A MENSAGEM ETERNA DO DEUS ETERNO!
O VELHO TESTAMENTO
O NOVO TESTAMENTO
Por Jorge Fernandes
Isah
CAPÍTULO 1: AS SAGRADAS ESCRITURAS
2- Sob o nome de
Sagradas Escrituras ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os
livros do Velho Testamento e Novo Testamento, que são os seguintes:
O VELHO TESTAMENTO
Gênesis
|
1 Reis
|
Eclesiastes
|
Obadias
|
Êxodo
|
2 Reis
|
Cantares
|
Jonas
|
Levítico
|
1 Crônicas
|
Isaías
|
Miquéias
|
Números
|
2 Crônicas
|
Jeremias
|
Naum
|
Deuteronômio
|
Esdras
|
Lamentações
|
Habacuque
|
Josué
|
Neemias
|
Ezequiel
|
Sofonias
|
Juizes
|
Ester
|
Daniel
|
Ageu
|
Rute
|
Jó
|
Oséias
|
Zacarias
|
1 Samuel
|
Salmos
|
Joel
|
Malaquias
|
2 Samuel
|
Provérbios
|
Amós
|
O NOVO TESTAMENTO
Mateus
|
Efésios
|
Hebreus
|
Marcos
|
Filipenses
|
Tiago
|
Lucas
|
Colossenses
|
1 Pedro
|
João
|
1
Tessalonissenses
|
2 Pedro
|
Atos
|
2
Tessalonissenses
|
1 João
|
Romanos
|
1 Timóteo
|
2 João
|
1 Coríntios
|
2 Timóteo
|
3 João
|
2 Coríntios
|
Tito
|
Judas
|
Gálatas
|
Filemom
|
Apocalipse
|
Todos os quais foram dados por inspiração de
Deus, para serem a regra de fé e vida prática.
[2Tm 3.16; Ef 2.20; Ap 22.18-19; Mt 11.27]
Os 39 livros do AT e
os 27 livros do NT são a expressa e verdadeira revelação de Deus ao homem, os
quais compõem a Bíblia Sagrada, ou a Palavra de Deus, ou Escritura Sagrada. A
Igreja reconhece-a como o registro divinamente inspirado daquilo que Deus quis
revelar ao homem.
A palavra Bíblia,
feminino singular, tem origem no latim, e é derivada do grego Biblos,
que quer dizer "livro".
Outro termo aplicado à
Bíblia é a palavra Cânon, que é a transliteração da palavra
grega kanón, que é derivada do termo hebraico kaneh que
significa régua ou vara reta de medir, dando-nos a ideia de regra, norma, pela
qual se mede outras coisas. Para nós o sentido é mais do que claro, a Bíblia é
o livro ou conjunto de livros escritos por homens inspirados por Deus, e, como
tal, ela tem a mesma autoridade de Deus, pois Deus lhe conferiu essa autoridade
sagrada.
Os livros do AT foram
escritos originalmente em hebraico, com exceção de alguns trechos escritos em aramaico. Por volta do ano de 250 e 150 A .C. os textos em
hebraico foram traduzidos para o grego por 70 tradutores, por isso essa
tradução é chamada de Septuaginta ou LXX.
Os livros do NT foram
escritos na linguagem vernacular comum do primeiro século, o grego Koiné.
Há de se entender que
Deus não somente inspirou homens santos a registrarem a sua revelação de forma
infalível e inerrante, mas também, pelo poder do Espírito Santo, Deus preservou
sua santa palavra da corrupção e perversão dos homens, de forma que, hoje,
temos acesso a toda a verdade revelada por Deus [Dt 4.2; Jr 1.12; Sl 119.160; Mt 24.35; 1Pe 1.23-25]. Portanto,
é-nos assegurada a fidelidade e incorruptibilidade da palavra uma vez dada aos
santos.
Uma pergunta: ouve-se muito falar de
contextualização, hoje em dia, especialmente entre os cristãos. Os irmãos
acreditam que a mensagem da Bíblia permanece a mesma para todos os tempos, ou
ela deve se ater à cultura e lugar onde foi escrita?
Minha opinião é de que
este é outro engano que muitos acabam por não perceber no estudo da Escritura.
Quando se diz que a Bíblia deve ser contextualizada, o que se está dizendo é
que ela é válida para a época e cultura em que foi escrita, e de que pode não
valer para os tempos atuais ou futuros. Com isso, está-se afirmando a sua
temporalidade, limitação e até mesmo irrelevância para o atual e os futuros
séculos. O fato de a sociedade estar cada vez mais distante dos princípios
bíblicos ordenados por Deus não é argumento suficiente para estes princípios
tornarem-se em meras referências morais ultrapassadas, perdidas no tempo. O
fato de a sociedade estar cada vez mais rebelde, cada vez mais insubmissa em
relação aos preceitos bíblicos, apenas nos mostra o profundo abismo em que
estamos nos lançando, e, em muitos casos, já se vê o fundo. Os graves problemas
sociais: vícios, imoralidade, destruição da família, da autoridade, etc, são
provas de que a desobediência e os métodos humanos de interpretação do texto
bíblico são falsos, resultam na inadequação da mensagem [sua corrupção] e
estimula o homem a permanecer moldado segundo a sua própria natureza iníqua e
pecaminosa. Criou-se um sistema de ideias em que o homem tem de se assumir como
homem e de aceitar-se como é, mesmo que seja cultivando o mal como a única
forma de se permanecer fiel e íntegro a si mesmo.
De certa forma, é como
se Deus nos desse a sua palavra, mas essa palavra seria de maneira diferente e
dispare para homens em épocas diferentes; como se a mensagem divino pudesse se
adequar ou simplesmente ser anulada por novos hábitos e normas estabelecidas
socialmente. Por exemplo, a leitura de determinada parte da Escritura teria uma
relevância para o homem do séc. V a.C., outra para o homem do séc. IV d.c,
outra para o homem do séc. XV, e assim por diante, até chegar a nós. Agora,
pensem comigo: a mensagem de Deus é mutável? Ela muda conforme o homem vai
transformando os seus hábitos e regras sociais e morais? Se a Escritura é
mutável, Deus também o é. Mas sabemos que Deus não muda, pois é o que a sua
palavra afirma [Sl 102.27; Ml 3.6;
Hb 1.12, 13.8; Tg 1.17]. Logo, sua palavra também é imutável [Sl 119.89, 160; Is 40.8; Mt 24.35; Jô
10.35; 1Pe 1.25]. Ou seja, a Escritura, como afirma a C.F.B. 1689, não pode
ser medida pelas ciências sociais, seus métodos e teorias, como se houvesse uma
transição entre a mensagem divina e o homem de tal forma que elementos
culturais e históricos específicos é que determinam o teor e o sentido da
mensagem.
Para nós, cristãos
bíblicos, a Escritura é perene, sua mensagem é a própria voz de Deus para todos
os tempos e para todos os homens, ainda que apenas aqueles que sejam guiados
pelo Espírito Santo possam entendê-la, respeitá-la, e deixar-se guiar por
ela. Por quê? Porque não há nenhuma autoridade superior à Bíblia,
além do próprio Deus que lhe conferiu autoridade; de forma que qualquer
tentativa humana de restringir, limitar, conter, ou simplesmente impedir que a voz
de Deus seja ouvida em alto e bom som através do texto bíblico é uma afronta e
blasfêmia contra Deus, o seu autor.
3. Os
livros comumente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem
parte do cânon ou compêndio das Escrituras. Portanto, nenhuma autoridade têm
para a Igreja de Deus, e nem podem ser de modo algum aprovados ou utilizados,
senão como quaisquer outros escritos humanos.
[Lucas 24:27,44; Romanos 3:2]
Devemos entender que o
cânon do A.T. foi definitivamente concluído no Concílio de Jamnia em 90 a .c. e é exatamente igual
ao cânon protestante, constando de 39 livros. A diferença está apenas na ordem
dos livros que entre os hebreus é a seguinte:
O Pentateuco ou Tora: Gênesis, Êxodo,
Levítico, Números, Deuteronômio.
Os Profetas [Neviim]: Anteriores:
Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. Posteriores: Isaías,
Jeremias, Ezequiel e Profetas menores.
Os Escritos [Kêtuvim]:
Poesia e Sabedoria: Salmos, Provérbios e Jó. Rolos ou Megilloth [lidos
no ano litúrgico]: Cantares [na páscoa], Rute [no pentecostes], Lamentações [no
quinto mês], Eclesiastes [na festa dos tabernáculos]
e Ester [na festa de purim].
Históricos: Daniel, Esdras,
Neemias e 1 e 2 Crônicas.
Portanto, não há
nenhuma referência aos livros apócrifos [Apócrifo vem do grego apokrypha cujo
significado quer dizer oculto, misterioso, escondido], que foram
incluídos na Septuaginta e na Vulgata de Jerônimo [que não considerava os
apócrifos como livros canônicos, livros inspirados, e que foram canonizados em
1546 pelo Concílio de Trento], o qual originou a Bíblia Católica.
Os livros apócrifos
foram aqueles que os tradutores gregos, da Biblioteca de Alexandria, incluíram
como escritos judaicos, provavelmente redigidos no período de 400 anos em que Deus silenciou-se
a Israel, conhecido com período Interbíblico. Eles também são chamados de
pseudo-canônicos e, pelo católicos, designados como deuterocanônicos. São eles:
os livros de 1 e 2 Macabeus, Judite, Baruque, Eclesiástico ou Sirácida, Tobias,
Sabedoria e as adições aos livros de Ester e Daniel. Há, contudo, uma dezena ou
mais de livros apócrifos escritos em hebraico além dos pertencentes ao cânon
Católico.
O Novo Testamento
protestante e católico é o mesmo, não havendo nenhum acréscimo. Há, porém, um
grande número de escritos como o Evangelho de Judas e Madalena, por exemplo,
que, em sua maioria, foram escritos por autores gnósticos [gnóstico vem do grego gnosis,
que quer dizer, conhecimento. Foi um movimento religioso-filosófico
que surgiu nos séc. I e II, cujos apóstolos e pais da Igreja combateram
veementemente como hereges, e, suas doutrinas, heréticas] nos
primórdios da Igreja Primitiva, mas que não têm nenhuma canonicidade, pelo
contrário, estão repletos de elementos que conflitam com a verdade, com o texto
bíblico.
O exemplo de um texto
bíblico que combate o gnosticismo encontra-se na Carta do Apóstolo João: “Amados, não
creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já
muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito
de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus;
E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de
Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e
eis que já agora está no mundo” [1Jo 4.1-3].
Os gnósticos eram dualistas, acreditavam em dois deuses, duas divindades
antagônicas, que se digladiavam pelo poder no universo. Para eles, a matéria
era má, a carne era má, pois criada pelo “Deus mal” do Antigo Testamento, o Demiurgo.
Portanto, Cristo sendo bom, não poderia ter matéria. O que o Senhor fazia crer
é que tinha um corpo, quando na verdade esse corpo não passava de uma
“miragem”, uma ilusão, uma imagem criada com o intuito de enganar as pessoas
fazendo-as crer que ele possuía carne e ossos. Isto é um erro gravíssimo, pois
depõe contra muitas afirmações presentes no texto sagrado, o qual nega-as
peremptoriamente. Por exemplo, a de que o Verbo encarnou e habitou entre nós [Jo 1.1,14]; de que o Cristo nasceria de
uma mulher, uma virgem [Gn 3.15, Mt
1.18-23, Gl 4.4, Hb 2.14].
Temos nesse esquema, ao qual João combateu veementemente, sérios
problemas soteriológicos, de forma que, se Cristo não é o Deus-homem, a
salvação dos eleitos estaria irremediavelmente comprometida, ou melhor,
perdida. Para que o povo de Deus fosse salvo era necessário que o Messias não
apenas representasse a raça humana, no sentido de ser parecido mas não ser
verdadeiro; era necessário que ele fosse igual a nós, contudo, sem pecado. Então,
João diz:
a) “Não creiais a todo o
espírito”, remetendo-nos a várias passagens na
Escritura que alerta e exorta a provarmos se determinado ensino provém da
palavra de Deus, ou não passa de outra artimanha maligna de levar incautos ao
engano, à mentira, e à perdição da alma.
b) “Porque já muitos
falsos profetas se têm levantando no mundo”, igualmente, os profetas, Cristo e os apóstolos revelam que, desde
sempre houve aqueles servos de satanás operando entre o povo de Deus, de
maneira que assim pudessem dispersar o rebanho do Senhor; as quais ficariam sem
pastor. E sabemos que ovelhas sem pastor são presas fáceis nas mãos do inimigo.
c) João alerta para a maneira como se conhecerá se o Espírito é de Deus:
confessar que Jesus Cristo veio em carne.
d) O que não confessa que Cristo veio em carne é o espírito do anticristo,
da mentira, do engano, o qual já estava no mundo, e ainda está operando.
Com isso, o apóstolo intentou derrubar, e derrubou o falso argumento
gnóstico, provando que a carne pode ser boa, pois Cristo veio em carne e
era
bom; assim como, no glorioso dia do Senhor, quando da ressurreição,
também
teremos corpos [matéria], e não mais haverá o pecado nem o mal
em nossa carne,
pois seremos como o nosso Senhor é, santos.
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