era homem (100%) e até onde era Deus (100%), e como isto se harmoniza.
Grande abraço!
Olá irmão,
desejo vê-lo pessoalmente quakluer dia desses. Não há dúvidas do que Deus seja. Quanto a cristãos não bíblicos, está correto, há cristãos ( não crentes evangélicos ) cujo cristianismo é fundametnado no que a sua igreja ensina ou pratica ( ortodoxos, católicos, anglicanos, etc, técnincamente são cristãos, crentes talvez, como os Weleys, Lurtero,Calvino, João Ferreira de Almeida, e tantos outros.
Bem voltando ao assunto: Deus é tudo que afirmou e muito mais ( no que não nos foi revelado ), predestinação e eleição são bíblicas, mas segundo o meu ponto de vista, para fazer algo em determinado momento da história segundo uma intervenção planejada por Deus. Quanto a mal como o exemplo da violênia e o crime, acontecem por conentimento de Deus e não por sua vontade ( há vários sentidos para as muitas vezes que a palavra "vontade" aparece na Bíblia. Jesus ensinou-nos a orar pedindo que a "Tua vontade seja feita na terra coomo no céu", ou seja a vontade de Deus na terra , pór causa do pecado não se realiza diáriamente. O mal na erra é permitido e não promovido por Deus, essa é uma diferença de entendimento teológico que os reformadores tropeçaram feio. Quanto a liberdade presumida, o lívre arbítro, sejamos práticos; você escolhe a sua namorada, o lugar onde vai morar, profissão, nome para o fiolhop, para a filha, quantos fihos em tese terá, todos os possíveis ou nenhum e depois quer afirmar que Deus está no conrole. Todas essas coisas podem ser escolhidas por Deus, se O conhecer e se a Ele, Deus, o ser humano entregar o controle, aí sim Deus terá um plano para você, você será incluido no Seu grande plano.
O pecador sofre não por que Deus deerminou que sofresse, tal qual a parábola do Filho pródico ( filho rico ). Se cair em si ( cair em si não é alguém convencendo-o ) e se arrepender e voltar ao Pai ( no caso Deus ) terá a sua real condição ( condição anterior à queda ) restaurada e será incluido no projeto, plano, infalível de Deus, esse plano anterior sim a fundação do mundo e que não será de modo algum frustrado ( não foi verdadeiramente frustrado pela intervençaõ de Satanás no Édem ) Aliás, o título de uma de suas excvelentes postagens ( preso na sua própria armadilha, acho que é esse o título ), mostra que arcaboços teológicos, nem sempre claream a compreensão das coisas de Deus, mas restringem e quando confrontados com fatos, deixam o seu defensor sem resposta. Soa bem apenas nas discussões e dentro da análise previsível dos pontos abordados teologicamente.
Pebso que o maior dano teológico, em nome da defesa do absoluto de Deus é a diminuição e até negação da responsabilidade do homem em ir a Deus ou de resistí-lo. O perdido não se sente em perigo e responsável por sua rebeldia e perdição. Em sua mente pode arrazoar que se não converteu é por que Deus não o quis, o que não é verdade. Alguém pode crer e se tornar um crente, inútil dentro do plano maior de Deus, um anônimo,mas será um salvo. Alguém pode ser escolhido, eleito para fazer algo específico ( João Ferreira de Almeida, Calvino, Lutero e antes dele o professor de teologia que colocou em sua cabeça as idéias que o fizeram levar a Reforma avante ). O exemplo da mwenina de nove anos é consequência da queda do homem, agora conhecedor do bem e do mal, podendo fazer esse último até as últimas consequências. Um grande abraço a todos.
Natan,
calma, ainda não me dobrou [rsrs]. Vou ao texto bíblico olhar o contexto e ver se sua interpretação está correta. De qualquer forma, responderei em um post, pois, como disse, achei suas colocações e o levantar o tema interessantíssimas, e acho que dará um texto substancioso [que pretensão!].
Você é generoso até quando me "alfineta" [rsrs]. Que Deus me possibilite um dia poder retribuir a sua generosidade e a que outros irmãos têm comigo. Sou devedor eterno de vocês naquilo em que Deus os tem usado na minha edificação. Oro para que Ele nos capacite a honrá-lo e glorificá-lo sempre!
Forte abraço!
Helvécio, meu irmão!
Fica até difícil respondê-lo. Teria de fazer um post na seção comentários [rsrs]. Mas vou tentar:
a)Por mais que você defina "permitir" até ao ponto de esvaziar o seu sentido, permitir é sempre uma atitude de conceder ou consentir, o que não muda o foco da questão. Deus determinando ou permitindo é a mesma coisa. É Ele agindo para que determinado fato aconteça. E é possível Deus querer algo que não queira verdadeiramente? Você o imagina assim, tão inseguro em sua soberania e no comando do universo a ponto de "permitir" algo que não quer?
b)Releia suas palavras: "Todas essas coisas podem ser escolhidas por Deus, se O conhecer e se a Ele, Deus, o ser humano entregar o controle, aí sim Deus terá um plano para você, você será incluido no Seu grande plano".
Você não está colocando Deus refém do homem? E não está colocando o homem no controle da situação, ao ponto em que Deus está impedido de agir se o homem não lhe concede a permissão de agir? E, afinal, onde encontra-se tal afirmação na Escritura?
Releia o meu texto e medite nos versículos que apontei. Você verá que Deus diz de Si mesmo que nada acontece sem que Ele queira.
c)Nunca neguei a responsabilidade humana. Nego a liberdade para que o homem seja responsável. Se ler outras postagens minhas verá que jamais considerei o homem irresponsável pelo que faz, tanto que, se assim fosse, eu não consideraria necessário o meu arrependimento diante de Deus, e o pedido de perdão por meus pecados diariamente. Responsabilidade o homem tem, o que não tem é liberdade. Uma coisa independe da outra. A responsabilidade do homem está na autoridade divina, que disse: a alma que pecar, morrerá! Não há nenhuma referência a liberdade, mas ao ato, a atitude de pecar.
Grande abraço!
Cristo o abençoe!
Jorge,
Magistral!
Graça e Paz
Mizael Reis
Mizael,
obrigado por sua visita. É uma honra tê-lo por aqui.
Cristo o abençoe!
Grande abraço!
Helvécio,
errata: na minha resposta, onde disse "irresponsável", quis dizer "inirresponsável", como alguém onde não se pode imputar responsabilidade nem irresponsabilidade. Só para não deixar dúvidas, nunca afirmei isso. O homem é e sempre será responsável pelo que faz, ainda que não seja livre para fazê-lo.
Abraços.
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